Eurivaldo Caldas é o patrono da Academia Paraibana de Escritores Militares Estaduais

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      Eurivaldo Caldas é o patrono da Academia Paraibana de Escritores Militares Estaduais, por escolha dos sócios fundadores dessa agremiação, o que ocorreu no final do mês de março de 2021. Aqui vamos expor os dados sobre essa ilustre figura, que justificam essa escolha. É o que passamos a fazer.

No dia 29 de março de 2021 foi fundada a Academia Paraibana de Escritores Militares Estaduais, com aprovação do Estatuto e eleição da Primeira Diretoria, que tem como Presidente o Coronel BM da Reserva Remunerada Valber Tavares Rufino, e como Vice-presidente o Coronel PM da Reserva Remunerada, Wolgrand Lordão Pinto Junior. 

Aquela data foi escolhida previamente pelos fundadores da nova agremiação para coincidir com o dia que marcou a passagem do primeiro centenário de nascimento do Conego Eurivaldo Caldas Tavares, que foi escolhido como Patrono da entidade.  

Para justificar essa escolha se levou em consideração que Eurivaldo Caldas Tavares foi um Sacerdote que exerceu as funções de Capelão da Policia Militar da Paraíba durante doze anos, além de ter sido Escritor, Filósofo, Professor, Historiador e Secretário de Educação de João Pessoa, entre outros relevantes atributos.

Em 1969, Eurivaldo Caldas Tavares, aos 48 anos, e com a carreira acadêmica e literária consolidadas, prestava serviço na Secretaria de Justiça exercendo as funções de Assistente Religioso na Penitenciaria Modelo. No dia 4 de fevereiro daquele ano Eurivaldo Caldas foi contratado por três anos, para exercer as funções de Capelão da Polícia Militar, no Posto de Capitão. 

Em 1969, a Inspetoria Geral das Policias Militares (IGPM), órgão do Estado Maior do Exercito que controlava as instruções, os efetivos, e o armamento das Policias Militares de todo o Brasil, recomendou que essas corporações levantassem dados sobre os seus históricos. O Capitão Eurivaldo Caldas foi o encarregado dessa tarefa na Paraíba.

Preliminarmente ele fez um levantamento dos períodos de Comando e buscas das fotografias de cada Comandante, a partir de 1912. Com esses elementos ele propôs, ao Comandante, Coronel Ozanan de Lima Barros, a criação da Galeria de Ex-comandantes, que foi inaugurada em 10 de outubro de 1970.

No começo de 1971, já no Comando do Coronel Glauber Cabral de Vasconcelos, tiveram início as pesquisas de Eurivaldo Caldas referentes ao histórico da PM da Paraíba, analisando as fontes históricas primárias do arquivo dos Governadores. Depois de mais de quatro anos de exaustivo, competente e robusto trabalho de pesquisa, o Capitão Eurivaldo Caldas procedeu ao levantamento dos dados que lhe permitiram estabelecer a linha básica para a formulação do histórico da Corporação, desde a sua origem até o início do século XX.

Essa pesquisa, em 1977, foi transformada na substanciosa obra “Século e Meio de Bravura e Civismo”, com edição esgotada.

Desde 1935 a PM da Paraíba comemorava o dia 10 de outubro como data da sua criação, o que teria ocorrido em 1831. Com base nos dados colhidos nessa pesquisa, o Capitão Eurivaldo Caldas concluiu que a PM da Paraíba foi criada no dia 3 de fevereiro de 1832. 

Por essa razão Eurivaldo Caldas, em junho de 1976, encaminhou uma extensa e fundamentada exposição de motivos, ao Comandante Geral, o Coronel Adolpho Maia, propondo a mudança da data de comemoração do aniversário da Corporação para o dia 3 de fevereiro.

A proposta foi submetida à apreciação do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, que constituiu uma Comissão de Historiadores para esse fim.

Com o parece favorável dessa Comissão, o Comandante Adolpho Maia, acatou a proposta de Erivaldo e através de uma Resolução, mudou a data de Comemoração do aniversário da Corporação para o dia 3 de fevereiro, o que começou a ser feito em 1977.

