Fachada de prédio

A História do Hospital Edson Ramalho

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  1. O Hospital Edson Ramalho

     No dia 10 de janeiro de 1956, Edrise Vilar, que tinha alcançado o Posto de Tenente Coronel, e Ednaldo de Luna Pedrosa (Dentista), que tinha sido promovida ao Posto de Major, foram reformados.  No dia seguinte o Major Asdrúbal Marsiglia assumiu a Chefia do Serviço de Saúde função e a Direção do Hospital, que eram funções exercidas por Edrise Vilar. No dia 16 do mesmo mês Asdrúbal foi Promovido a Tenente Coronel.

      Apesar do esforço dos médicos, com destaque para o papel do Tenente Coronel Asdrúbal, um profissional altamente conceituado e do Comando da Corporação, as condições do Hospital eram muito precárias.

      No dia 16 de fevereiro de 1956, por ocasião em que o Coronel Edson Amâncio Ramalho (Oficial do Exército), assumiu o Comando Geral da Corporação, o Coronel Manoel Coriolano Ramalho (Oficial da Corporação) que estava deixando Comando, em seu discurso de despedida, relator a forma precária como funcionava o Hospital de Polícia Militar e fez um apelo para que o  novo Comandante buscasse junto ao Governador uma forma de construir um novo prédio para abrigar aquele nosocômio.

     Convencido da importância do pedido que recebeu o Coronel Edson Ramalho, homem de muito prestígio político, iniciou os contatos para que o Estado, inicialmente, adquirisse um terreno para construção de um novo Hospital para a Polícia Militar.

      Porém, em dezembro de 1956, Edson Ramalho que era Tenente Coronel do Exército e Comissionado Coronel da Polícia Militar, foi promovido a Coronel do Exército e passou para a Reserva no Posto de General de Brigada. Por essa razão teve de deixar o Comando de Polícia Militar, no dia 12 de janeiro de 1957.

    Em outubro do mesmo ano, ainda no Governo de Flavio Ribeiro, o General Edson Ramalho exerceu as funções de Chefe de Polícia.

      Depois de um Comando interino (12 de janeiro a 26 de março) do Coronel Manuel Câmara (Oficial da Corporação), assumiu o Comando o Coronel Renato Ribeiro de Morais (Oficial do Exército).  Os propósitos de Edson Ramalho em relação à aquisição de um terreno para a construção de um novo Hospital foi recepcionados por Renato Ribeiro, que tinha um grau de parentesco com o Governador Flávio Ribeiro.

     O fato de Flávio Ribeiro ser médico por certo facilitou o encaminhamento e atendimento do pedido do Comandante da PM.

      Assim, no dia 24 de maio de 1957, em um ato político e público, o Coronel Renato Ribeiro, juntamente como o Doutor José Mário Porto, Secretário de Interior e Segurança Pública entregaram solenemente ao Governador, uma exposição de motivo solicitando a aquisição de um terreno pertencente à Santa Casa da Misericórdia, situado no lado leste do antigo Sítio Cruz do Peixe.

   Como já havia prévio entendimentos sobre esse pedido, na mesma data foi  realizada a solenidade de lançamento da pedra fundamental para a construção  do Hospital  e erguido um monumento ainda existe naquele local.

        Mas a concretização desse sonho ainda estava longe.

       Em janeiro de 1958 Flávio Ribeiro adoeceu e foi internado no Rio de Janeiro. O Vice Governador Pedro Gondim assumiu o Governo até março de 1960, quando renunciou para ser Candidato a Governador nas eleições que foram realizadas naquele ano.

     Pedro Gondim disputou a eleição e venceu Janduhy Carneiro, que era o Deputado Federal mais votado da Paraíba.  Durante a campanha Janduhy publicou que estava garantida uma verba para construir o Hospital da Polícia Militar. Esse dinheiro teria sido resultante de emenda parlamentar dele como Deputado Federal.

      Pedro Gondim assumiu Governo em fevereiro de 1961, e nada da verba chegar.

             No início de 1960 a Casa de Misericórdia solicitou a devolução do prédio onde funcionava o Hospital da Polícia Militar e ali passou a funcionar a Escola de Enfermagem Santa Emília de Rodat.

       Em consequência, o Hospital da Polícia Militar foi transferido para o terceiro andar do Quartel do Comando Geral, na Praça Pedro Américo, onde passou a funcionar de forma ainda mais precária.

       O General Edson Ramalho foi Secretário das Fianças durante o Governo de Pedro Gondim Edson, de 1º de fevereiro de 1961 a 13 de março de 1963. No ano seguinte ele exerceu idênticas funções no Estado do Ceará, o que revela a sua qualificação técnica e prestígio pessoal.

