O maestro José de Souza Neves

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O maestro José de Souza Neves foi um notável músico da Banda de Musica da Polícia Militar da Paraíba, por onde já passaram renomados músicos que tiveram seus nomes consagrados nacionalmente, como são os casos de Severino Araújo, da Orquestra Tabajara e Moacir Santos, um dos mentores da bossa nova.

 Jurandir do Sax, que executa diariamente o bolero de Ravel, no por do sol do Jacaré, foi Sargento da Banda de Música da PM.

O Sargento Villôr, também da Banda de Musica, foi um dos mais prestigiados Maestros de Orquestra de Frevo da Paraíba, abrilhantando os carnavais dos Clubes Astrea e Cabo Branco, em João Pessoa, na época de ouro dos festejos monescos.  Nessas orquestras o Sargento Trompetista José Sobral Gouveia, tinha destacada autuação. Nesse mesmo nível artístico tivemos músicos, como Eraldo Gomes, Francisco Cabrinha, José Firmino, José Alves, e Francisco Paz, que também maestraram aquela banda, assim como o seu atual Maestro, o Major Alexandre Maracajá.

Citamos esses nomes apenas como exemplos de grandes músicos que integraram a Banda de Musica da PM/PB, um verdadeiro celeiro de virtuosos artistas.

Mas aqui queremos prestar uma singela homenagem a um dos mais capacitados Oficiais dentre os que foram Maestros dessa valorosa banda. Trata-se do Capitão José de Souza Neves, de quem registraremos, de forma sintética, alguns dados sobre a sua vida profissional..

 José de Souza Neves, natural de Bonito de Santa Fé, no alto sertão Paraibano, nasceu no dia 5 de fevereiro de 1933 e ingressou na Polícia Militar, no dia 15 de abril de 1957, como Soldado da Banda de Música, aonde, pouco depois foi promovido, por concurso, a 3º e a 2º Sargento.

Depois de 8 anos como praça, José Neves alcançou o Oficialato, sendo promovido a 2º  Tenente no dia 11 de junho de 1965, 1º Tenente em 18 de outubro de 1967 e Capitão em 7 de fevereiro de 1969. Durante muitos anos José Neves foi Maestro de Banda de Música da PM.

Os elevados conhecimentos da arte musical de José Neves lhe tornaram um nome de referência nessa área no âmbito de Polícia Militar, e lhe fizeram conquistar admiração e respeito de todos que com ele conviveram, em particular os integrantes da Banda de música.

José Neves foi autor de diversos dobrados, entre os quais citamos: Meu Brasil/Portugal; Exaltando o civismo e Dobrado Coronel Antônio Farias. Ele tocava diversos instrumentos, mas tinha preferência pelo violão, o que o fazia muito bem, segundos lembra companheiros da PM que gozaram da sua amizade.

Depois de formando em Ciências Jurídicas, pela UFPB, José Neves foi aprovado em concurso Público para Promotor de Justiça e ingressou nessa careira no dia 27 de agosto de 1982, onde foi aposentado em 2003.

No dia 30 de dezembro de 2021, aos 88 anos de idade, faleceu o nosso maestro e jurista, amante da arte musical, e ser humano de fino trato deixando muitas saudades ao seu vasto número de amigo

Encontrei no Facebook  um texto que faz uma homenagem ao Capitão José de Souza Neves, no qual são registrados dados relativos a vida  desse valoroso músico nos seus tempo de jovem  na cidade de Bonito de Santa Fé.  Por considerar relevante aos nossos  objetivos com este artigo, passamos a transcrever o texto em alusão.

José Neves, um maestro incessante da cultura musical.

                                                                    Por: Jansen Furtado

                                                           Edição de Texto: Suélytton Ferreira

          José de Sousa Neves filho de João Pedro das Neves “Seu Dodô” e de Ana de Sousa Lacerda “Nanzinha”, nasceu no dia 05 de fevereiro de 1933, natural de Bonito de Santa Fé - PB.

           Seu primeiro aprendizado escolar foi com o professor Mozart Rodrigues, que além de ter lhe ensinado o curso didático do ensino normal, também lhe ensinou música, - o professor Mozart Rodrigues tinha o conhecimento musical, naquela época ensinavam-se noções de música na escola, o aluno tinha que praticar aulas de cânticos e solfejo – alguns alunos desistia de estudar, porque o professor exigia muito dos alunos, principalmente nas lições que tinham que entoar (cantar afinado). José Neves que já tinha o interesse por música se dedicou bastante, sonhava em tocar um instrumento musical. Da escola de Mozart Rodrigues, ele conheceu Antonio Benedito recém-chegado da cidade de Itaporanga - PB e conservou uma grande amizade, tanto foi assim, que os dois se encontraram anos depois na Banda de música da Polícia militar.