Concomitantemente a essas pesquisas, Eurivaldo Caldas exerceu as funções de Relações Públicas e Serviços Sociais da Corporação, Secretário do Comandante Geral e Diretor da Escola Regimental, que ensinava os policiais de baixa escolaridade.

Além dessas tarefas, Eurivaldo programava e executava atividades referentes à pascoa dos militares assim como o batismo e primeira comunhão dos filhos de policiais. Eram também celebrados casamentos de policiais e missa no pátio interno do Quartel, nos sábados, além de realização palestras sobre temas religiosos e éticos profissionais para policias e seus familiares.

Findos os três anos do contrato como Capitão, Eurivaldo foi novamente contratado, agora no Posto de Major, no dia 6 de junho de 1972.  Em junho de 1977 ele passou à disposição do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, motivo pelo qual ficou agregado.

No dia 9 de fevereiro de 1981 Eurivaldo Caldas, aos 59 anos de idade e 12 anos de serviço, sendo 9 anos no Posto de Major, passou para a reserva remunerada, de forma compulsória, de acordo com o que define o Estatuto do Pessoal da Polícia Militar.

Vê-se, pois, que o Major Eurivaldo Calda Tavares prestou relevantes e qualificados serviços à Polícia Militar da Paraíba.

O seminarista Thiago Jonas Brito de Carvalho, assessor do Padre Cícero Salvador, atual Capelão da Policia Militar, fez um apanhado iconográfico (Que ilustra este texto) e escreveu uma síntese da vida do Conego Eurivaldo, que nos permite uma visão da grandiosidade dessa inolvidável figura, trabalho esse que a seguir transcrevemos.

     Uma síntese do perfil religioso e intelectual de Eurivaldo Caldas

                                                                                             Thiago Jonas Brito de Carvalho

Monsenhor Eurivaldo Caldas Tavares nasceu no dia 29 de abril de 1921, na cidade de João Pessoa, sendo o quarto filho de Dr. Eurípedes Tavares e Dona Maria das Dores Caldas Tavares. Foi batizado na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes em 22 de agosto do mesmo ano de seu nascimento. Fez seus estudos primários no Grupo Escolar “D. Pedro II”, concluindo-os no Grupo Escolar “Thomaz Mindelo”, em 1932.

 Matriculou-se, em 1933, no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, onde concluiu o curso ginasial e colegial em 1937. Cursou o primeiro ano de Filosofia no Seminário de Olinda, e o restante no Seminário paraibano, onde concluiu os estudos filosóficos e teológicos. No Seminário Arquidiocesano da Paraíba, laureou-se em Filosofia (1939) e em Teologia (1943), sob a orientação do grande Reitor Mons. José Tibúrcio de Miranda.

No dia 4 de março de 1944, na catedral metropolitana, foi ordenado sacerdote, pelas mãos do arcebispo Dom Moisés Coelho.

Em 1950, foi nomeado cônego honorário do Cabido Metropolitano e em 1998 recebeu o título de Monsenhor Capelão Papal.

Dedicou-se ao magistério, inicialmente, como professor, lecionando Latim, Religião e Língua Francesa em diversos colégios de Campina Grande, Sapé e João Pessoa. É professor-fundador da Universidade Autônoma de João Pessoa (UNIPÊ).

Foi secretário de Educação da Prefeitura de João Pessoa; Diretor da Escola Regimental da Polícia Militar da Paraíba; Professor Adjunto da Universidade Federal da Paraíba. 

Exerceu as funções de: Capelão do Colégio Diocesano Pio XI, de Campina Grande; Capelão do Hospital Regional Dr. Sá Andrade, de Sapé; Pároco da cidade de Sapé; em João Pessoa, foi Pároco da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Capelão do Hospital Napoleão Laureano, Capelão da Penitenciária Modelo, Capelão do Externato Santa Dorotéia, Major Capelão da Polícia Militar da Paraíba e Capelão do 1º Grupamento de Engenharia de Construção.

Foi sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (1974), da Academia Paraibana de Letras (1980), do Instituto de Genealogia e Heráldica, da União Brasileira de Escritores.

Escreveu diversos livros de história eclesiástica, moral e cívica e biografias de ilustres paraibanos.

Veio a falecer no dia 24 de junho de 2013, aos 92 anos de idade, na cidade de João Pessoa-PB.

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