       No dia 12 de setembro de 1965 o General Edson Ramalho faleceu no Rio de janeiro, e seu corpo foi transladado para a cidade João pessoa, onde foi sepultado no Cemitério Senhor da Boa Sentença, no dia 16 daquele mês.  Por ocasião desse sepultamento, o     governador Pedro Gondim, em um emocionante pronunciamento enaltecendo as qualidades daquele emérito militar, afirmou que em sua homenagem o Hospital da Polícia Militar, que estava em construção seria denominado de Hospital Edson Ramalho.

     O Deputado Federal João Agripino, que estava em campanha na eleição de Governador naquele e na qual foi eleito, também compareceu ao sepultamento do General Edson Ramalho, o que demonstra que ele também tinha admiração e respeito àquele ilustre militar.

      No dia 25 de outubro daquele ano (1965), o Governo designou uma comissão para supervisionar a construção do Hospital da Polícia Militar. Integravam essa Comissão: O General Médico Bruno Duarte da Cunha, representando a Secretaria de Saúde; Coronel João Gadelha de Oliveira, Comandante da Polícia Militar; Tenente Coronel Médico Asdrúbal Marsiglia; Capitão Joaquim Sinfrônio, Tesoureiro da Polícia Militar e o Arquiteto Manuel Tavares, representante da Secretaria de Obras Públicas.

       Consta do relatório emitido por essa Comissão que os recursos eram insuficientes para a obra e aquisição de equipamentos e mobiliário. Foram empregados recursos do orçamento da Polícia Militar, e outros do Tesouro do Estado e da União.  Dessa forma, o trabalho era muito lento. Terminou o Governo de Pedro Gondim e a obra não foi concluída.

      No começo do Governo seguinte, o de João Agripino, (Fevereiro de 1966 a fevereiro de 1971) os trabalhos tiveram continuidade também de forma muito vagarosa. As dificuldades para obtenção de recursos continuavam. O Coronel João Gadelha de Oliveira foi substituído na Comissão de Acompanhamento da Construção do Hospital pelo Coronel Ozanan de Lima Barros (Oficial do Exército), que era o novo Comandante da Polícia Militar.

    Finalmente, no dia 28 de novembro de 1969 o Governador João Agripino inaugurou o Hospital que foi instituído, pele Lei 3.604 de 28 de novembro de 1969, como Fundação Hospitalar General Edson Ramalho, que se destinava ao atendimento médico dos servidores civis e militares do Estado.

      Com a criação dessa Fundação, o Hospital da Polícia Militar foi extinto e todo o seu patrimônio foi passado para a nova instituição.

Fachada do Hospital Edson Ramalho o dia da inauguração

      O primeiro Diretor da Fundação Hospitalar General Edson Ramalho foi o Coronel Médico Asdrúbal Marsiglia de Oliveira, que vinha dirigindo o Hospital da Polícia Militar.  Com isso os policiais militares continuaram entendendo que aquele era o Hospital da Polícia Militar, embora na prática não houvesse motivos para essa crença.

        Em 1971, no Governo de Ernâni Sátiro, A Fundação Hospitalar General Edson Ramalho foi extinta, e passou a integrar a Fundação de Saúde do Estado, que tinha a função de executar toda política de saúde do Estado. A alegação do Governo era a necessidade da implantação de formas mais modernas de administração na área de saúde, recomendadas pelo OMS.

        Com essa medida, adotada através da Lei 3.663, de 24 de agosto de 1971, todo patrimônio da Fundação Hospitalar Edson Ramalho foi transferido para a FUSEP. Assim, o Edson Ramalho perdeu a autonomia que tinha como Fundação.

       Já naquela época alguns policiais militares faziam apelos públicos ao Governador no sentido de fazer aquele Hospital voltar a ser administrado pelo Polícia Militar. Entre os entusiastas defensores dessa ideia estavam o então Tenente Coronel Hélio Leite de Albuquerque e o combativo Capitão Reformado Gonçalo Ferreira Lopes, que ligava quase diariamente para as emissoras de Rádio durante os programas jornalísticos.

        Em 1985, no Governo Wilson Braga, o Edson Ramalho passou por mais uma mudança na sua personalidade jurídica. Foi criado, através da Lei 4.729 de 16 de setembro de 1985, o Instituto Hospitalar General Edson Ramalho, que ficou vinculado a Fundação Estadual de Saúde (FUSEP).

  1. O Edson Ramalho Administrado pela Polícia Militar

       No início do Governo de Ronaldo Cunha Lima, em 1991, ocorreu uma série de greves que atingiu quase todos os setores do serviço público estadual. A crise teve início no final do Governo anterior.

