1991/2015: A relação do Governador com o Comandante da Polícia Militar da Paraíba

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Governador José Maranhão e Coronel Wilde Monteiro

        A relação do Governador com o Comandante da Polícia Militar é fator decisivo na estabilidade  do comando e na efetivação das metas traçadas para o desenvolvimento da corporação. Aqui vamos enfocar essa questão no âmbito da PM da Paraíba no decorrer dos últimos 25 anos.

       Em qualquer administração , pública ou privada, o bom desempenho e o desenvolvimento das instituições dependem muito da continuidade da aplicação das suas estratégias administrativas, o que de alguma forma está relacionado com a forma de pensar dos seus dirigentes. Assim, mudanças frequentes na direção de qualquer órgão podem implicar em dificuldades para a consecução dos seus objetivos. Na PM da Paraíba, como nas demais coirmãs, o tempo normal de um Comando é o mesmo do Governo, atualmente de quatro anos.  Quando o Governo é reeleito ou é sucedido por integrante do mesmo partido ou coligação é possível que esse período seja prorrogado.  Assim, o tempo de duração de cada comando depende muito de quem é o grupo político sucessor do governo.  Num passado recente vivenciamos cinco períodos de governos em que podemos constatar situações dessa natureza.

       Em 1990 Ronaldo Cunha Lima foi eleito Governador e tomou posse no dia 15 de março de 1991, sendo nomeado para Comandar a PM o Coronel João Batista de Souza Lira, que permaneceu nessas funções durante todo o Governo que terminou em 1 de janeiro de 1995.  O sucessor de Ronaldo Cunha Lima foi seu aliado político Antônio da Silva Maria, eleito em 1994 e que tomou posse em 1 de janeiro de 1995. Como se tratava de continuidade de Governo aliado, não houve substituição do Comando da PM, ali permanecendo o Coronel Batista Lira.  No dia 16 de setembro de 1995 Antônio Mariz faleceu e o Governo foi assumido pelo vice-governador José Maranhão, que também não mudou o Comando da PM. No dia 17 de dezembro de 1996 o Coronel Batista Lira pediu exoneração, e como já contava com tempo de serviço suficiente, passou para a reserva. Dessa forma, seu comando durou 5 anos e 9 meses.

Coronel Batista Lira e Governador Ronaldo Cunha Lima

   

       Para substituir o Coronel Batista Lira, em 17 de dezembro de 1996, foi nomeado o Coronel Américo José Estrela Uchôa, que era o Subcomandante Geral, e que pediu exoneração em 3 de março de 1998 em razão de ser candidato a Deputado Federal. No comando do Coronel Américo Uchôa, que durou 1 ano e 3 meses,   ocorreram dois fatos marcantes, ambos em 1997. O primeiro foi o caso que ficou conhecido como a chacina do Presídio do Roger, quando ocorreu a morte de 7 detentos em confronto com a  polícia  durante a repressão  de uma rebelião naquele estabelecimento. O segundo foi a deflagração de um movimento reivindicatório feito pelos policiais militares que tomou a forma de greve, fato registrado em todos os Estados.  

Governador José Maranhão e Coronel Américo Estrela Uchôa

Em substituição ao Coronel Américo Uchôa, foi nomeado, no dia 6 de março de 1988, o Coronel Hamilton Sobral Cordeiro de Morais, que ficou nessas funções até o final do Governo de José Maranhão, em 1 de janeiro de 1999.  No ano anterior, 1998, José Maranhão foi reeleito Governador.  No novo Governo de José Maranhão, iniciado em 1 de janeiro de 1999, o Coronel Ramilton Cordeiro continuou no  comando da PM, aí permanecendo até o seu final, no dia 1 de janeiro de 2003. Assim, esse comando durou 4 anos e 9 meses.

Coronel Ramilton Cordeiro e Governador José Maranhão

Em 2002 o Governador eleito foi Cássio Cunha Lima, que tomou posse no dia 1 de janeiro de 2003. Nesse novo Governo, que não era aliado do anterior, houve modificação no Comando da PM para onde foi  nomeado  o Coronel José de Lima Irmão que permaneceu nessas funções até o fim do mandato do Governo.  Em 2006 Cássio Cunha Lima, em disputa como José Maranhão, foi reeleito e o Coronel Lima Irmão continuou no comando da PM, até 5 de março de 2008,  quando foi remanejado para outra função. Portanto esse comando teve a duração de 5 anos e   2 meses.

Coronel José de Liam Irmão

No dia 5 de março de 2008, o Coronel Lima Irmão foi substituído pelo Coronel Kelson de Assis Chaves que ficou nessas funções até 17 de fevereiro de 2009, (11 meses), quando houve a mudança do Governo, com a cassação de Cássio Cunha Lima, e o retorno de José Maranhão ao Governo.

Governador Cássio Cunha Lima e Coronel Kelson Assis Chaves

No novo governo de José Maranhão, iniciado em 17 de fevereiro de 2009, o Coronel Marcos Antônio Jácome Soares Carvalho foi nomeado Comandante da PM, ficando nessas funções até o dia 19 de agosto de 2009 (5 meses), quando pediu exoneração e passou para a reserva.

Coronel Marcos Carvalho

O substituto do Coronel Marcos Carvalho foi o Coronel Wilde de Oliveira Monteiro, na época subcomandante geral, que permaneceu nessas funções até o fim do Governo, no dia 1 de janeiro de 2011 (1 ano e 3 meses).

Governador José Maranhão e Coronel Wilde Monteiro

Assim, no período aqui enfocado, tivemos três Comandos com durações acima de quatro anos (Lira, Cordeiro e Lima Irmão), o que é um período razoável. Mas também tivemos quatro outros comandos com durações inferiores a dois anos (Américo Uchôa,  Kelson Chaves,  Marcos Carvalho e Wilde Monteiro), o que, por certo, dificultou a realização de um trabalho mais efetivo.

      Eleito em 2010, Ricardo Coutinho assumiu o Governo no dia 1 de janeiro de 2011, e nomeou o Coronel Euller de Assis Chaves para o Comando da PM.  Reeleito em 2014, Ricardo Coutinho manteve o Coronel Euller Chaves nessas funções. Assim, esse comando ultrapassou o período de sete anos.

Governador Ricardo Coutinho e Coronel Euller Chaves

Registramos que, na história da corporação, o Oficial que tinha passado mais tempo nessa função foi o Coronel Ozanan de Lima Barros, que no período de dois Governos alcanço sete anos e três meses de Comando.

   Dessa forma, no fim do mês de março de 2018 o Coronel Euller passará a ser o Oficial que Comandou a PM da Paraíba durante mais tempo.

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