Réquiem aos três saudosos Fernandos

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     Major Fernando Antônio Rodrigues dos Santos

              Nascido em João Pessoa em 5 de abril de 1963, Fernando Antônio Rodrigues dos Santos  foi o segundo dos cinco filho de Francisco Rufino dos Santos e Alaíde Rodrigues dos Santos.

      Ele prestou serviço militar no Regimento de Cavalaria Motorizada, em Santa Rita, em 1982, onde fez o Curso de Cabo. Depois de concluir o ensino médio no Colégio Liceu Paraibano, Fernando Antônio ingressou na Polícia Militar de Paraíba no dia 6 de fevereiro de 1984 onde  fez o Curso de Formação de Cabo em 1987 e o de Formação de Sargento em 1989.

       Ainda como Sargento Fernando Rodrigues foi aprovado no vestibular de Engenharia Civil e fez um curso de manutenção de computadores adquirindo muitos conhecimentos no uso dos meios da informática.

         Seus irmãos Francisco de Assis e Paulo Roberto também ingressaram na Polícia Militar.  Francisco de Assis já passou para a reserva, mas está voltando para integrar a Guarda da Reserva. Paulo Roberto é Sub Tenente e presta serviço no Batalhão de Trânsito. Fernando Rodrigues tinha ainda duas irmãs: Ana Lúcia e Maria Emília.

       Aprovado no Concurso ao Curso de Formação de Oficiais em 1993, ele foi encaminhado para o CFO que funcionou na Polícia Militar de Alagoas e por esse motivo teve que fechar a sua matrícula no Curso de Engenharia Civil.

       Declarado Aspirante em 20 de dezembro de 1996, passou a prestar serviço, como Oficial subalterno inicialmente no 5º Batalhão de Policia. Naquela Unidade Fernando Rodrigues foi elogiado por pelo Comandante Geral ter salvado uma mulher de uma tentativa de suicídio.

       Nesse episódio ele se deslocava de sua residência para o Quartel quando tomou conhecimento da ocorrência através do Rádio da Viatura. Incontinente, o ainda Aspirante se deslocou ao local onde constatou que a mulher estava no interior de sua residência com as portas fechadas, ameaçando se suicidar através de enforcamento. Para evitar a continuidade desses atos, Fernando Rodrigues subiu no telhado da casa, e com muita destreza, penetrou na residência e conteve os atos da desesperada mulher.

       Promovido a 2º Tenente em 20 de agosto de 1997, ele continuou no 5ª Batalhão, e no final daquele ano foi transferido para o 1º Batalhão, que tinha o Coronel Claudemir Rodrigues como Comandante. Na sua nova Unidade ele passou a exercer relevantes funções na administração fazendo uso das habilidades em informática, o que na época é coisa rara na Corporação.

         Em abril de 2000 Fernando Rodrigues passou a prestar serviços no Gabinete do Subcomandante Geral, que na época era o Coronel João Batista de Lima, exercendo funções pertinentes às suas habilidades no uso da informática. Em 25 de dezembro de 2002 foi promovido a 1ª Tenente e permaneceu exercendo as mesmas funções durante dez anos, mesmo com sucessivas mudanças dos Subcomandantes.

          Em 21 de abril de 2006 foi promovido a Capitão e no ano seguinte fez o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, no Centro de Ensino da Corporação. Legalmente habilitado para o exercício de funções de Oficial Superior, e depois de receber a medalha de Serviços Distintos, em 2008, Fernando Rodrigues foi promovido a Major no dia 21 de abril de 2010.

      Depois de dez anos como Assistente do Subcomandante Geral, no início de 2010, durante o Governo de José Maranhão, Fernando Rodrigues foi designado para Comandar do 13º Batalhão, na cidade de Itaporanga, onde permaneceu até o final de dezembro daquele ano.

      No início de 2011 ele voltou a servir no Gabinete do Subcomandante, agora sob a direção do Coronel Washington França.

       Paralelo às suas atividades profissionais Fernando Rodrigues se ocupava do  salutar esporte desenvolvido pelos motociclistas, fazendo longos passeios em companhia de dezenas de adeptos desse hobby.

      Fernando era casado com Lúcia de Fátima e tinha três filhos: Estela, Tamires e Kelson.

     No dia 2 de setembro de 2013 o Major Fernando Antônio Rodrigues dos Santos faleceu vítima de insuficiência respiratória, aos 50 anos de idade. A tristeza invadiu o espírito de todos os policiais militares e de uma imensa legião de amigos do Major Fernando Rodrigues. A PM da Paraíba perdeu um grande Oficial e sociedade paraibana um exemplar cidadão.

     Dias depois de falecido, o Major Fernando Rodrigues, numa justa homenagem e reconhecimento dos seus méritos, foi promovido, post mortem ao posto de  Tenente Coronel.

