O Comando do Coronel Pedro Belmont na PM da Paraíba

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O Comando do Coronel Pedro Belmont na PM da Paraíba foi uma das diversas funções de relevo por ele exercida no âmbito da Segurança Publica.   Aqui vamos traçar um breve perfil dessa  importante figura da história dessa corporação.

Veja o vídeo    https://www.youtube.com/watch?v=N-rsCI4iwP8

Pedro Belmont Filho nasceu no dia 10 de fevereiro de 1924, em Araruna, cidade encravada no brejo paraibano a 120 Km da Capital João Pessoa.  Araruna é a terra natal de ilustres figuras na política, no mundo jurídico e na administração pública do Estado. Seus pais, Pedro Targino Belmont e Joviniana Pinheiro Belmont, eram proprietários rurais bem sucedidos naquela região.

O jovem Belmont tinha aptidão para a música e cedo aprendeu a tocar Saxofone e Clarinete ainda em Araruna onde também terminou os cursos primário e ginasial.   Na busca de se aprimorar na arte musical, Belmont, ao completar 20 anos de idade, ingressou na Polícia Militar no dia 5 de março                         de 1948, como Soldado da Banda de Música.

Ainda no Quadro de Músicos, Belmont, pouco depois do seu ingresso na Corporação, fez concursos e foi promovido sucessivamente a Terceiro, Segundo e Primeiro Sargento.

Em 1956, o Sargento Belmont foi aprovado na seleção para o quarto Curso de Formação de Oficiais realizado na Paraíba.  Era uma turma formada por 20 Policiais Militares e 20 Civis. (A primeira que abriu vagas para civis)

Declarado Aspirante a Oficial no dia 25 de janeiro de 1958, Belmont e seus colegas de Curso passaram a exercer as funções de Delegado de Polícia no interior do Estado, o que era normal na época.  Enquanto exercia essas funções Belmont foi promovido a 2º Tenente em 10 de agosto de 1958, e a 1º Tenente em 11 de janeiro de 1959. Portanto, duas promoções no período de um ano. Existiam muitas vagas, pois a turma anterior (concluída em 1954) era de apenas 10 Oficiais. Houve necessidade de se reduzir os interstícios para que a nova turma preenchesse as vagas.

Naquela época muitos Policiais Militares se aliavam às correntes políticas e exerciam essas preferências de forma apaixonada e ostensiva.  Dotado de natural capacidade de liderança no seio dos seus pares, Belmont, juntamente um grupo sob sua influência, optaram por se alinhar à União Democrática Nacional, (UDN), partido que estava no poder quando do seu ingresso no Oficialato.

Muitos outros Policiais Militares eram aliados do Partido Social Democrático (PSD). Essa situação gerava muitos conflitos no âmbito da Corporação.

 Nesse contexto, na campanha eleitoral de 1960, Belmont e um grande grupo de Oficiais e Praças, apoiaram a Candidatura de Pedro Gondim, antigo partidário do PSD e que agora estava aliado à UDN.  O PSD era o Partido que estava no Poder, o que fortaleceu seus partidários no âmbito da Polícia Militar, e tornou aquela campanha muito disputada, com registro de uma grave crise na Corporação com ameaças de parte a parte.

Essa crise interna, gerada por pela forma de se exercer as preferências políticas foi objeto de um artigo que publicamos neste site.  (  Durante o Governo de Flávio Ribeiro (1956 a 1961) a PM da Paraíba teve  treze Comandantes )

Terminada a campanha, Pedro Belmont, então no Posto de 1º Tenente, foi transferido para o Gabinete Militar do Governador e nomeado Ajudante de Ordem do Governador Pedro Gondim de quem ganhou uma irrestrita confiança. Durante todo esse Governo, Belmont permaneceu no Gabinete Militar exercendo diversas funções e foi promovido a Capitão no dia 14 de janeiro de 1962.

Nesse Posto, Belmont foi eleito Vereador em João Pessoa em 1963, pela UDN, e como a Legislação era omissa com relação a essa situação, ele permaneceu no serviço ativo e no exercício das funções de Chefe da Casa Militar do Governador, de 1963 a 1965 no Governo de Pedro Gondim, e até de 1967, no Governo de João Agripino, que era aliado de Pedro Gondim.

Ainda como Vereador e Chefe da Casa Militar, Pedro Belmont foi promovido a Major em 15 de dezembro de 1964.

Ainda no exercício da Chefia da Casa Militar, Belmont foi promovido a Tenente Coronel no dia 16 de dezembro de 1967.

Quando o Governo de João Agripino terminou, em março de 1971, o Tenente Coronel Pedro Belmont, na busca de aprimorar os seus conhecimentos profissionais, fez o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO), na Polícia Militar de Pernambuco, o que foi concluído no final daquele ano.

Depois de exercer as funções de Delegado da Polinter, da Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) e outras Delegacias Especializadas na Capital, e Comandar o 3º Batalhão, o Tenente Coronel Pedro Belmont deu continuidade ao seu aprimoramento técnico profissional frequentando o Curso Superior de Polícia (CSP) no Rio de Janeiro, em 1973.

