A origem da Continência

Compartilhe!


 

 A origem da Continência remonta à idade média e é explicada por teorias que partem de dados fornecidos pela tradição oral, ou seja, ainda não foi encontrado documento que possa comprova-la.   Em razão da sua curiosidade e pertinência com normas da atual legislação da PM/PB,  aqui vamos abordar, de forma breve, esse tema.

          A Continência, um dos símbolos mais representativos das organizações militares, é uma forma de saudação dos militares, e que é prestada de acordo com as normas estabelecidas para esse fim. Na Polícia Militar de Paraíba esse procedimento é previsto no Regulamento de Continência, Honras e Sinais de Respeito, aprovado pelo Decreto 23.799, de 26 de dezembro de 2002.  Antes da edição dessa norma, na PM/PB eram aplicadas as regras definidas nos regulamentos do Exército.

 A  Continência pode ser prestada com o militar sem cobertura, ou à paisana, e  ser dirigida a civis. Esse gesto também pode ser executado por militares da reserva.

       O Art. 20 desse Regulamento estabelece a forma mais comum de continência, que é quando o militar está com cobertura, (Quepe ou capacete, por exemplo) e é prestada da seguinte forma:

  ” Em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da cobertura, tocando com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco adiante do botão da jugular, ou lugar correspondente, se a cobertura não tiver pala ou jugular; a mão no prolongamento do antebraço, com a palma voltada para o rosto e com os dedos unidos e distendidos; o braço sensivelmente horizontal, formando um ângulo de 45º com a linha dos ombros; olhar franco e naturalmente voltado para o superior. Para desfazer a continência, baixa a mão em movimento enérgico, voltando a posição de "Sentido”.

      Com pequenas modificações essa prática é adotada em todas organizações militares do mundo, desde ao tempos da Roma antiga, pelo menos. Portanto, tem uma origem muito remota, e para tentar desvenda-la costuma-se fazer uso da tradição oral, ou seja, através da cultura imaterial e tradição transmitida oralmente de uma geração para outra.

      Dessa forma existem, pelo menos, duas teorias para se explicar a origem da continência, que, embora sem fontes materiais, apresentam uma lógica até certo ponto aceitável.

    A mais antiga dessas teorias remonta da idade média. Os guerreiros daquela época usavam um tipo de capacete que cobria todo rosto, de forma que não dava para ser identificado, podendo assim ser confundido com um inimigo. A parte que cobria o rosto era denominado de elmo.

     Dessa forma, quando, nas ruas ou nos acampamento militares eles se encontravam, costumavam, em gestos simultâneos, erguerem a mão direita para, com a ponta dos dedos, levantarem os elmos (tipo de visor) do capacete e mostrar o rosto provando que eram amigos. Esse gesto seria a origem da continência dos nossos dias.

     Usando a mão direita para esse fim, eles também ficavam impedidos de sacar a espada, que era conduzida no lado esquerdo do corpo, e assim provar que não pretendiam atacar, o que também seria a origem do aperto de mão.

     A outra teoria mas recentes da origem da continência, teria resultado de uma homenagem que a Marinha Inglesa fez à uma Rainha que visitou um navio. A tropa ficou enfileirada, formando um corredor por onde a Rainha iria passar.  Por convenção, quando a homenageada foi se aproximando, os marinheiros levaram a mão direita à altura da testa de forma a tentar encobrir os olhos, em um significado que a beleza da Rainha era tanta que ofuscava a vista dos marujos. A rainha ficou deslumbrada com a homenagem.  A partir de então, esse gesto teria sido adaptado e passaria a ser utilizado como forma de cumprimento militar.

      Como mito ou como fato, de difícil comprovação, essas teorias, de certa forma, guardam relação com o já descrito  gesto da continência previsto no Regulamento da PM/PB.

  Veja também O Ordenança de Oficiais Cabo Zé Rodrigues, o estafeta Cabo Travassos: Um ícone da defesa pessoal na PM da Paraíba

Compartilhe!


Deixe um comentário

Seja o Primeiro a Comentar!

Notificação de
avatar