O perfil profissional do Coronel Clodoaldo Passos Fialho

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      O perfil profissional do Coronel Clodoaldo Passos Fialho é uma síntese dos registros da vida militar desse Oficial, que, nas décadas de 1940/1950, teve destacada atuação no exercício das mais variadas funções na Polícia Militar da Paraíba. Esses registros têm por objetivo resgatar, preservar e divulgar esses valores e através deles enaltecer a história da Polícia Militar. É o que passamos a fazer.  

Natural da cidade de Senhor do Bonfim, no Estado da Bahia, Clodoaldo Passos Fialho nasceu no dia 29 de novembro de 1911. Era filho de Juvêncio Pereira Fialho e Felismina Passos Fialho. Ainda de menor idade Clodoaldo Fialho trabalhou na Prefeitura daquela cidade dos 17 aos 19 anos de idade.  Em 1932 ele ingressou no Exército Brasileiro, aonde chegou à graduação de 3º Sargento. Ainda como Soldado participou dos combates contra os revolucionários paulistas de 1932. Como Sargento ele prestou serviço no 22º Batalhão de Caçadores (22 BC), atual 15º Regimento de Infantaria, sediado em Cruz das Armas.

 

Depois de deixar o Exército, na Graduação de 3º Sargento, Clodoaldo Fialho ingressou na Polícia Militar da Paraíba no dia 8 de setembro de 1938, nomeado na graduação de Aspirante a Oficial, o que era amparado pela legislação da época. O Tenente Coronel José Arnaldo Cabral, que Comandava o 22º BC, emitiu substancioso elogio ao Sargento Clodoaldo Fialho, por ocasião da sua saída do Exército.

O Aspirante a Oficial Clodoaldo Passos Fialho era um homem alto, de porte atlético e dedicado às atividades desportivas. Tinha o perfil de um jovem militar forjado na doutrina castrense. Era disciplinado, disciplinador e afeito às atividades de instrução voltadas ao emprego de tropa de Infantaria. Cedo se adaptou à Polícia Militar.

Naquela época começou a vigorar a Lei Federal 192 que regulamentou o Artigo 183 da Constituição de 1946 que considerava as Polícias Militares como Reserva do Exército. Por essa Lei essas Corporações eram obrigadas a promover Cursos de Formação para todos os graduados e Oficiais, além de Aperfeiçoamento de Sargentos e de Oficiais.  Só seriam promovidos os Oficiais que tivessem Cursos de Formação.

Por essa razão a PM da Paraíba teve de primeiro regularizar a situação dos Oficiais já existentes no seu Quadro, habilitando-os legalmente às promoções seguintes. Assim, em 1938 foi realizado um Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e dele participou o Aspirante Clodoaldo Passos Fialho, que ficou habilitado às promoções até o Posto de Major. Em 7 de janeiro de 1939 ele foi promovido ao Posto de 2º Tenente, após concluir esse curso.

Nesse Posto, onde passou 5 anos,  Clodoaldo Fialho exerceu, entre outras, as seguintes as funções: Comandante de Companhia, Comandante do Pelotão de Metralhadora,  Comandante do Centro de Instrução e Secretário do 1º Batalhão, além de instrutor dos Cursos de Soldados, Cabos, Sargentos e Oficiais. Ainda nesse posto prestou serviço no 2º Batalhão, em Campina Grande. 

Dotado de habilidades em atividades esportivas, ele foi, por muitos anos, Oficial de Educação Física do 1º Batalhão, e em 1938 integrou uma delegação esportiva da Corporação que participou de competições na Polícia Militar do Rio de Janeiro por ocasião da passagem do aniversário daquela coirmã.

Os currículos dos Cursos de Formação na PM continham muita doutrina de emprego de Infantaria. A experiência de Clodoaldo Fialho no Exército lhe fez um habilidoso instrutor dessas disciplinas. Entusiasmado com essas atividades, o Tenente Clodoaldo Fialho era sempre empregado no Comando de Tropas em desfiles. A forma como ele se portava nessas atividades foram objetos de doze elogios que ele recebeu do Comando, fatos esses registrados em Boletim da Corporação. 

No dia 6 de abril de 1944, Clodoaldo Fialho foi promovido ao Posto de 1º Tenente, e continuou exercendo as mesmas funções. Mesmo nesse Posto ele assumiu o Comando do 1º Batalhão por várias vezes na condição de interino.  Ainda como Tenente, ele foi Delegado de Polícia em diversas cidades do sertão.

