A origem do Batalhão de Polícia de Santa Rita

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       A origem do Batalhão de Polícia de Santa Rita foi o Destacamento Policial Militar da Cidade, que foi transformado em Pelotão e depois em Companhia. A natural expansão e interiorização das atividade operacionais da corporação, foram iniciadas ainda em 1925 com a criação do Segundo Batalhão, originalmente instalado em Patos. A partir de 1970  esse processo ganho maior dimensão com a criação de Companhias isoladas no sertão, que, posteriormente foram transformadas em Batalhões, situação essa que também resultou na criação do 7º Batalhão, objeto deste trabalho.
 O Pelotão
      Até o final da década de 1960 o policiamento da cidade de João Pessoa e cidades vizinhas era centralizado no 1º Batalhão, o que começava a ficar muito complicado com o crescimento populacional desses centros urbanos. Urgia a adoção do início de um processo de descentralização dessas atividades.  Na parte mais central da cidade, esse processo teve início em 1969, quando foi criada uma Unidade denominada de Batalhão Especial de Polícia (BEP) que era composto de quatro Companhias Especializadas. Uma dessas Subunidades, a Companhia de Trânsito, foi instalada no mesmo prédio onde funcionava o DETRAN, no Bairro de Jaguaribe, portando, fora da sede do Batalhão, o que não ocorria com as demais Companhias.  Em 1977, quando o Centro de Instrução da Polícia Militar foi transferido do Quartel localizado próximo ao Parque Arruda Câmara, (antiga Fazenda Simão), para as instalações em Marés, (quando passou a ser denominada de Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças) a Companhia de Trânsito passou a ocupar o seu aquartelamento atual, e depois foi transformada em Batalhão de Trânsito, em 2008.
       A necessidade dessa descentralização ficou mais acentuada com o crescimento da cidade de João Pessoa no decorrer da década de 1970, principalmente com a criação de grandes Conjuntos Habitacionais Populares. O mesmo ocorreu em relação às cidades que integravam a denominada grande João Pessoa, que também apresentavam grade crescimento populacional e econômico. Essas cidades eram policiadas por Destacamentos com efetivos inferiores a dez policiais, o que inviabilizava a execução de um trabalho preventivo à altura das necessidades.
       Até o final da década de 1970 a cidade de Santa Rita, que já tinha um porte médio e uma alta incidência de criminalidade, era sede de um Destacamento composto por 10 policiais, que naquela época eram Comandados pelo Capitão Clidenor Honório. Os Delegados da Cidade, como em quase todo interior do Estado, eram Oficiais da Polícia Militar, tendo se destacado nessas funções o Capitão Tomaz Panta. Mesmo depois daquela década, com a criação da Polícia Civil de Careira, essas funções foram exercidas por dois ex-integrantes da Polícia Militar, José Gomes Freire e Severino Sena, já na condição de Bacharéis e Delegados concursados.  Mas o efetivo do Destacamento e a disponibilidade de meios materiais não eram suficientes para conter o avanço da violência naquela cidade
       Foi nesse contexto que, no dia 24 de fevereiro de 1984, o Comando da Polícia Militar instalou, de forma solene, um Pelotão Especial na cidade de Santa Rita, na Avenida Juarez Távora, 384, em um prédio da Prefeitura Municipal daquela cidade. A solenidade contou com a presença do Prefeito Severino Maroja e do Dr. José Rodrigues de Atayde, Juiz de Direito da cidade.  Também compareceram a este ato o Major Ernani Freitas, que representou o Comandante Geral, os Capitães Maurício de Souza Lima e Vaumir do Nascimento Fernandes, e os Tenentes Genival Batista e Aluízio Bezerra Cavalcanti, que foi o primeiro Comandante do Pelotão.
       No dia 16 de março de 1984, essa fração passou a denominar-se de Núcleo da 1ª Companhia do 1º BPM e foi comandado pelo Tenente José Vicente dos Santos, (16/03/84 a 17/9/84) que tinha como Subcomandante o Subtenente João Vicente da Silva, dois abnegados policiais portadores de muita aptidão para atividades operacionais.   Ainda nesse período exerceram as funções de Comando desse Núcleo os Tenentes Gilson Simões de Araújo (17/9/84 a 7/11/84), José Alves de Morais (7/11/84 a 27/9/85), Macedônio Mariano de Oliveira (18/1/85 a 30/9/85), José Farias de Souza (3/10/85 a 17/12/85), que deram continuidade às ações que contribuíram para a contenção da violência em toda área da cidade.   Durante o Comando do Capitão Macedônio Mariano de Oliveira esse Núcleo teve o Tenente José Alves da Luz, como Subcomandante. Esse Oficial, que tinha muita aptidão para atividades operacionais, foi vítima de um acidente de trânsito fatal nas proximidades daquela cidade quando se encontrava em uma operação policial.
