Fachada de prédio

A História do Hospital Edson Ramalho

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Veja o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=dxXF8F9g3Co 1.Introdução

     A História do Hospital Edson Ramalho revela que essa importante Unidade de Saúde  teve origem na criação e desenvolvimento do serviço de saúde da Polícia Militar da Paraíba, passando pela criação do Hospital da Polícia Militar, em 1942.  Aqui vamos relatar a sequência desses fatos. É o que passamos a fazer.

       O Hospital General Edson Ramalho foi inaugurado no dia 28 de novembro de 1969, pelo Governador João Agripino.  Dessa forma, no dia 28 de novembro de 2019, essa importante Unidade de Saúde do Estado da Paraíba  completou 50 anos de bons serviços prestados à sociedade paraibana.  É, portanto com muita alegria que todos que fazem essa Unidade de Saúde, comemoram esse jubileu de ouro.

        Para os policiais militares, o Hospital General Edson Ramalho pertence à Polícia Militar e dessa forma, deveria atender com exclusividade os integrantes dessa Corporação e seus dependentes.  Infelizmente, os princípios que norteiam o Sistema Único de Saúde (SUS), vedam o atendimento diferenciado nas Unidades de Saúde que recebem em seus recursos, o que inviabiliza a pretensão desses bravos profissionais da Segurança Pública.

     A razão desse sentimento dos policiais militares reside no fato de que a criação do Hospital General Edson Ramalho foi uma consequência da origem e expansão do Serviço de Saúde da Polícia Militar. É o que passamos a expor.

  1. Origem do Serviço de Saúde da Polícia Militar

O Comando da Polícia Militar, com as diferentes denominações que teve ao longo de sua história, sempre se preocupou com a prestação de serviços de saúde aos integrantes dessa instituição.  Já em setembro de 1832, meses depois de criada essa corporação, foi firmado um acordo com a Santa Casa de Misericórdia para que os policiais fossem atendidos no Hospital mantido por aquela irmandade e que, na época, funcionava em um prédio anexo à Igreja da Misericórdia, dando a frente para a Avenida Visconde de Pelotas, no centro da capital paraibana.

       Na estrutura da Força Policial não existia nenhum profissional da área de saúde que acompanhasse aqueles policias.

       Cada policial que ali era internado pagava, através de desconto nos seus vencimentos, a importância de 500 reis, por cada dia de internamento. O valor desse desconto perdurou até 1905, quando passou para 1.000 reis, permanecendo assim até 1941.

       Em 1906 foi nomeado o primeiro Médico da Corporação. Foi O Dr. Joaquim Hardeman, que foi comissionado no posto de Capitão. A partir de então esse Oficial passou a acompanhar os policiais que se achavam internados no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, e a receitar outros policiais e seus familiares no interior do Quartel que era instalado na Rua Maciel Pinheiro.

      Mas uma das principais funções desse médico, como dos que vieram depois, era examinar os policiais que ingressavam na Corporação.

      Em 1911 foi criada uma vaga de Tenente Cirurgião Dentista.  Naquela época o Posto de Tenente não tinha divisão entre 1º e 2º Tenente. Era só Tenente.  O Posto inicial na carreira de Oficial era Alferes. Só em 1917, com a extinção do Posto de Alferes é que foi criado o Posto de 2º Tenente.  Para ocupar esse Posto foi nomeado o Dr. Alfredo Galvão.

          Entre 1910 e 1915, uma média de 28 policiais eram internados nesse  Hospital por mês, conforme consta em quadros estatísticos constantes nos arquivos da Santa Casa da Misericórdia. Naquela época o efetivo da corporação era próximo a 900 homens.

       Em 1922 a Santa Casa da Misericórdia inaugurou o Hospital Osvaldo Cruz, construído na área denominada de Sitio da Cruz do Peixe.    Em 1924 foi inaugurado o Hospital Santa Isabel, que, na época, tinha apenas um pavimento. Esse prédio foi edificado ao lado do Hospital Osvaldo Cruz.

         Com o início do funcionamento do Hospital Osvaldo Cruz, o velho Hospital que funcionava no Centro da cidade foi desativado, e com isso os policiais passaram a ser atendidos em uma enfermaria denominada de São Sebastião, que era parte daquele Hospital, dentro das mesmas condições  e assim permaneceu até 1941.