          No decorre de sua juventude em Bonito, Zé Neves (como era conhecido), dedicou-se com a teoria musical a tal ponto que já tinha um bom conhecimento em arranjos, até para compor músicas dos gêneros musicais como; dobrado, frevo, chorinho e samba que estava no sucesso naquela época. Em companhia de Antônio Benedito, Antonio Paulino e outros músicos, Zé Neves criou uma orquestra para tocar nos bailes que acontecia durante o final de semana em Bonito. Com o surgimento da orquestra veio cada vez mais inspiração, tanto Antônio Benedito como Zé neves faziam arranjos, chegando ao ponto de disputar as composições, ou seja, quando Zé Neves estava instrumentando um frevo, Antônio Benedito fazia outro, e assim ficava a disputa, mas, sempre na amizade musical. Cada um procurava apresentar alguma música diferente e com perfeição, respeitado a métrica musical. Os dois juntos tinham muitas composições, infelizmente o tempo apagou tudo. O músico Antônio Paulino ainda lembra-se de algum dobrado, frevo e chorinho de Antônio Benedito, ele ainda recorda e solfeja o dobrado que o mesmo ofereceu ao secretário da prefeitura de Bonito, Manoel Pereira. O instrumento preferido de Zé Neves foi o violão, Antonio Paulino também recorda das serenatas que ele e Zé Neves faziam nas calçadas das antigas ruas de Bonito sempre acompanhados de bons amigos. Zé neves se dedicou também ao trombone de varas, instrumento doado de presente por uma de suas tias, naquele tempo era muito raro alguém possuir um instrumento musical, primeiro vinha a condição financeira e depois não se encontrava instrumento fácil para comprar, só tinha em Recife – PE. Zé Neves também participou como músico na banda do município tocando trombone ou bombardino em dó, seu regente foi Neco Bastião.

            Com muita vontade de estudar, sua tia Dulcinéia o levou para João Pessoa - PB, em Bonito já não tinha ensino suficiente para o rapaz que se tornaria um dos grandes maestros da Paraíba. Saiu de bonito com apenas o “admissão ao ginásio”, tratava-se de uma espécie de enciclopédia que unia vários assuntos didáticos; noções de aritmética, ciências, português, história e geografia. Zé neves queria prosseguir com a música, então veio logo a ideia de entrar para as fileiras militar, e assim o fez, incorporando depois do curso de soldado, na Banda de Música da Polícia Militar. Zé Neves pretendia ir mais longe, matriculou-se no colégio Liceu Paraibano onde conseguiu terminar o ensino secundarista.

J          José de Sousa Neves ingressou na Polícia Militar da Paraíba como soldado entre o final dos anos 50 e o começo dos anos 60 (não sabemos a data precisa), seguiu as patentes de 3º Sargento, 2º Sargento, 1º Sargento, Subtenente, 2º Tenente, 1º Tenente e Capitão diretor das bandas de músicas da Polícia Militar, período em que compôs as suas melhores músicas, entre elas, destacaram-se os dobrados; Coronel Farias, Comandante Macário, Governador Tarcísio de Miranda Burity, Gov. Wilson Braga, Paraíba no Frevo, Pout- Porrit de dobrados; Homenagem  Ao meu Brasil e Portugal,  Uma mensagem a Pátria, Enfatizando o civismo Brasileiro, o pout-porrit de maxixes; Rio Antigo, Meu Sertão, Dorinha e o Hino de Bonito de Santa Fé -´PB, foram todas gravadas em LP.  O maestro José Neves compôs inúmeras músicas (não obtivemos fonte de todas as suas músicas), entre arranjos de música popular como: “Concertos para um verão” e também dobrados, frevos, valsas e chorinhos. Destacamos um de seus choros que ele compôs e ofereceu ao seu colega Sgt. Perciliano em Campina Grande - PB: “Perciliano com o clarinete”. Ainda na polícia militar José Neves submeteu-se a um curso de maestro na cidade do Recife- PE juntamente com mais três alunos e uma aluna. O maestro participou de inúmeros consertos musicais em nossa capital João Pessoa, também participou com a banda da polícia de concursos de bandas de música no Recife e Brasília Distrito Federal, onde, recebeu o título de melhor maestro e a banda de música, melhor apresentação musical, a banda tocou o concerto do maestro Carlos Gomes, “O Guarani” decorado.