        O Governo buscou entendimento com as lideranças sindicais e com muito esforço foi resolvendo o problema.  Para isso foram sendo concedidos ajustes salariais e atualizando a folha de pagamento dos servidores, que eram suas principais reivindicações.

       Todos os seguimentos encerram as greves, menos os servidores do Hospital Edson Ramalho, que já estava paralisado há mais de nove meses. O sistema de saúde na Capital do Estado estava seriamente prejudicado.

      Acolhendo sugestão o seu Assistente, o então Major Kelson Assis Chaves, o Coronel João Batista de Souza Lira, Comandante Geral da Polícia Militar, interessando na solução desse problema, que atingia a ordem pública, buscou uma solução política para o caso.

     Com esse objetivo o Major Kelson foi designado para fazer contatos com a Deputada Terezinha Pessoa Lins, a quem foi solicitado que, através da Assembleia Legislativa, fosse encaminhado um pedido ao Governador para que o Hospital Edson Ramalho voltasse a ser administrado pela Polícia Militar.  O pedido da Deputada foi aprovado por unanimidade na Assembleia e encaminhado ao Governador Ronaldo Cunha Lima, em meados de maio de 1991.

     O Coronel Maquir Alves Cordeiro, na época Presidente do Clube dos Oficias, encaminhou Ofício à Deputada Terezinha Lins, (datado de 3 de junho de 1991) agradecendo a iniciativa  daquela Parlamentar.

    Com o objetivo de sensibilizar o Governo e demonstrar eu a Polícia Militar poderia administrar o Edson Ramalho, o Coronel Lira terminou que fossem instaladas tendas no Ponto de Cem reis onde equipes médicas da Polícia Militar  faziam atendimentos da população.

      Em meados de agosto, o Coronel Lira, na presença do Jornalista Luiz Otávio, solicitou ao Governador que transferisse o Edson Ramalho para a administração da Policia Militar.

       No dia 2 de setembro de 1991, depois de muitas reuniões com os Comandos de Greve, e sem encontrar solução para o caso do Edson Ramalho, o Governador em exercício Cícero Lucena, reuniu-se com o Secretário de Saúde, o Dr. Zuca Moreira, com o Comandante Geral de Polícia Militar, Coronel João Batista de Souza Lira, e com o Coronel Médico, Hélio Leite de Albuquerque, Diretor de Saúde da Polícia Militar.

          No final dessa reunião, Cícero Lucena assinou o Decreto 14.073, de 2 de setembro de 1991, no qual transfere o Hospital Edson Ramalho da estrutura da FUSEP para o Comando da Polícia Militar.  Na mesma data, o Coronel Hélio Leite, juntamente com um grupo de Oficias Médicos da Polícia Militar, assumiu a Direção daquele Hospital.

     Para consolidar essa medida, foram transferidos para prestar serviço naquele Hospital cerca de 80 policiais militares, entre auxiliares administrativos e integrantes do Quadro de Saúde da Corporação.  O Ambulatório Médico da Polícia Militar, que funcionava como um pequeno hospital, na Rua da Areia,  também  foi transferido para aquelas instalações, com todo seu mobiliário.

      Mesmo encontrando resistência de poucos funcionários, e principalmente do Conselho Estadual de Saúde, o Coronel Hélio Leite, aos pouco foi fazendo o Hospital voltar a funcionar e recuperando a sua credibilidade junto à população.

     Portanto, dessas cinco décadas de existência do Hospital Edson Ramalho, 28  anos foram administrados pela Polícia Militar.

     Durante esse período ocuparam a Direção daquele Hospital, os seguintes Coronéis da Polícia Militar.

     - Hélio Leite de Albuquerque, Maquir Alves Cordeiro, Romualdo Guilherme dos Santos, Giovani Domingos Alves, Adelmar Vinagre Regis, Thaelmam Dias de Queiroz (Duas vezes), Cristiane Wildt Cavalcanti Viana, Maria Emília Pontes Farias, Socorro Cristiane de Oliveira Uchôa e Paulo Almeida da Silva Martins, o atual Diretor.

       Cada um desses Oficiais, com as equipes que constituíram e contando com a indispensável e abnegada dedicação de todos os servidores daquele Hospital, e de acordo com as circunstâncias administrativas vivenciada por cada um desses dirigentes, deram inegáveis contribuições para a manutenção dos serviços e melhoria na sua qualidade.

         Por essa razão, temos muito que comemorar nesse jubileu de ouro do nosso querido Hospital General Edson Ramalho, pelo que parabenizamos a todos os que fizeram e aos que fazem essa exemplar Unidade de Saúde do nosso Estado.

Vista atual do Hospital Edson Ramalho
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