A PM da Paraíba foi a melhor colocada no ranking nacional de letalidade em 2019, segundo revelou pesquisa amplamente divulgada em rede nacional pela TV Globo. É sobre essa importante conquista para todos os paraibanos e em particular para os integrantes dessa corporação, a quem felicitamos, que passamos a fazer algumas considerações.
No dia 19 de janeiro de 2020, no programa fantástico da rede Globo de Televisão, foi apresentada uma reportagem mostrando o grau de letalidade das policias em todo o Brasil. Ou seja, foi feito um ranking das policias que mais mataram em 2019.
Naquela matéria ficou constatado que as polícias da Paraíba foram as que menos mataram. Essa constatação nos induz a refletir sobre os fatores que levaram essa corporação a alcançar esse patamar de profissionalismo. Mesmo reconhecendo o grau de avanço da Polícia Civil, aqui vamos focar a nossa atenção na Polícia Militar em razão de melhor conhecer os fatos que vamos abordar.
O atual estágio da qualificação técnica dos policias militares da Paraíba não pode ser visto como obra do acaso ou de mudanças repentinas. Para se chegar ao nível atual foi necessário, além de uma formação e treinamentos continuados apropriados, armas, equipamento de proteção individual, meios de transporte e comunicação adequados além da execução de um permanente controle e fiscalização das atividades operacionais.
Mas um fator de relevante importância nesse contexto foi a mudança da cultura da violência policial, o que exige um tempo bem maior para obtenção de resultados.
Essas lentas e progressivas mudanças foram alcançadas através da busca de uma esmerada formação e especialização que teve um importante marco com a criação do Centro de Ensino, atual Centro de Educação, em 1990.
Nesse órgão foram sendo ministrados conhecimentos e introduzidos valores que, em seu conjunto, resultou o atual nível técnico profissional de todo o efetivo da corporação.
Mas esse é apenas um referencial para o que pretendemos expor, pois muitos outros fatos anteriores balizaram a mesma direção.
Assim, podemos afirmar que grande parte do mérito dessa honrosa conquista de melhor colocação do ranking brasileiro da letalidade policial, deve-se ao árduo trabalho da atual geração de policiais militares, incluído todos os níveis hierárquicos e em todos os escalões de comando, a quem, mais uma vez parabenizamos.
Mas, assim como podemos projetar que a polícia do futuro será reflexo da atual, com as adequações impostas pelo tempo, podemos também admitir que a polícia atual resultou dos esforços empreendidos pela polícia do passado recente.
Em um comentário sintético feito através das redes sociais, o Tenente Coronel Onivan Elias, da PMPB, valoroso pesquisador de temas relacionados às atividades operacionais dessa corporação, cujo mérito é reconhecido nacionalmente, ao se referir à matéria do Fantástico aqui mencionada, resumiu alguns dos fatores que contribuíram para o atual estágio técnico profissional dos policiais militares da Paraíba, registrando fatos dos quais ele participou, nos seguintes termos:
É importante destacar que isso é uma construção de vários anos e atores. Iniciamos, posso assim dizer, em 1996 com o primeiro curso ministrado pela PMPB, o CATE que originou o GATE. Em 1997 o curso de policiamento montado que criou nossa cavalaria. Em 1998, o estágio de gerenciamento de crises ministrado pelo então Maj PMESP Wanderley Mascarenhas de Souza e no mesmo ano o primeiro curso ministrado pela PMPB.
Em 1999 tivemos após o evento "Favela Naval" em Diadema, o nosso primeiro curso de policiamento comunitário em parceria com a UFPB. Em 2001 a vinda da TEES BRAZIL e seus vários cursos de uso de arma de fogo.
Em 2006, sediamos 10 edições das Instruções de Nivelamento de Conhecimento da FNSP e a cada ano novas modalidades de qualificação surgem e avançam a exemplo do curso de piloto de drones.
Outro ponto de destaque é que a absolvição é a regra nos julgamentos, incluindo o caso da Rebelião no Presídio do Róger em que 9 detentos foram neutralizados. Enfim, é um processo em construção diária e com muito suor (e às vezes, sangue).
Não deixa de ser oportuno frisar que o governo local é um contundente opositor do governo federal. Que nossas coirmãs em armas possam ter o êxito necessário nessa atividade "mesmo com o risco da própria vida"
VEJA TAMBÉM Histórico da formação profissional na PM da Paraíba. O Policiamento no ano 2000 na cidade de João Pessoa