As realizações do Comando do Coronel Ramilton Cordeiro é um relato das principais ações administrativos desenvolvidas no âmbito da Polícia Militar da Paraíba, relacionadas com a capacitação dos recursos humanos, aquisição de meios matérias e ações no campo operacional desenvolvidas durante o período de 3 de março de 1998 a 2 de janeiro de 2003.
Inicialmente expomos uma síntese da carreira militar do Coronel Ramilton Cordeiro de Morais, até o momento em que ele assumiu o Comando da Corporação. A partir de então, transcrevemos um depoimento pessoal desse Oficial, no qual ele relata, de forma breve, essas realizações.
É o que passamos a fazer. ( Veja o vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=RaLL3qjtrEM
O Coronel Ramilton Cordeiro de Morais exerceu as mais importantes funções no âmbito da Polícia Milita da Paraíba durante as duas últimas décadas do século XX. Naquele período ele foi Chefe da Casa Militar, Subcomandante Geral, Assistente Militar do Presidente do Tribunal de Justiça e Comandante Geral.
Nascido no dia 11 de dezembro de 1951, em João Pessoa, Ramilton Cordeiro é filho do falecido Coronel Raimundo Cordeiro de Morais e Dona Josefa Sobral de Morais, Dona Zelí.
Ramilton estudou o Curso Primário no Colégio Antônio Pessoa, localizado na Avenida B. Rohan, perto da casa dele, na Rua do Riachuelo e em seguida fez o Curso Ginasial no Colégio Liceu Paraibano.
No dia 6 de março de 1968 o jovem Ramilton ingressou na Polícia Militar após ser aprovado no Concurso para o Curso de Formação de Oficias. O Curso foi realizado na Polícia Militar de Pernambuco e concluído no dia 11 de dezembro de 1970, data em que Ramilton completou 19 anos de idade.
Concluído o CFO, o Aspirante a Oficial Ramilton Cordeiro, foi transferido, em janeiro de 1971, para o Segundo Batalhão, sediado em Campina Grande a ali permaneceu até 1982. Nesse período ele foi promovido aos Postos de Segundo e Primeiro Tenente, Capitão e Major, exercendo as funções correspondentes aos Postos alcançados, inclusive, em 1973, foi o primeiro Comandante da Rádio Patrulha naquela cidade.
Promovido a Capitão em agosto de 1977, Ramilton fez o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, na Polícia Militar do Ceará, em 1981 e em abril de 1982 foi Promovido ao Posto de Major e transferido para o Quartel do Comando Geral onde passou a exercer funções no Estado Maior Geral da Corporação.
Naquele período em que prestou serviço em Campina Grande, Ramilton Cordeiro concluiu o Curso de Ciências Economias na Universidade Estadual, sediada em Campina Grande, onde, depois ele foi Professor durante 10 anos.
No dia 6 de junho de 1972 o Tenente Ramilton Cordeiro se casou com Janete Coelho Pessoa. Expressando seu orgulho de ser policial militar, o Tenente Ramilton Cordeiro se casou fardado em que solenidade que seguiu todo ritual militar.
Desse casamento nasceram três filhos: Rodrigo, (Promotor de Justiça no Rio Grande do Norte) Ramon (Advogado) e Rafaela ( Advogada e Universitária de Medicina)
Em março de 1985 o Major Ramilton Cordeiro voltou à Campina Grande em razão de ter sido designado como Subcomandante do Segundo Batalhão e ali permaneceu até o final daquele ano, quando voltou ao Comando Geral.
Em 1986, Cordeiro fez o Curso Superior de Polícia, na PM do Rio Grande do Sul, sendo promovido a Tenente Coronel em dezembro do mesmo ano.
Nesse Posto, em janeiro de 1987, Ramilton Cordeiro, atendendo a convite do Governador Tarcísio Buriti, foi nomeado para as funções de Chefe da Casa Miliar. Depois de três anos nessa função ele foi promovido a Coronel no dia 21 de agosto de 1990.
Terminado o Governo de Tarcísio Buriti, o Coronel Ramilton Cordeiro, passou a ocupar a função de Subcomandante da Polícia Militar, a convite do Governador Ronaldo da Cunha Lima. Nessa função ele permaneceu até 1994. Naquele período (1991/94) o Comandante Geral era o Coronel João Batista de Souza Lira.
