Os integrantes da Polícia Militar da Paraíba são os profissionais mais atingidos pela Pandemia?

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 Os integrantes da Polícia Militar da Paraíba são os profissionais mais atingidos pela Pandemia? Por que isso ocorre? Essas são indagações que o  1º Sargento Joseval Francisco, do 2º Batalhão em Campina Grande, tomado pelo sentimento de perda de muitos dos seus companheiros faz, em tom de desabafo e como forma de um convite à reflexões, em um texto que nos foi remetido por whatsapp.

Esse tema já foi tratado neste site em um bem fundamentado artigo de autoria do Tenente Coronel Onivan Elias, no qual expressa as mesmas preocupações de Joseval.  Em outros artigos publicados neste site também foram abordados as questões da vida média dos policiais militares da Paraíba em relação aos demais paraibano, o que foi objeto de referência do comunicado de Joseval.  A Pandemia de Civid-19 e as mortes de Policiais Militares

A missiva em referência tem o seguinte teor:

            Por que somos a categoria mais atingida letalmente pela pandemia?

                                                                             Joseval Francisco  da Silva

                                                                                     1º Sargento PM

Meus amigos companheiros... POR QUE SOMOS A CATEGORIA MAIS ATINGIDA LETALMENTE PELA PANDEMIA? Haveremos de constatar pós-pandemia que NENHUMA OUTRA CATEGORIA de servidores amargou tantas "baixas" tal qual a Polícia Militar. Perdas irreparáveis para família, para a instituição, para os amigos... vidas insubstituíveis.

Por que estamos perdendo tantos guerreiros? A nossa instituição parece ser um terreno muito mais fértil para letalidade do Covid19 do que para os próprios guerreiros do sistema de saúde que estão no enfrentamento tête-à-tête.

O que está acontecendo? - Será que não cabe nenhuma reflexão dolorosa pós-tragédia escancarada pela pandemia? Até que ponto as escalas de serviço ordinárias intercaladas por serviços extras (sem fim), contribuem para as doces comorbidades que são fatores complicadores no tratamento da Covid19?

Há quem diga que estudos de consumo interno e não publicados ATESTAM UMA EXPECTATIVA de vida DO POLICIAL MILITAR que gira entorno de apenas 64 ANOS, enquanto no próprio Brasil, a média de vida do trabalhador não policial militar, é de 76 ANOS.

O estresse inerente à profissão, as noites mal dormidas na folga e as noites em claro no serviço... são vetores para esse cenário de guerra. Nunca perdemos tantos companheiros num espaço de tempo tão curto, nunca fomos tão derrotados, nunca estivemos tão reféns!

A sociologia chama atenção para o ÓCIO PRODUTIVO (Domenico de Masi). A necessidade de o homem descansar para melhor produzir, repor energias, reintegrar as habilidades cerebrais...

É fato que não se faz necessário a atual pandemia para perdemos companheiros com tão pouca idade, porém a pandemia expôs às vísceras desse problema.

 REFLITA novamente! - Por que somos a instituição mais atingida de forma letal por essa pandemia?! Além da dor nas perdas... que fique a reflexão, mesmo embora, nós tenhamos a plena convicção que ninguém trabalha no extra por amor, porém a vida é elementar e tem prazo de validade.

   

Obs.

O Sargento Joseval Francisco é filho do Tenente José Francisco da Silva, (Falecido) que por muitos anos foi Aprovisionador do 2º Batalhão (Oficial QOA, conhecido por Zé Urso, uma alusão à forma honesta como ele controlava  e economizava os bens públicos sob a sua administração).  Joseval é Formado em Sociologia, e presta serviço na burocracia do 2º Batalhão, onde desenvolve um serviço qualificado.

Veja também  A Pandemia de Civid-19 e as mortes de Policiais Militares   Média de vida dos policiais militares da Paraíba falecidos em 2017 foi de 68,7 anos

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