Réquiem: Homenagem a três coronéis da ativa que faleceram no período de dois anos

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                                                  Coronel João de Araújo Silva
         João de Araújo Silva nasceu em Esperança, Paraíba, em 9 de abril 1947 e ingressou na Polícia Militar em 9 de fevereiro de 1966, através de aprovação no Concurso para o Curso de Formação de Oficiais.
     O CFO foi realizado na Polícia Militar de Pernambuco, e concluído em 28 de dezembro de 1968, quando ele foi declarado Aspirante a Oficial e na mesma data promovido ao posto de 2º Tenente em razão de ter sido o primeiro colocado na turma.
        Nesse posto, além de assumir funções administrativas ele foi instrutor de diversos cursos de formação de praças que funcionavam no Centro de Instrução, que era instalado no baixo Roger no prédio onde depois foi instalado a CPTran que, anos depois, foi transformada em Batalhão de Trânsito.
               Em 18 de março de 1970 ele foi promovido a 1º Tenente e continuou no exercício de funções correspondentes ao seu posto e ministrando instrução, agora sobre Logística, disciplina sobre a qual adquiriu muito conhecimento teórico e pratico. Na busca de novos conhecimentos que pudessem ser aplicados na Corporação, ele fez um Curso sobre Contabilidade Pública.
         Ainda nesse posto participou das comissões de seleção para os cursos de formação de praças, onde teve oportunidade demonstrar seu elevado preparo intelectual.
.      Em janeiro de 1972 foi selecionado para o Curso Geral de Polícia, na Academia Nacional de Polícia, em Brasília. O Curso foi promovido pela USAID, (United States Agency for International Development) uma organização do Governo Americano, o que lhe conferia um elevado status e tornava a seleção dos candidatos muito rigorosa.
    Foi promovido a Capitão em agosto de 1973 e em março do ano seguinte foi designado para as funções de Ajudante de Ordem do Governador.
       Frequentou, em 1978, o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais na Polícia Militar de São Paulo, um dos mais conceituados cursos desse tipo do Brasil. Na volta do CAO, ainda como Capitão, comandou, o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, (CFAP) onde se destacou como instrutor de diversas disciplinas.
     Foi promovido ao posto de Major, por merecimento, em agosto de 1979, em seguida passou a assumir funções na Diretoria de Fianças ao tempo também em que exercia atividades de instrutor em diversas disciplinas no CFAP. Objetivando aperfeiçoar seus conhecimentos na área de finanças públicas, ele frequentou o Curso de Modernização do Sistema de Execução Financeira e Orçamentária do Estado da Paraíba, ministrado pela Secretária das Finanças do Estado, em 1984.
       Ainda como Major ele foi designado, em janeiro de 1985, para as funções de Assessor para assuntos militares na Secretaria de Segurança Pública de Segurança, onde permaneceu até agosto de 1986, na condição de agregado.
       Revertido ao quadro, em agosto de 1986 foi promovido por merecimento ao posto de Tenente Coronel e voltou a exercer funções na Diretoria de Finanças.  Em 21 de janeiro de 1987 assumiu o Comando do 2º Batalhão, onde permaneceu até 27 de abril de 1978.
     Bacharel em Direito, mas  pesquisador de temas pertinentes a orçamento, ele era portador de elevado instrumental teórico sobre as diversas disciplinas que lecionava, o que era complementado por sua longa vivência em funções relacionadas a finanças e orçamentos.
      Em sua ficha funcional estão registrados diversos elogios em razão da sua dedicação, competência e zelo demonstrados nas funções que exerceu.
      O Tenente Coronel Araújo era um homem muito hábil no trato com pessoas do seu convívio e dedicava muita atenção aos seus subordinados, que lhe tratavam com muita atenção, respeito e carinho.
        Era um homem dotado de um natural espírito de liderança e preocupado com os problemas que afetavam a classe policial, e o que lhe fez alcançar a presidência do Clube dos Oficiais por quatro anos. Durante sua última gestão nessa entidade foi construída a primeira piscina, e iniciada as outras o que facilitou o desenvolvimento que se seguiu no patrimônio desse Clube.
      Promovido ao posto de Coronel no dia 27 de dezembro de 1988, quando exercia as funções de Diretor de Finanças, esse valoroso Oficial, com 41 anos de idade, cheio de saúde, admirado por todos com quem convivia, foi vítima de um acidente de trânsito, no mesmo dia da promoção e acabou falecendo três dias depois, deixando toda corporação de luto.
       O velório foi realizado no Quartel do Comando Geral, e uma viatura do Corpo de Bombeiro, acompanhada por um grande cotejo a pé, fez o transporte do corpo para o cemitério da Boa Sentença, onde ocorreu o sepultamento. Foi um dia muito triste para a corporação.
