Um policial militar carismático, é como podemos definir Gilberto Simões de Araújo, que foi Sargento, Tenente e Capitão da Polícia Militar da Paraíba e que agora se encontra na reserva dessa Corporação, no Posto de Major.
Esse entusiasmado policial passou a maior parte do seu tempo de serviço ministrando instrução de Educação Física, praticando esporte, e em atividade operacional, sempre com muita vibração e exercendo com habilidade uma forma própria de liderança que lhe fez conquistar respeito, carinho, e admiração de todos os seus instruendos e comandados.
De forma breve aqui vamos abordar a vida militar dessa ilustre figura.
- Introdução
Nos cursos de formação dos policiais militares as atividades de educação física objetivam, de imediato, ensejar um condicionamento físico adequado às atividades práticas dos alunos no decorrer dos treinamentos.
Mas, na essência, essas atividades são voltadas para promover uma maior integração entre os participantes dos cursos e desenvolver o espírito de corpo. Uma das principais atividades voltadas para esse fim é a realização de competições esportivas.
Porém, paralelo aos jogos ou dinâmica de grupos que desenvolvem ou fortalecem a integração e o espírito competitivo de cada turma, são realizadas, por iniciativa do instrutor, de maneira formal ou não, alguns atos, por vezes engraçados, que ficam marcados para sempre na memória de cada integrante da turma. O êxito dessas atividades está na capacidade inventiva, no espírito de liderança do instrutor e na maneira de conduzi-la
Gilberto Simões era vocacionado para desenvolver esse tipo de trabalho.
Sempre brincalhão, disposto a ajudar, desenrolado, esperto, dotado de excelente condicionamento físico, o que demonstrava nas instruções que ministrava, Gilson era vibrador, comprometido com a corporação, disciplinado e disciplinador.
Com esses atributos Gilberto Simões de Araújo, foi, nessas atividades, como Praça e como Oficial, um exemplar Policial Militar, e angariou simpatia, respeito e admiração dos seus subordinados, iguais e superiores.
Na inatividade desde 2004, Simões ainda é muito conhecido e querido por Praça e Oficiais. É, sem dúvidas, um ser humano carismático. É sobre ele que, a seguir, focamos a nossa atenção, fazendo uma síntese da sua carreira como policial Militar.
- O Policial Militar Gilberto Simões.
Filho de Dona Iracema Simões e de Francisco Simões, Funcionário da Escola de Agronomia, instalada na cidade de Areia, na região do brejo paraibano, Gilberto Simões de Araújo nasceu no dia 4 de maio de 1951. Em 1971 a família Simões se mudou para João Pessoa, passando a residir no Bairro do Roger. Atleta desde os 17 anos, Gilberto Simões, seguindo os passos de Gilson, seu irmão mais velho, assentou praça na Polícia Militar no dia 10 de maio de 1975, passando a integrar a equipe de pedestrianismo da Corporação.
A família Simões tem diversos integrantes na Polícia Militar. Três irmãos de Gilberto também ingressaram na Corporação: Gilson, (Praça de 1974), Jonas (Praça de 1980), e José Simões. Gilson faleceu como Major, Jonas alcançou o Posto de Coronel e está na Reserva e José Simões é Sargento do serviço ativo.
Três filhos do Major Gilson Simões também se tornaram policiais militares: Elaine (Major), Eliel, (Tenente Coronel da Reserva) e Elielton (Sargento da ativa). Um filho de Gilberto, Cassimiro, é Major.
Em 1977 Gilberto concluiu o Curso de Sargento e durante 5 anos prestou serviço no Centro de Instrução, no Roger, e depois no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), em Marés. No início de 1982 ele passou a prestar serviço no 1º Batalhão.
Naquela época tinha muitos problemas com a prática de futebol na Praia do Cabo Branco, onde os banhistas se sentiam prejudicados pois aquelas peladas reduziam o espaço por eles ocupados na faixa de areia, e de vez em quando, um deles era atingido por uma bola. Por esse motivo foi criado um serviço destinado a conter tais abusos.
O Sargento Simões, durante muito tempo, comandou uma patrulha para esse fim e que ficou conhecida como “Operação Pega bola”. Os integrantes da Patrulha foram treinados a fazer salvamento e primeiros socorros e para apreender bolas até dentro d’água, quando os peladeiros tentavam fugir da ação da Polícia.
Era comum ser apreendidas mais de trinta bolas por dia, nos sábados e domingos. Com essas ações esse problema foi sanado e a operação desativada. Essas apreensões eram doadas às creches da cidade.
A paixão de Gilberto pelo esporte lhe fez fazer o Curso de Educação Física no IPÊ, o que foi concluído no final de 1981.
Em 1987 Gilberto frequentou o Curso de Aperfeiçoamento de Sargento, no então denominado Centro de Ensino da Corporação e no ano seguinte passou a prestar serviço no Pelotão Especial de Choque (PEC), instalado no Quartel de Cabedelo, sob o Comando do Capitão Givaldo Farias.
Embora criado informalmente como Pelotão, esse serviço contava com um efetivo aproximado de 300 homens. Gilberto Simões, na Graduação de 2º Sargento comandava fração de tropa e exercia atividades de Inteligência, na época conhecidos por Informações.
Nessas ações era executado levantamento de dados sobre tráfico de drogas e de crimes contra o patrimônio, com o objetivo de subsidiar operações de Pelotão de Choque, que também realizava policiamento ostensivo.
Gilberto sempre foi ligado à práticas esportivas, ministrava Instruções no Centro de Ensino, e integrava a equipe de Pedestrianismo da Corporação, como atleta e como treinador.
Seguindo o fluxo regular da carreira, Gilberto fez o Curso de Habilitação de Oficiais em 1993 e ingressou no oficialato, sendo promovido a 2º Tenente em 1994 e a 1º Tenente em 1997, passando a exercer funções pertinentes a esses Postos, com ênfase para a instrução de Educação Física.
Como Oficial Gilberto Simões prestou serviços no CFAP, agora parte orgânica do Centro de Ensino. Em setembro de 1999 ocorreu um movimento reivindicatório da PM no qual foram paralisadas diversas atividades da Corporação. Naquele período, Simões, que era Comandante do Corpo de Alunos do CFAP, Comandando quatro Turmas de Recrutas, garantiu a segurança dos Presídios da Capital e as guardas do 1º e do 5º Batalhão, por mais de quinze dias.
Nessas atividades a capacidade de liderança de Simões foi fundamental para o êxitos dessas ações uma vez que a sua tropa era muito pressionada pelos participantes do movimento.
Naquele período, Gilberto também foi Treinador do Cruzeiro de Mari, que estava planejando disputar o Campeonato de Profissionais.
Ainda no serviço ativo Gilberto foi treinador da Escolinha de Futebol do Clube dos Oficiais, por um longo período.
Promovido a Capitão no ano 2000, Gilberto permaneceu nesse Posto até 2004, quando passou para a reserva como Major, depois de prestar 30 anos de bons serviços à Polícia Militar.
Com 71 anos de idade, muita saúde física e mental, Simões continua a figura simpática de sempre. Em dezembro de 2022, recebi a sua honrosa visita na Caixa Beneficente, no setor de Assistência Jurídica aos Associados, ocasião em que tivemos uma longa conversar revivendo o tempo em que convivemos no serviço ativo da nossa briosa Corporação.
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