         O maestro José Neves era dedicado a leitura, sempre admirou a poesia e gosta de literatura. Dedicou-se aos estudos e formou-se em bacharel em direito pela UFPB. Através de concurso publico foi Promotor de Justiça do Estado da Paraíba.

          Em 1999 retornou a Bonito de Santa Fé com o intuito de reativar a escola de música e a banda do município. O maestro José Neves formou uma turma de alunos músicos, temos a relação de alguns de seus alunos: Caubí Donato do Nascimento (trombone), José Danilo de Arruda Almeida (trompete), João Paulo de Freitas (trompete), Pedro Pereira Gonzaga Neto (clarinete), Adjany Timóteo Vieira (Clarinete), Ítalo Dammon Leandro Carvalho (clarinete), Josefa Cíntia de Freitas (clarinete), Paulo Ferreira Gomes (clarinete), Cícero Xavier Pereira (sax alto), Poliana Sefra Braga (sax alto), Francisco Joaquim de Oliveira Neto (sax alto), Danielle de Sousa Alencar (sax tenor), José Carlos de Sousa Caju (contra baixo, depois sax tenor), Cícero Pereira Barros (trompa), Francisco de Assis da Silva (trompa), Odaércio Jorge Barreto de Morais (tarol), José Irlan Catarina de Sousa (bombo), Luciélio Tenório da Silva (pratos) e Ivo Pinto Ramalho Neto (tarol). O maestro José Neves juntou os músicos antigos com a nova banda, sendo os seguintes participantes: Manoel Camilo de Sousa “Neon (sax tenor), Arnaldo Lucena Clemente (trombone), José Jansen Furtado (trombone), Antonio Wedson de Arruda Silva (trompete), Antonio Lucena Clemente (Trompete), Domingos Sávio Feitosa Pinto (clarinete), Domingos Sávio Ponciano de Oliveira (clarinete), João Furtado de Araújo “Lenoir” (sax alto), Domingos Sávio Neves (sax alto), José Teodósio da Silva “Zé de Jorgia” (tarol), Antonio Paulino (bombo), Antonio Pedro Neto (surdo) e Geraldo Bento Brito (pratos e pandeiro). O maestro José neves depois voltou para João Pessoa e deixou a escola conosco, Danilo Arruda e Jansen Furtado que continuou ensinando música, dessa turma sugiram dois alunos que conseguiram tocar na banda “Os Amantes da Lira” Egildo Gregório Neves (sax alto) e Irismar de Sousa Neves (trombone), ambos, sobrinhos do maestro.

          Durante o período entre os anos 1999 a 2006, O Capitão José de Sousa Neves, contribuiu com muitos eventos festivos da nossa terra, abrilhantando com a banda de música a festa do Padroeiro Santo Antônio de Pádua, Desfiles cívicos de 07 de Setembro e do aniversário de Bonito de Santa Fé sua terra natal.

                                   AGRADECIMENTOS

        Viemos aqui em nome de toda uma história de grandeza na música já vivida por nossa cidade e pelos músicos que por aqui em parcela contribuíram para a construção da mesma, agradecer a todos as pessoas que nos ajudaram direta ou indiretamente nos enviando suas fotos ou até mesmo as confiando a nós para que pudéssemos Scannear as mesmas, durante uma semana que antecedeu essa data de 15 de novembro, 79 anos de Emancipação Política de nossa cidade Bonito de Santa Fé - PB o atual Maestro da Banda Filarmônica Capitão José de Sousa Neves, “Subtenente PM Jansen Furtado”, eu “Suélytton Ferreira” e Francisco Furtado (Editores de Texto), nos empenhamos em todos os dias estarmos fazendo uma postagem “dia” resgatando um pouco dessa história que se encontrava apagada, sem relatos ou se quer uma simples história. Nessa semana em parte também se iniciou uma pequena mais importante luta para trazer as novas gerações um pouco da história já vivida por esses músicos e maestros que por aqui passaram, assim encerro os agradecimentos pedindo a nosso bom Deus que continue a nos abençoar nessa longa jornada que outra hora só começou e nos dê força, garra e sabedoria para continuar a passar os ensinamentos aqui adquiridos para mais e mais alunos, para que essa chama agora que depois de reascendida jamais volte a se apagar.

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