  
        Ednaldo Tavares Rufino nasceu no bairro de Cruz das Armas em 25 de outubro de 1945.  Seu pai, Antonio Rufino era Sargento da Polícia, e sua mãe, Maria Tavares Rufino era do lar. 
        Estudou o 1º e o 2º graus no Liceu Paraibano. Ingressou na Polícia Militar em 15 de março de 1965, através do concurso para o Curso de Formação de Oficiais. No final de 1967 concluiu o CFO, na Polícia Militar de Pernambuco.
         Nesses postos ocupou várias funções administrativas, mas se destacou como Comandante de Companhia de Policiamento Ostensivo, ocasião em que incentivou as atividades de instrução e práticas esportivas assim como implantou ações voltadas para integrar a Polícia Militar com a sociedade.
      Na busca de novos conhecimentos, frequentou, ainda em 1967, um Curso de Segurança Industrial, promovido por uma empresa privada, na cidade Recife.  Ainda em busca de se aprimorar como profissional fez um estágio da Rádio Patrulha de Recife, ainda como Aspirante a Oficial.
         Tendo em vista sua elevada capacidade técnica e intelectual, integrou várias comissões de elaboração de provas para as seleções de CFO.  Com muita aptidão para atividades de ensino, foi, durante toda a sua carreira, instrutor de diversas disciplinas nos cursos de formação de praças, se notabilizando em temas relacionados a direito aplicado às ações policiais.
        Tendo em vista as constantes manifestações populares que ocorriam em todo o Brasil no final da década de 1960, foi criado na Paraíba, em 1969, um Batalhão Especial de Polícia (BEP), que se destinava a atuar em situações desse tipo, o que acarretou a necessidade de oficiais com habilidade suficiente para o treinamento para essa nova subunidade.
       Com essa finalidade Rufino foi encaminhado para a Polícia Militar de Pernambuco onde fez um estágio do BEP daquela Corporação.
       Em 1971 ele participou do Curso Geral Interamericano de Polícia, realizado em Washington, nos Estados Unidos, onde teve oportunidade de conhecer o funcionamento da Polícia de 14 Capitais americanas.  Esse curso, que teve a participação de representantes de quarenta países, foi promovido pela USAID, um órgão do Governo americano e se destinava a difundir a doutrina da polícia daquele país e, paralelamente, pregar doutrina anticomunista, uma vez que estava se vivenciando o período conhecido como guerra fria.
       Ao retornar do EUA, ele assumiu o Comando do Centro de Instrução, que estava instalado no baixo Roger, onde depois se instalou o Batalhão de Trânsito. Nessas funções, onde passou três anos, Rufino prestou uma elevada contribuição na formação e aperfeiçoamento de praças graças às suas notáveis habilidades para o ensino, e sua capacidade operacional.
      Seu Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais foi realizado na Academia de Polícia Militar da Bahia, em 1973, onde, além de adquirir os conhecimentos próprios do curso, construiu frutíferas amizades com Oficiais de diversas corporações, com quem trocava experiências profissionais.
        Ao retornar da Bahia foi designado para exercer as funções de Subcomandante do 2º Batalhão, sediado em Campina Grande. Em setembro de 1976 foi nomeado Delegado de Polícia da cidade de Patos. Ainda nessa função foi promovido a Major, por merecimento, em dezembro do mesmo ano.
        Como Delegado, em Patos, e depois em Rio Tinto, permaneceu até o mês de maio de1980, quando foi designado para Comandar o CFAP. Quando Delegado em Rio Tinto, também foi professor no Colégio Estadual e no Colégio Comercial.
       De fevereiro a agosto de 1981,  Rufino frequentou o Curso Superior de Polícia, no Estado do Rio Grande do Sul. Ao chegar do CSP, no dia 26 de agosto de 1981, foi promovido ao posto de Tenente Coronel, por merecimento, e assumiu a Chefia da Terceira Sessão do Estado Maior Geral.
      Em 5 de janeiro de 1983 foi designado para Comandar o 2º Batalhão, permanecendo nessas funções por apenas três meses, quando assumiu a Diretoria de Finanças. Para melhor desenvolver essas novas funções, ele fez um Curso de Administração Financeira, no Estado de Alagoas.
    Alcançou o posto de Coronel no dia 26 de dezembro de 1986 e permaneceu na Diretoria de Fianças. Em 5 de dezembro de 1988 foi nomeado para as funções de Subcomandante Geral, aí permanecendo até 3 de fevereiro de 1991, quando, depois de despachar normalmente em seu gabinete, sofreu um mal súbito e faleceu no dia 6 de mesmo mês, aos 46 anos de idade.
      Seu corpo foi velado no Quartel do Comando Geral, em meio a muitas visitas de amigos e policiais e em seguida foi transportado em uma viatura do Corpo de Bombeiros, com o cotejo seguindo até o Cemitério Boa Sentença, onde foi sepultado.  Foi mais um dia triste para a Polícia Militar.
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