Promovido a Capitão em 19 de Janeiro de 1946, Posto em que passou seis anos, Clodoaldo Fialho exerceu funções pertinentes a essa posição hierárquica, tais como: Tesoureiro e Secretário do Setor de Intendência, Chefe da Intendência, Secretário de Ajudância Geral e Secretário do Comandante Geral. Foi ainda Comandante de Companhia no Sertão e na Capital além de Subcomandante do 1º Batalhão.    

Em janeiro de 1947, o Capitão Clodoaldo Fialho foi matriculado no Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais na Polícia Militar do Rio de Janeiro, que teve a duração de dozes meses. Ao final do Curso, ele foi elogiado pelo General Aristóteles de Souza Dantas, Comandante daquela Corporação, pela dedicação e disciplina assim como pelo fato de ter sido o primeiro lugar da turma. Estava legalmente e tecnicamente habilitado para as promoções seguintes.

No dia 5 de fevereiro de 1952, Clodoaldo Fialho foi promovido ao Posto de Major, passando a exerce funções próprias de Oficial Superior.

Desde o tempo de Tenente ele integrou o Conselho Permanente de Justiça da Auditoria Militar, órgão da Justiça destinado ao julgamento dos crimes militares praticados por integrantes da Corporação. Era sorteado trimestralmente, muitas vezes de forma sucessiva, para essa função, de maneira que de 1940 a 1952, ele cumpriu essa função por 16 trimestres, sempre comutativamente com suas atividades na caserna.

A partir de 5 de fevereiro de 1952, Clodoaldo Fialho, no Posto de Major, passou a exercer funções de Delegado de Polícia na Capital em diversas Especialidades. Nesse contexto ele, em diversa oportunidades, foi Delegado Especial de Trânsito, órgão que, entre outras funções, exercia o papel correspondente ao do DETRAN dos nossos dias.  Nesse período também, em diversas oportunidades, foi Comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar.

Pelo seu perfil de Desportista, Clodoaldo Fialho, foi nomeado como integrante do Conselho Estadual de Desportes, função exercida cumulativamente com suas atividades na Corporação. Ainda como consequência dessa aptidão, ele foi Presidente da Federação Paraibana de Futebol.

Promovido a Tenente Coronel em 13 de março de 1954, ele assumiu por várias vezes em caráter interino, as funções de Sub Comandante Geral, foi Diretor de Ensino, Ajudante Geral, Fiscal Administrativo, Chefe do Serviço de Intendência e Secretário Geral da Corporação. Em outubro de 1959, ele assumiu interinamente o Comando Geral, em um momento de grave crise na administração.

Até então o Posto de Coronel era exclusivo do Oficial do Exército que estivesse no Comando da Corporação. Os Oficiais só alcançavam o Posto de Coronel quando passavam para a reserva. Essa situação só mudou no final de 1959.  

Clodoaldo Fialho alcançou o Posto de Coronel no dia 13 de dezembro de 1962, e foi nomeado Assistente Militar do Governador Pedro Moreno Gondim. Pouco depois ele voltou às funções de Delegado Especial de Trânsito e nessa condição passou a integrar o Conselho Regional de Trânsito.

Ainda nesse Posto Clodoaldo Fialho foi Sub Comandante Geral, em diversos períodos, e Comandante Geral Interino.

No dia 13 de março de 1967, aos 56 anos de idade, o Coronel Clodoaldo Passos Fialho passou para a reserva, depois de 37 anos de serviço, dos quais 29 prestados na Polícia Militar da Paraíba.

Mesmo na reserva ele continuou prestando serviço na condição de assessor especial do Comandante Geral.

Clodoaldo Passos Fialho foi casado com Maria de Lurdes Fialho.

O falecimento do Coronel Clodoaldo Passos Fialho ocorreu no dia 23 de setembro de 1985, aos 74 anos de idade.

Conforme esses relatos, onde foi sintetizado a vida militar desse eminente Oficial, podemos perceber o seu valoroso perfil profissional. Era um homem querido, respeitado e admirado por todos os segmentos da Corporação e que desfrutava de um vasto circulo de amizade no meio social, onde desenvolvia intensa atividade relacionada a práticas esportiva.  Essas qualidades lhe resultaram um elevado prestígio político.

Profissional competente, inteligente e dedicado à corporação, o que fazia com muito entusiasmo, o Coronel Clodoaldo Passos Fialho foi um Oficial vibrador, que deixou uma marca indelével na história da Polícia Militar da Paraíba, pelo que, aqui registramos nossas homenagens, respeito, admiração e gratidão.

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