                                                            O Civil e o Soldado

                                                                 O motociclista

         Comentário de Ícaro Fernando, filho do Coronel Fernando Soares Chaves, publicado no face book, no dia 23 de março de 2017

"Reportagem do Coronel Batista, postada à dois dias atrás. Primeiramente agradecer em nome da família todas as palavras afetuosas. Palavras que traçam bem o perfil do meu pai, pessoa em que penso todos os dias e agradeço por tudo que fez, me ensinado os valores da vida, me amando, me prostrando para ser um grande cidadão seguindo sempre seu exemplo. Amor e saudade que aumenta todos os dias sob o olhar de cima da minha maior fonte de inspiração."

Transcrevemos um depoimento do Coronel da Reserva Remunerada, Wolgrand Lordão,  companheiro de turma do Coronel Fernando Chaves.

CHAVES!

     FERNANDO ANTÔNIO SOARES CHAVES, para alguns Fernando, para outros Chaves. Falar de Chaves para mim é fácil, éramos primos distantes por parte da família CHAVES.  A proximidade nossa se deu quando fomos fazer o Curso de Oficiais em Goiânia-GO. Éramos em número de onze (Monteiro, Dutra, Geraldo, Claudio, Rocha, Marcos, Onório, Bezerra. Gomes eu, Wolgrand e Chaves.

      Iniciamos o Curso em fevereiro de 1983, os mais novos eram Eu e Chaves, sendo ele um ano mais velho do que eu. Os demais além de serem mais velhos, a maioria era ex-sargento ou havia servido o Exército. Isso de certa forma nos ajudou, em virtude na nossa pouca experiência, eles nos ajudaram a superar algumas dificuldades.

      Ralamos muito, na época era muito puxado em virtude de que ainda estávamos na ditadura, embora já no seu término. Éramos como irmãos um ajudava o outro, sem esquecermos da competição pela melhor classificação. Chaves, também chamado de risadinha, sempre estava de bom humor e fazendo suas piadas.

      Veio por fim a Formatura em outubro de 1985. Nossa turma, ao seu término era de quarenta e cinco. Já 03 falecidos: Bittencurt (Goiano). Monteiro (Fernando) e  Chaves.

      Após a conclusão do Curso voltamos ao nosso estados e fomos designados para várias unidades, nesse meio termo o contato diminui, ante as atividades e funções que exercíamos.

      Em 1989 fui designado para comandar a Companhia localizada em Souza. E quem me deu as boas vindas foi nada mais nada menos que o próprio Chaves, que na época comandava a Cia de Cajazeiras. Muito me orientou, pois já estava a mais de dois anos naquela região, não perdendo por tanto a alegria e a facilidade de fazer amizade, principalmente em Souza onde também comandou antes da minha chegada. Foi quem literalmente abriu as portas para mim.

    Embora os contatos entre nós aumentassem, bem como com os demais companheiros de turma, principalmente através de reuniões, só viemos a trabalhar juntos na Assembleia Legislativa, creio que foi em1996 cujo presidente era o Deputado Inaldo Leitão, o próprio foi que me chamou para compor os quadros da Assessoria Militar onde ele era o Chefe. Ficamos juntos até o término da mesa de Inaldo e continuamos  na mesa do Deputado Nominando Diniz, até seu término, quando regressamos para tropa. Sempre com sua característica de alegre, fazedor de amizades, ajudava a todos e principalmente o gosto pela política partidária.

     Era, pois como um irmão, o qual me chamava carinhosamente de Juninho.

     Em 2009, por força do destino, o Coronel Gomes desistiu de fazer o CSP em Alagoas, e eu estava para fazer na Bahia, com a desistência de Gomes eu optei, a pedido de Chaves para irmos para alagoas o que fiz de Imediato.

       Alugamos um apartamento em Ponta Verde, já mobiliado e tocamos o curso. Sem exceção dos Alagoanos que faziam o curso conosco ele caio em sua graça. Animava as aulas e, pois aulas. Foi um ano inesquecível, pois além de estarmos longe do estresse conhecemos as maravilhas do litoral Alagoano. Apresentamos  nossa monografia a qual fizemos as duas mãos e com saudades retornamos ao nosso estado. Andávamos num Gol que ele o batizou de NEGÂO.

      Chaves então foi comandar o CPR II, sediado na cidade de Patos e eu a DGP. Mesmo afastados sempre mentíamos contratos, inclusive quando recebíamos os amigos alagoanos.

Em fevereiro de 2013, quando no Comando do CPRI, sediado na cidade de Campina Grande, fui transferido para reserva remunerada, Chaves por sua vez ficou na Casa Militar do Governo Estadual.

      Creio que no ano seguinte, não gosto de recordar, fui acordado de madrugada por um telefonema do então TC Ronildo o qual me comunicava que Chaves havia sofrido um acidente de carro nas imediações de Patos, onde viera a falecer. A notícia não poderia ser mais dolorosa. De início não quis acreditar, mais depois de outros telefonemas  o fato estava consumado. Embora existisse algumas desavenças sempre fomos irmãos, amigos e porque não dizer cúmplices.

      Em três ano, perdi três irmãos, Coronel Fernando (Monteiro), Major Fernando e o velho Chaves. Não tem um dia que não me lembre deles. Espero que o Altíssimo tenha lhes dado um bom lugar perto de si.

WOLGRAND PINTO LORDÃO JÚNIOR - CEL R/R

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