    Tanto o Hospital Osvaldo Cruz, onde depois, por muitos anos funcionou a Escola Santa Emília de Rodat, como o Hospital Santa Izabel pertenciam à Santa Casa da Misericórdia. Em 2007 o Prédio do Hospital Santa Isabel foi adquirido pela Prefeitura Municipal e, em 2013, o imóvel da Escola de Enfermagem foi adquirido, por leilão, pela Faculdade Maurício de Nassau.

     Paralelo a esses fatos, no decorrer das décadas de 1920 a 1960, o Serviço de Saúde da Força Pública foi lentamente se desenvolvendo.  Em 1926 o Dr. Edrise Vilar foi Comissionado no Posto de Capitão em substituição ao Capitão Joaquim Hardeman que havia sido reformado. A partir de então toda assistência médica aos policiais, inclusive dos internados no Hospital Osvaldo Cruz, passaram a ser feitas pelo Dr. Edrise Vilar.

      Em 1928 o Quadro de Organização da Força Pública, constante do Almanaque de Oficiais daquele ano, previa a existência de um Médico, que era o Capitão Edrise Vilar; um 1º Tenente Dentista, que era Mariano de Souza Falcão e um 1º Tenente Farmacêutico, que estava vago. Em 1932 o Dentista tinha saído, e a vaga de Farmacêutico estava ocupada por José Guimarães Braga, que tinha sido incluído no ano anterior.

         Em 1932 diversos profissionais da área de saúde integraram o efetivo dos Batalhões Provisórios incorporados ao Regimento Policial Militar, denominação da Polícia Militar na época, e que foram participar das lutas contra os revolucionários de São Paulo. Depois dessas lutas, todos foram excluídos, uma vez que tinham sido contatados como Provisórios.

  1. O Hospital da Polícia Militar

       Em 1941, no Governo de Rui Carneiro, com a Reforma do 1º Tenente José Guimarães Braga, foi extinta a vaga de Farmacêutico e criado mais uma vaga de 1º Tenente Médico. Foi nessa vaga, naquele ano,  que foi incluído, através de Concurso, o Dr. José Asdrúbal Marsiglia de Oliveira. No mesmo ano foi incluído como 1º Tenente o Dentista Ednaldo de Luna Pedrosa.

      Em 1941 foi iniciada a ampliação do Hospital Santa Izabel com a construção do segundo pavimento. A partir de então, parte das atividades do Hospital Osvaldo Cruz passou para aquele prédio.  Com isso todo o antigo imóvel passou a ser utilizado para atender aos policiais.

       Atendendo a um pedido do Major Edrise Vilar e do Tenente Asdrúbal, o  Coronel Anacleto Tavares (Oficial do Exército), Comandante da Polícia Militar, solicitou ao Governador Rui Carneiro que fosse autorizada a realização de uma reforma naquelas instalações, o que foi iniciado no mesmo ano, com aquiescência da Santa Casa da Misericórdia.

    No dia 24 de maio de 1942 essa obra foi inaugurada, de forma festiva, e recebeu o nome de Hospital da Polícia Militar que passou a ser dirigido pelo Major Edrise Vilar.

Fachada de prédio
Hospital da Polícia Militar da Paraíba - 1942

       Além dos médicos Major Edrise Vilar e 1º Tenente Asdrúbal Marsiglia, passou a prestar serviço naquele nosocômio o 1º Tenente Dentista Ednaldo de Luan Pedrosa.  Essa equipe contava ainda com a participação dos médicos civis: José Simeão Leal, (Urologista), Manuel Paiva Sobrinho (Oftalmologista) e Luiz Gonzaga de Miranda Freire (Clínico), que depois foi Prefeito de João Pessoa.

     Nesse Hospital funcionava um Ambulatório mantido pela Caixa Beneficente de Oficiais e Praças da Polícia Militar, que na época era orgânica da Polícia Militar (O Comandante Geral era o Presidente do Conselho Deliberativo e o Subcomandante ou outro Oficial designado pelo Comandante era o Presidente de Diretoria Executiva).

     Assim passou a funcionar o primeiro Hospital da Polícia Militar.

Em 1943 foi criado o Serviço de Saúde da Corporação e em 1945 a equipe médica foi ampliada com a inclusão, por concurso, do 1º Tenente, Attilio Luiz Rotta.   CONTINUA NA PÁGINA 2

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