A representação política da PM da Paraíba através da história

O Coronel Luiz de Barros, que no período logo após a Revolução de 1964, foi o responsável pela manutenção da ordem pública na região produtora de cana de açúcar e todo brejo paraibano, onde as atividades das ligas camponesas eram mais intensas, foi eleito Deputado Estadual pela ARENA em 1967, e manteve o mandato por vinte anos.

Coronel Luiz de Barros

Integrando o MDB, partido de oposição do Governo revolucionário, o Coronel Sebastião Calixto, foi eleito para a Assembleia Legislativa da Paraíba em 1967. Calixto que também foi Vereador de João Pessoa e Presidente da Câmara era um Oficial de extensa folha de serviços prestados à Polícia Militar, tendo sido Comandante Geral da Corporação e o primeiro Comandante do Esquadrão de Cavalaria em 1936.

Coronel Sebastião Calisto - Deputado Estadual - 1968/71

Como se verifica no período de 1946 até 1986, chegou a ocorrer de três Coronéis, ao mesmo tempo, exercerem mandato de Deputado Estadual.

O Sargento Denis Soares, do serviço ativo da Corporação, integrando o grupo político de oposição ao Governo foi eleito Deputado Estadual para a legislatura de 1998/2002, e na legislatura seguinte, (2002/2006) foi reeleito, desta feita com apoio do Governo.   Na eleição seguinte Denis tentou mais uma vez a reeleição, mas não obteve êxito, assim como em diversos outros pleitos. Em 2014 ele foi candidato a Deputado Federal, mas só obteve 1.705 sufrágios. João Henrique, Capitão reformado da Polícia Militar também foi eleito Deputado Estadual, integrando o grupo de apoio ao Governador, nas eleições de 2006 e 2010 e foi reeleito em 2014.

Sargento Denis Soares - Deputado Estadual - 1998/2006

Na Câmara Municipal de João Pessoa, além da participação de Sebastião Calixto, também teve cadeiras ocupadas pelo Coronel João Gadelha de Oliveira, da UDN, que igualmente foi Presidente da casa, em 1960.  Gadelha, que durante muitos anos foi Delegado de Polícia em João Pessoa, depois de ter ocupado a Presidência da Câmara Municipal, foi convocado para o serviço ativo e Comissionado como Comandante Geral, função essa que exerceu durante os movimentos das ligas camponesas e do movimento revolucionário de 1964.

Coronel João Gadelha de Oliveira- Vereador em João Pessoa - 1960/1964

Também exerceu o cargo de Vereador na cidade de João Pessoa, por duas legislaturas (1990/98), na condição de integrante do PMDB, o Coronel Marcílio Pio Chaves, que entre outras funções de relevo na Polícia Militar foi Subcomandante Geral. Dois filhos do Coronel Marcílio (Kelson e Euller) chegaram ao posto de Coronel e exerceram as funções de Comandante Geral. Marcílio também tentou eleição para Prefeito na cidade de Pombal, na década de 1970, mas não obteve êxito e Kelson já foi candidato diversas vezes a diferentes cargos.

Coronel Marcílio Chaves - Vereador em João Pessoa - 1990/1998

No decorrer das décadas de 1990 a 2010, muitos Oficiais e Praças, do serviço ativo e da reserva, exerceram cargos eletivos em diversas cidades do interior, ou ocuparam funções administrativas de primeiro escalão, como decorrência de seus engajamentos em atividades políticas.

Em 2006, o Major Fábio Rodrigues, do serviço ativo da Polícia Militar, foi candidato a Deputado Federal pelo PFL, partido que depois se transformou em Partido dos Democratas, obtendo pouco mais de dois mil votos, ficando colocado na terceira suplência da coligação do seu Partido. Depois de uma série de fatos políticos, três Deputados dessa coligação deixaram os mandatos, e Fábio assumiu a cadeira de Deputado Federal.

Major Fábio Rodrigues - Deputado Federal - 2006/2014

Quando Fábio Rodrigues chegou à Câmara estavam se iniciando as discussões sobre uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que estabelecia um piso salário para os policiais de todo país. Como na origem esse projeto tinha o número 300, passou a ser conhecida como a PEC 300.

Durante os seus quase três anos de mandato, Fábio teve como principal bandeira a defesa da PEC 300, participando de eventos em diversos Estados, o que lhe fez ficar conhecido em todo Brasil. Em meio a uma intensa pressão política, com manifestações de milhares de policiais de todo país em Brasília, a PEC foi aprovado em primeiro turno na Câmara.

 Mas, o esforço de Fábio e de muitos outros parlamentares que aderiram à causa, não foi suficiente para vencer a máquina parlamentar do Governo que, desde o início das discussões, se mostrou contrária ao projeto e a PEC 300 não foi levada para o segundo turno, condição indispensável para a sua continuidade.

 Em 2010, Fábio Rodrigues voltou a ser candidato a Deputado Federal, obtendo mais de sessenta mil votos, mais não foi suficiente para se eleger, ficando na primeira suplência da coligação. Entretanto, no decorrer de 2012, Fabio voltou assumir a cadeira na Câmara Federal, durante o afastamento de um dos titulares do cargo.

Decepcionado com as atividades parlamentares, Fábio deixou de tentar sua reeleição à Câmara Federal em 2014 e foi candidato a Governador, obtendo 14.910 votos, o que equivale a 1,55% do total de votantes, ficando em quarto lugar na disputa.

Nas dez últimas eleições muitos policiais militares da Paraíba, do serviço ativo e da reserva, de todos os postos e graduações, inclusive três ex-comandantes, (Coronel Américo Uchôa, Coronel Lima Irmão e Coronel Kelson Chaves) concorreram a cargos eletivos, em todos os níveis.

Nos pleitos Municipais esse fato tem ocorrido em diversas cidades do interior, mas é na capital do Estado que se concentra a maior quantidade candidatos. Os pretendentes a esses cargos são praças e oficiais de todos nos escalações, do serviço ativo e da reserva. Nas eleições de 2014 foram dezoito candidatos, alguns deles estreantes nessa seara, e outros já com diversas tentativas.

Portanto, os policiais militares que atualmente são postulantes a cargos eletivos estão dando continuidade a uma longa e salutar tradição.