De volta do CSP, o Tenente Coronel Pedro Belmont Comandou o Primeiro, e o Segundo e no dia 30 de janeiro de 1975 foi promovido ao Posto de Coronel, passando a exercer funções no Estado Maior da Corporação.

Durante o Comando do Coronel Adolpho Maia, quando o Coronel Clodoaldo Monteiro de Franca, que era o Subcomandante Geral, passou para a reserva, o Coronel Pedro Belmont assumiu essas funções, no dia 23 de abril de 1976.

No dia 14 de agosto de 1978 o Coronel Adolpho Maia, pediu exoneração do Comando da PM para tentar ser Candidato a Suplemente de Senador na chapa de Ivan Bichara, que tinha renunciado o Governo para disputar a eleição de Senador. Dorgival Terceiro Neto, o novo Governador, nomeou o Coronel Pedro Belmont para Comandar a Polícia Militar.

O Comando de Perdo Belmont

Esse Comando teve a duração de apenas 7 meses (14 de agosto de 1978 a 15 de março de 1979), mas dele destacamos algumas ações de ordem administrativas e outras de natureza operacional, as quais passamos a registrar

Realizações Administrativas

  - Reforma do Prédio do Ambulatório Médico da PM, na Rua da Areia;

 - Reformas em partes do prédio do 1º Batalhão, em particular no Rancho e na Garagem;

- Reforma do alojamento da Banda de Música;

- Reforma na Quadra de Esportes do 2º Batalhão;

 - Construção da Quadra de Esportes do 1º Batalhão.

 - Adoção de normas mais rigorosas para a aplicação do Fundo de Saúde, recurso financeiro formado pela contribuição compulsória de todos os integrantes da Corporação, inclusive dos inativos. Essas medidas deram mais transparência e efetividade na aplicação desses recursos;

- Aplicação rigorosa da Legislação que definia que os Policiais Militares que estivessem ocupando funções de Polícia Judiciária ou Magistério, deveriam ser agregados e os que ultrapassassem dois anos nessa condição deveriam passar para a reserva. Com adoção dessas medidas, durante o Comando de Belmont 164 Policiais Militares, entre Oficiais e Praças passaram para a Reserva Remunerada. 

Realizações na área operacional

Na área operacional, durante esse Comando foi iniciado o Policiamento de Trânsito Rodoviário nas vias estaduais. No Comado de Adolfo Maia sete Oficiais fizeram cursos de Especialização de Trânsito, promovidos pelo Ministério dos Transportes.

Era uma época de crise mundial do petróleo e o Governo pretendia reduzir o consumo de combustível com a implantação de policiamento rodoviário para impedir que os veículos circulassem em velocidade acima da permitida. Para esse fim foi incentivada a implantação de Policiamento nas rodovias estaduais.

No Comando de Pedro Belmont a Corporação recebeu veículos e equipamentos próprios para essa atividade. Assim, depois de firmado um Convênio com o DER, e da criação de Pelotões de Trânsito Rodoviário nos Batalhões do interior, teve início a execução dessa modalidade de policiamento nas áreas de Guarabira e Patos.

Infelizmente, por falta de reposição do material indispensável à execução desses serviços, eles tiveram pouca duração.

 No dia 16 de março de 1979, o Coronel Pedro Belmont passou o Comando da Corporação para o Coronel Severino Talião de Almeida, Oficial do Exército. Era o início do primeiro Governo de Tarcísio de Miranda Buriti.

Concluído o seu Comando, Pedro Belmont passou a exercer funções no Estado Maior da Corporação. Em 1981 Belcomnt concluiu o Curos de Ciências Jurídicas e Sociais e passou para a Reserva Remunerada, em 21 de março de 1983, depois de 35 anos de serviço, dos quais 8 no Posto de Coronel.  Mas, no mesmo ano ele voltou a prestar serviço à sociedade Paraíba, exercendo as funções de Secretário de Segurança Pública, de 1983 a 1987.

Um filho do Coronel Pedro Belmont, de nome Felix Humberto Belmont ingressou no Quadro de Saúde da PM, alcançou o Posto de Coronel e faleceu em um acidente de kitsurf no dia 12 de janeiro de 2013.

O coronel Pedro Belmont Filho faleceu no dia 2 de outubro de 2011, acometido de problemas cardiorrespiratório.

O Coronel Pedro Belmont foi o único Oficial da PM a exercer as funções de Chefe da Casa Militar, Subcomandante  Geral, Comandante Geral, e Secretário de Segurança Pública. Como se vê, era um homem de muito prestígio político, e que gozava de atenção, respeito e admiração de todos que com ele conviveram, pelo que externamos a nossa gratidão.   

  Veja também   O Comando do Coronel Glauber Cabral e a criação da Rádio Patrulha na Paraíba. O Comando de Adolfo Maia na Polícia Militar da Paraíba O Comando de Ozanan e o desenvolvimento dos recursos humanos da PM da Paraíba    

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2 Comentários em "O Comando do Coronel Pedro Belmont na PM da Paraíba"

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Jeferson
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Mais uma publicação rica em conteúdo e de alto valor histórico. Amante da nossa briosa, me satisfaz bastante a oportunidade de conhecer mais sobre ela.

Coronel, o seu livro lançado em 2013, “A Briosa”, está disponível para venda?