A Companhia   Durante o Governo de José Américo de Almeida (1951 a 1955) foi construído um Parque de Exposição de Animais localizado entre as cidades de Santa Rita e Bayeux. No início da década 1970 esse espaço estava desativado e a Secretaria de Agricultura, através de um comodato passou o imóvel para a Polícia Militar, que estava sob o Comando do Coronel Adolfo Mais.  (13/3/1976 a 30 /05/1978). Mesmo depois do Comodato assinado, a Secretaria de Agricultura protelou a entrega do imóvel durante mais de oito anos.   Só no Comando do Coronel Benedito Lima Junior (25/2/1983 a 1/8/1986)  o prédio passou à administração da Polícia Militar, graças a uma ação ousada do Coronel Marcílio Chaves, que era o Subcomandante Geral e do Coronel José Batista do Nascimento, Diretor de Apoio Logístico que resolveram demolir as baias ali existentes que abrigavam animais de duas figuras importantes no cenário político do Estado e que por essa razão a entrega do imóvel estava sendo postergada.  Assim, no começo de 1986 a Polícia Militar tomou posse do imóvel que destinou a sediar a subunidade policial em atuação naquela área. Para o início da adaptação do prédio a Polícia Militar contou com mão de obra de alguns policiais e com material fornecido pelo Major Reformado Pedro Juvêncio, que na época era Prefeito de Bayeux.
         Em 5 de fevereiro de 1986, já localizada nesse Quartel próprio, o Núcleo de Policiamento recebeu a denominação de 1ª Companhia de Polícia Militar do 1º BPM, tendo como Comandante o Capitão José Gonçalves de Sá, que exerceu essas funções durante três anos. (5/2/86  a 9/1/89)
        Essa Companhia originariamente estava instalada na sede do 1º Batalhão e seu efetivo era aplicado nos serviços de Guarda de Presídios e nos Destacamentos das cidades da área do Batalhão.  Quando a 1ª Companhia foi transferida para Santa Rita o serviço de Guardas de Presídios ficou sendo realizado pela Companhia de Comando e Serviço, sediada no 1º Batalhão. As atividades de todos os Destacamentos das cidades da área do Batalhão, inclusive de Bayeux, ficaram sendo realizadas pela 1ª Companhia.  Em 1987 o policiamento dos Destacamentos das cidades ao sul de João Pessoa deixou de ser feito pela 1ª Companhia e passou a ser feito pelo 5º BPM, que tinha sido instalado, naquele ano, no Conjunto habitacional Valentina Figueiredo.  A partir de então a 1ª Companhia ficou responsável pelo policiamento apenas das cidades de Santa Rita, Bayeux e Lucena.
      Durante o Comando do Capitão José Gonçalves foram realizados três Cursos de Formação de Soldado na Companhia, o que fez com que o efetivo tivesse uma considerável melhora. Em 1987, por determinação do Coronel Marden Alves de Costa, Comandante Geral da Corporação, a Companhia recebeu sete Viaturas novas o que possibilitou uma maior dinâmica no policiamento da área.
       Em janeiro de 1989 o Capitão José Gonçalves de Sá foi substituído pelo Capitão José Alves de Morais, que permaneceu nessas funções durante oito meses, (9/1/89 a 15/9/89). Os Comandos seguintes ao Capitão Morais foram de duração inferior a um ano e formam  os seguinte: Antônio Cirino da Cunha (26/9/89 a 7/11/89), Antônio Custódio de Figueiredo (9/12/89 a 8/1/90), Givaldo Farias (9/1/90 a 11/9/90), Antônio Custódio de Figueiredo (11/01/90 a 1/4/92), Carlos Américo (29/4/92 a 13/10/92), José Gomes da Silva (13/10/92 a 8/11/93).
      Em novembro de 1995 o Capitão Carlos Américo retornou ao Comando da Companhia e dessa vez seu Comando teve uma duração de dois anos (8/11/93 a 11/5/95). O Capitão Antônio Cirino da Cunha substituiu Américo, mas só passou onze meses na função (11/5/95 a 10/4/96)
A criação da 3ª Companhia (Bayeux)
    Em 1997 o Capitão Morais voltou ao Comando da Companhia (13/5/96 a 10/10/97). Naquele ano a Companhia efetuou o policiamento da festa junina realizada durante o mês de junho na cidade de Bayeux. No último dia dessa programação, 29 de junho, quando o Prefeito da cidade, Expedido Pereira, fez uso da palavra na solenidade de encerramento, que foi realizada no Pavilhão Central da festa, agradeceu, como era de costume, às pessoas e instituições que contribuíram para o sucesso dos eventos. Nesse discurso não foi feito alusão ao trabalho da polícia militar. O Capitão Morais que se encontrava no local, inconformado com essa omissão, ou ingratidão, pegou o microfone e expôs, de forma exaltada e veemente, a sua insatisfação com as palavras do Prefeito. Esse fato deu margem a uma discussão do Capitão com o Prefeito.