Em seguida o Coronel Ramilton Cordeiro foi designado para a função de Assistente Militar do Presidente do Tribunal de Justiça, o Desembargador Elias Queiroga, ali permanecendo até janeiro de 1996. Naquele ano o Coronel Cordeiro concluiu o Curso de Direito na Universidade IPÊ.
De volta ao Quartel, o Coronel Ramilton Cordeiro foi designado para a função de Assistente do Comandante Geral, que era o Coronel Américo Uchôa.
Na busca de novos conhecimentos aplicáveis à Administração Pública, o Coronel Ramilton Cordeiro, em 1997, participou do Curso de Planejamento Estratégico Setorial, (PES), ministrado por Carlos Matheus, ex-ministro da Fazendo do Chile. O curso foi realizado nas dependências do Banco Central do Chile, em Isla Negra, uma ilha no território Chileno.
De volta ao Brasil, o Coronel Ramilton Cordeiro reassumiu as funções de Assistente do Comandante.
No dia 3 de março de 1998 o Coronel Ramilton Cordeiro de Morais foi nomeado pelo Governador José Maranhão para assumir o Comando da Polícia Militar, recebendo essa função do Coronel Américo José Estrelas Uchôa. Nessa função o Coronel Ramilton Cordeiro permaneceu até o dia 2 de janeiro de 2003, quando foi substituído pelo Coronel José de Lima Irmão.
Depoimento do Coronel Ramilton Cordeiro
Síntese do depoimento do Coronel Ramilton Cordeio de Morais, prestado no dia 7 de junho de 2023, que foi gravado em vídeo e está publicado no Canal do Youtube Batista Lima.
Veja o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=RaLL3qjtrEM
Registro o empenho do Coronel Batista que, em um trabalho quase que solitário, visando preservar a memória da PM, é a instituição pública mais antiga do nosso Estado.
- Foi muito bom poder substituir o Coronel Uchôa, meu colega da Turma de Aspirantes 1970, um dos melhores quadros da PM, e pessoa humana de qualidades raras.
- Agradeço ao Ex Governador José Maranhão pelo convite formulado, e dizer que, ao contrário do que se propagou , ele prestigiou a PM, na medida em que manteve a sua autonomia – inclusive com relação ao Gabinete Militar – apoiou o HGER, designou Oficiais da PM para direção e assessoramento de órgãos como o DETRAN e DER, entre outras ações de governo.
- A escassez de recursos sempre foi uma das dificuldades que todos os Comandante Geral. enfrentaram. Pelas declarações do Coronel Sérgio (atual Comandante), parece que nos últimos anos o quadro mudou radicalmente, graças, sobretudo ao aporte de recursos federais, via FNSP.
- Pois bem, considerando o cenário da época em que estive a frente do Comando, inicialmente procurei dar continuidade ao que vinha sendo realizado pelo Coronel Américo Uchôa, mas tive que eleger algumas prioridades. Por razões óbvias, a primeira foram os Recursos Humanos. Para alcançar esse objetivo se fazia necessárias informações mais precisas sobre o nosso quadro de pessoal.
- Recursos Humanos
Com a implantação do SISPM a DP se modernizou, e alguns registros, que ainda eram manuscritos, como cadastro e fichas pessoais, foram todos informatizados, bem como o Boletim Geral da PM.
Foram incluídos mais de 2.000 soldados e 102 oficiais no QOSPM.
O CE se tornou referência nacional, vários Cursos, além dos tradicionais de formação, foram introduzidos, como Gerenciamento de Crises, Abordagem Policial, Direitos Humanos e Polícia Comunitária, Tiro (Giraldi), Proerd, curso de direção defensiva, entre outros.
Para o CFSd passou a ser exigido o 2º grau completo, a CNH, e o concurso foi realizado pela COPERVE.
O CFO foi obteve o reconhecimento do Conselho Estadual de educação, como curso de nível superior.
Foi sancionada a Lei 7.165, de 02/10/2002, que fixou o efetivo previsto em 15.965, o que possibilitou a promoção de cerca de 130 oficiais e centenas de praças, além de podermos realizar novos , pois o efetivo previsto na lei anterior já estava praticamente completo.
Na referida Lei, a Gratificação de Habilitação Policial foi recriada com um percentual de 100%, extensiva do soldado ao coronel, ativos e inativos.
