O desenvolvimento intelectual e técnico dos integrantes da PM da Paraíba: Athila, o cabo Filósofo.

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    O desenvolvimento intelectual e técnico dos integrantes da PM da Paraíba teve um momento marcante no início da década de 1990.

      Podemos elencar pelo menos quatro fatores para esse acontecimento: a exigência do segundo grau para o ingresso na corporação, inicialmente nos concursos para os Cursos de Formação de Oficias (CFO), e posteriormente para os Cursos de Formação de Soldados (CFSd); o aumento da concorrência nesses concursos; a  evolução na qualidade dos cursos de formação com mudanças nos currículos, no quadro de Instrutores e Professores, e dos meios auxiliares de ensino, e, por fim, a conscientização dos policiais da necessidade de um constante desenvolvimento profissional e pessoal.

        Nos concursos para o CFO a exigência do segundo grau foi instituída em 1972, mas até 1989 a concorrência era bem menor do que a atual e o nível das provas também era menos elevado. Até então o CFO era realizado em outros Estados. Com a criação do Centro de Ensino e a criação do CFO na Paraíba, em 1990,  a seleção para esse curso passou a ser feita através de vestibular realizado pela Universidade Federal, por iniciativa do então Capitão Ardenildo Morais, primeiro Comandante do Centro de Ensino. Posteriormente essa seleção passou a ser feita pela Universidade Estadual. Essas medidas  elevaram o nível das provas. Naquela época a busca dos jovens por concurso público começou a se intensificar motivada pela redução do mercado de trabalho. Em consequência aumentou a concorrência o que resultou na seleção de pessoas com melhor qualificação. Muitos dos selecionados já tinham cursos superiores.

        Ainda naquela década os currículos dos cursos de formação dos policiais militares foram modificados para adaptá-los às naturais exigências da evolução da sociedade. Para dar cumprimento a esses currículos a PM buscou o meio acadêmico o que elevou a qualificação do corpo docente do Centro de Educação. Ainda nesse contexto, a partir de então se intensificaram a realização de cursos de especialização em diversas áreas de técnica policial, inclusive fora do Estado ou no âmbito das Universidades, ampliando cada vez mais a capacidade técnica desses profissionais.
        Com os Concursos para o CFSd ocorreu o mesmo fenômeno  a partir de 1998, quando o Comandante Geral era o Coronel Ramilton Cordeiro e o Comandante do Centro de Ensino era o Coronel Hilton Almeida, e passou-se a se exigir o Segundo Grau e os currículos também foram modificados. Naquele ano foram selecionados quinhentos novos Soldados e em 2002 mais mil. Em ambos os concursos também foi exigido a Carteira Nacional de Habilitação.
      O reflexo dessas mudanças pode ser observado no CFSd em andamento no Centro de Educação da PM (2016/2017). Em uma pesquisa realizada em três das seis turmas desse curso, constatamos que 71,3% dos alunos já tinham sido aprovados em vestibulares. Os que tinham iniciado curso superior representavam 50,8% do total. Já os que tinham concluído curso superior totalizavam 17% e os que já tinham pós-graduação representava 3,5%.
     Nos Cursos de Formação de Cabos (CFC) e Cursos de Formação de Sargentos (CFS), desde meados da década de 1990 ocorreram as mesmas transformações.
    Conscientes da necessidade de uma permanente manutenção no aperfeiçoamento pessoal, esses policiais, de todos os níveis hierárquicos, buscaram concluir ou iniciar cursos superiores em diversas áreas, sobretudo em ciências humanas.  Esse conjunto de fatores impulsionou a aquisição do nível técnico e intelectual que constatamos atualmente.
    Nesse contexto poderíamos registrar inúmeros casos individuais como ilustração do que acabamos de relatar, mas pinçamos apenas um deles. É o caso do Cabo Athila, o filosofo que atualmente presta serviço como Motorista na Diretoria de Saúde da PM, do qual passaremos a expor uma síntese do seu currículo.
   Athila da Silveira Limeira, nascido em 7 de julho de 1977, em João Pessoa, fez o Curso Fundamental no Colégio João Paulo II, e o Curso Fundamental no Colégio Pio XII. Foi Auxiliar de Escritório e garçom na Boate Acróples. Ingressou na Polícia Militar 14 de agosto de 2002, e depois do CFSd prestou serviço no Batalhão Florestal, na Diretoria de Finanças e na Segunda Seção do Estado Maior. Em 2013 fez o Curso de Habilitação de Cabos e desde então presta serviço na Diretoria de Saúde.
    Ainda em 2002, quando ele ingressou na PM, foi aprovado no vestibular de Filosofia da UFPB, tendo concluído o Bacharelado e Licenciatura em 2007, ainda como Soldado.    Em 2009  Athila voltou à Universidade  para frequentar e concluir em 2014 o Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia e no mesmo concluir um Curso de Especialização em Fundamentos da Educação. Concomitantemente com suas atividades na Diretoria de Saúde, Athila prestou serviço na Coordenação do PROERD, foi Professor de Filosofia e Sociologia no Colégio da Polícia Militar durante cinco anos, e Instrutor de Direitos Humanos em diversos CFSd. Atualmente o Cabo Athila é instrutor do PROERD, atividade que desenvolve com entusiasmo, como alias é comum a todos os integrantes desse projeto.
    Disciplinado, orgulhoso da sua condições de policial militar,  estudioso que sempre procura se aperfeiçoar como profissional, comprometido com a corporação, vibrador, zeloso com sua apresentação pessoal, dedicado filho, marido, pai e cidadão, o Cabo Athila é um exemplo de Policial Militar  e da constatação  do nível  intelectual e técnico dos atuais integrantes desta briosa instituição.

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