      No dia seguinte o Prefeito se ligou com o Governador José Maranhão, que determinou a dispensa de Morais do Comando da Companhia e a designação do Capitão José Joaquim de Souza, o que foi formalizado no dia 4 de julho em nota publicada no Boletim do Comando Geral.  A passagem de Comando estava prevista para as dez horas de sexta-feira seguinte. O Prefeito de Santa Rita, Severino Maroja ao tomar conhecimento dessa decisão do Governador se dirigiu ao Palácio, juntamente com uma Comissão formada por cinco Vereadores, inclusive o Presidente da Câmara, para pedir a permanência de Morais no Comando da Companhia, por entender  que o pedido do Prefeito de Bayeux era uma interferência indevida, uma vez que a sede da Companhia era em Santa Rita e não em Bayeux.  Esses Prefeitos eram aliados do Governador, que ficou diante de um impasse e convocou o Comandante Geral, o Coronel José Américo Estrela Uchôa, e o Capitão Morais para se buscar uma solução.
    Naquela época o efetivo que prestava serviço na Operação Manzuá estava concentrado na 2ª Companhia que também estava sediada nas mesmas instalações da 1ª Companhia e também era Comandada pelo Capitão Morais.  A 3ª Companhia do 1º Batalhão estava instalada na sede da Unidade. A solução encontrada foi transferir a 3ª Companhia para a cidade de Bayeux juntamente com o efetivo da 2ª Companhia que era o que estava na Operação Manzuá.
      O Capitão Morais ficou encarregado de providenciar a instalação dessa Companhia, o que foi feito no prédio onde funcionava um Posto Policial Militar. Parte da mobília foi adquirida com recursos repassados, às pressas, pela Secretaria de Administração, por ordem expressa do Governador e outra foi transferida da 1ª Companhia. Durante o Comando do Capitão Morais foram iniciadas as adaptações do espaço utilizado como refeitório da Companhia.
A criação do Batalhão
     O Capitão José Joaquim de Souza, que tinha sido designado para comandar a 1ª Companhia, foi dispensado e designado para Comandar a 3ª Companhia, agora sediada em Bayeux.
     José Morais foi substituído pelo Capitão Severino do Ramo Gerônimo (10/10/97 a 19/05/2000), que já havido exercido as funções de Subcomandante da Companhia no período do Comando do Capitão Givaldo Farias. Nesse comando foram concluídas as reformas do refeitório e construido um poço artesiano que resolveu o problemas da constante falta d'água.  Esse melhoramento se deu com a ajuda da Doutora Aracilba Rocha, Superintendente da CAGEPA, através de uma intermediação do Sargento Flores.   Em seguida ocorreu outro Comando com duração superior a dois anos, que foi o do Capitão Fernando   Fernandes Beltrão (19/5/2000 a 17/2/2003). Nesse período a Companhia passou por muitas transformações na estrutura física e ganhou uma maior dinâmica operacional. Beltrão foi sucedido por três comandos de curta duração que foram os dos Capitães José Martins Filho (19/5/2000 a 17/2/20030), Marcos Aurélio de Carvalho (9/7/2003 a 31/5/2004) e, outra vez Gerônimo (9/7/2004 a 25/1/2005).
    Em seguida a Companhia teve dois Comandos com durações exatas de dois anos cada.  O Capitão Antônio Elias da Costa Neto (25/1/2005 a 25/1/2007) que deu ênfase à organização administrativa e o Capitão Josinaldo da Cunha Lima (25/1/2007 a 25/5/2009) que se voltou de forma mais específica para as atividades operacionais, estabelecendo uma maior integração com o Poder Judiciário, Ministério Público, e Polícia Civil.  Foi na gestão do Capitão Lima que o Poder Judiciário, em conjunto com o Ministério Público, com apoio da Polícia Militar, estabeleceu normas para coibir a venda de bebidas alcoólicas na cidade depois de vinte e três horas.
   A lei complementar 87, de 2 de dezembro de 2008, que deu nova organização administrativa à Polícia Militar transformou diversas Companhias em Batalhões. A instalação dessas Unidade foi sendo efetuada de  forma parcelada, tendo em vistas as dificuldades de meios materiais e humanos. Através do Decerto 30.109, de 23 de dezembro de 2008,  a 1ª Companhia de Santa Rita  foi transformada em 7º Batalhão de Polícia Militar.

   O primeiro Comandante da nova Unidade foi o Tenente Coronel Israel de Oliveira Silva Filho, seguido pelo Tenente Coronel Paulo Sérgio de Oliveira Bastos, que deu início à reforma no prédio que depois se tornou o Comando do Batalhão. Em seguindo veio o Comando do Major Enéas Lucas Rolin Neto que concluiu o Pavilhão do Comando. Lucas foi substituindo pelo Tenente Coronel  Eduardo Jorge Andrade Lima. Quando esse matéria foi publicada essa Unidade era Comandada pelo Tenente Coronel Júlio Cesar de Oliveira.

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