Os antecedentes da criação da Rádio Patrulha na Paraíba, mesmo que ......

Analisar os antecedentes da criação da Rádio Patrulha na Paraíba, mesmo que de forma superficial, permite se perceber o avanço que representou a implantação desse serviço em 1973 e os benefícios que ele trouxe para a sociedade paraibana. Para isso é necessário se conhecer a forma como era executado o policiamento ostensivo na Paraíba até então. É o que buscamos fazer neste trabalho

Até o início da década de 1970 o policiamento ostensivo em todo Estado da Paraíba executado pela Policia Militar consistia basicamente nas atividades desenvolvidas pelos efetivos Destacados no interior e nos Postos de Polícias nas cidades de maior porte. Em razão da escassez de efetivo da Força Pública, desde o final do século XIX até o final da década de 1940 eram feitos policiamentos a pé em alguns poucos pontos de cidade.

De 1912 ao início da década de 1950 a Guarda Civil, que teve outras denominações ao longo desse período, exerceu o policiamento ostensivo na Capital, mas de forma precária por conta do seu pequeno efetivo.

Durante muitos anos a Guarda Civil era Comandada privativamente por Oficiais da Polícia Militar.

Com o aumento de automóveis circulando na cidade de João Pessoa,, foi criada, em 1930, a Inspetoria de Veículo, formada por um grupo de apenas 13 Inspetores. No ano seguinte essa Inspetoria foi extinta, juntamente com a Guarda Civil. Todo efetivo desses órgãos extintos, que totalizava 150 homens, passou a integrar a Guarda Cívica, que foi criada naquela oportunidade. A Inspetoria de Veículo, que passou a ser denominada de Inspetoria de Trânsito, rapidamente cresceu e chegou a um efetivo previsto de 180 homens em 1933, passando a ser Comandada exclusivamente por um Oficial da PM.

Essa Inspetoria foi incorporada à Delegacia Especial de Trânsito que tinha as mesmas funções que atualmente tem o DETRAN. Durante muitos anos o Delegado de Trânsito era um Oficial da PM e funcionava em um prédio conhecido por Castelinho, situado na Praça Bela Vista, em Cruz das Armas.

Em 1954 o restante do efetivo da Guarda Cívica, com um efetivo previsto de 180 homens, foi incorporado à Delegacia de Vigilância de Costumes, que foi criada naquele ano.

Em 1957 foi criado, na Capital e em Campina Grande, o Serviço de Cosme e Damião, executado por duplas de Policiais Militares, com uso de bicicletas. Essa atividade teve pouca duração.

No começo de década de 1960 houve modificações na estrutura da Secretaria de Segurança, que tinha passado por diferentes denominações, Foram baixadas normas que ampliavam a quantidade de Delegacias na Capital e no interior. Na Capital foram criadas as Delegacias de Ordem Econômica e Social e a Delegacia Especial de Polícia Internacional (Polinter).

Naquela época, na cidade de João Pessoa, já existiam outras Delegacias Especializadas, e todas funcionavam no prédio localizado na Praça Rio Branco, esquina da Rua Duque de Caxias com a Rua Conselheiro Henrique. Naquele local, já denominado de Central de Polícia, também, existia um espaço para detenções provisórias.

Para dar suporte às atividades dessas Delegacias foi criado um serviço de transporte de pessoas detidas nos Postos Policias e executar rondas de forma esporádica.

Era um grupo de policiais civis e militares, transportados em uma Camionete tipo Jipola,, sem equipamento de rádio transceptor, que ficava na Delegacia no aguardo de chamados, feitos na maioria das vezes pelos Comandantes dos Postos Policiais ou de outras autoridades, e, poucas vezes, por outras pessoas.

Esse serviço, mesmo sem a viatura contar com o equipamento de Rádio Transceptor e sem dispor de uma central de controle, era conhecido por Rádio Patrulha, provavelmente copiando uma terminologia já adota nas polícias de outros Estados, mas que já contavam com os equipamentos de comunicações nas viaturas.

Esse serviço perdurou até 1973 quando teve início o policiamento de Rádio Patrulha executado exclusivamente por policiais militares. Paralelo a esse serviço, a partir de 1969, começou a ser executado o Policiamento Ostensivo a pé, e o Policiamento de Trânsito, em João Pessoa e Campina Grande.