A saúde da tropa foi também priorizada com as melhorias implantadas no HGER, e em todos os ambulatórios da PM.
O Fundo de saúde foi regulamentado.
Podemos citar ainda a criação do Manual de Sindicância, de Trabalho de Comando, e do Regimento Interno do HGER.
Foram instituídas as Medalhas do Mérito Acadêmico Cel Ademar Naziazene, Gen. Aristarco Pessoa e Cruz de Sangue, como mais uma forma de homenagear policiais e bombeiros militares que se destacassem nas diversas atividades realizadas pela Corporação.
- Logística
Com relação às instalações físicas poucas obras foram edificadas. Mesmo assim, além da restauração do QCG, foi iniciada a construção do ginásio de esportes do CE, foi adquirido pelo Governo do Estado outro ginásio de menor porte nas imediações no Cordão Encarnado, vários melhoramentos nas instalações do Regimento de Cavalaria, e a construção do stand de tiro do CE.
Foi renovado todo o instrumental das Bandas de Músicas da Corporação (João Pessoa e Campina Grande)
Foram adquiridas cerca de 400 viaturas para a PM e 58 para o CBM (que ainda era orgânico da PM).
Adquirimos as primeiras pistolas .40 e fuzis calibres 5,56 e 7,62
O COPM foi modernizado, e foi instalado o sistema truncking de comunicação via rádio, que segundo documento expedido pela Motorola, a PB foi o primeiro do Brasil a usar esse sistema. Foi possível renovar
- Operações (atividade-fim)
Com essas medidas podemos observar uma melhoria na qualidade do policiamento ostensivo, nas suas diversas modalidades, embora na época ainda não havia uma ferramenta para medir e avaliar resultados de forma mais adequada.
Além do estímulo à Polícia Comunitária, foi criada a Ciclo Patrulha e a Patrulha Escolar.
O Gate, o Choque e a Cavalaria foram priorizados.
Foi elaborado um projeto piloto visando preparar a tropa para a lavratura do Termo Circunstanciado
- CBM
O Corpo de Bombeiros ainda era orgânico da PM, e em todo Brasil avançava o processo de desvinculação.
Além da aquisição de viaturas, da criação do Resgate (quando ainda não existia o SAMU), da criação e regulamentação do FUNESBOM, foi dada especial atenção ao preenchimento dos claros de graduados e oficiais, o que certamente facilitou o processo de independência ocorrido em 2008
- Conclusão
Hoje, pelas declarações do Coronel Sérgio, graças a Deus a corporação não tem enfrentado dificuldades com a aquisição de uniformes, armamento, munição, viaturas, e outros equipamentos, dificuldades que praticamente todos os companheiros que me antecederam tiveram que enfrentar.
Portanto, a saída naquela época para enfrentar uma terrível escassez de recursos (ainda não existia o FNSP), foi necessário focar nos temas já comentados, sobretudo na qualificação dos recursos humanos, que é a principal peça dessa complexa engrenagem que é a nossa PM.
Veja também O Coronel Américo Uchôa e a criação da Cavalaria na PM/PB O Coronel João Batista de Souza Lira no Comando da PM da Paraíba O Comando do Coronel Marcelino e o Sistema de Ensino da PM/PB
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3 Comentários em "As realizações do Comando do Coronel Ramilton Cordeiro"
Excelente conteúdo e mais um registro histórico da BRIOSA. Parabéns Cel Batista pelo trabalho, bem definido elo Cel Cordeiro. Tenho orgulho de ter vivido, nos bastidores, a parte final do Comando do nobre Cel Cordeiro, guardo excelentes lembranças e aprendizados que me ajudaram tanto na vida militar como privada. Ten BM RR Celio.
O Coronel Cordeiro foi o responsável pela informatização da PMPB. Foi falado do SisPM, que foi a plataforma que substituiu todas as fichas de papel do efetivo, mas foi muito mais… Todas as Unidades e subunidades receberam computadores e links de internet, toda a parte de pessoal, logística e cadastro de ocorrências passou a ser feita via computador… Foi um salto enorme de tecnologia que a PM fez, e um protagonismo no Estado, pois por muito tempo a PM tinha o que era de mais moderno em termos de tecnologia da informação.
Obrigado Célio.Solicito que continue compartilhado nossas publicações