Motivação da tropa: Indispensável instrumento de comando

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Motivação da tropa deve ser uma permanente preocupação do comando em qualquer nível de uma corporação. Neste trabalho vamos enfocar maneiras corriqueiras de se alcançar esse objetivo que tivemos oportunidade de aplicar.

  Uma das maiores preocupações de quem exerce o comando de tropa, em qualquer nível, de uma Guarnição a um Batalhão, ou, no caso da Polícia Militar, no Comando Geral da Corporação, deve ser a busca de formas de motivação dos seus comandados para o trabalho. Quando se menciona formas de motivação, em qualquer empresa, pensa-se, de imediato, em melhoria salarial. Claro que esse é um instrumento que pode ter efeito motivacional. Mas não é o único, e apenas ele não garante motivação.

Essa é uma das atividades mais valorizadas nas grandes empresas, que entendem que seu maior patrimônio é o seu corpo de servidores, modernamente denominados de colaboradores.   O dirigente pode exigir a presença física, a assiduidade e até estabelecer metas para seus subordinados.

E no caso das organizações militares, aplicar o rigor da disciplina.   Mas a capacidade de iniciativa, a criatividade, a voluntariedade, a busca espontânea de melhoria da qualidade do serviço, e outras qualidades indispensáveis para garantir o desenvolvimento de qualquer atividade humana, só se podem alcançar através de métodos que enalteça moralmente os executores desses serviços, valorizando aspectos psicológicos nas relações interpessoais.   A esse conjunto de formas de valorização denominamos de processos motivacionais.

Nas atividades da Polícia Militar, onde as qualidades aqui mencionadas são indispensáveis ao êxito das ações, em participar nas atividades fins, o Comandante, repita-se, de qualquer escalão, tem o dever de aplicar, de forma permanente, métodos motivacionais aos seus comandados. Uma das formas mais objetivas de avaliação da capacidade de comando e de liderança exercidas pelo policial militar, de qualquer nível hierárquico, é a análise da forma, da assiduidade e da qualidade dos métodos de motivação por ele aplicado. Nas fichas de avaliação para efeito de contagem de pontos para promoção por merecimento,  de Oficias e de Praças, essa qualidade é levada em conta, com o uso de outras terminologias.

São muitas as formas de aplicação desses processos no âmbito da Polícia Militar. Alguns são informais, como os elogios verbais feitos no momento do fato ou logo após, que são mais próprios dos comandos imediatos, como Guarnições, Destacamentos, ou efetivos escalados para um serviço específico.  Esses quanto mais imediatos e públicos forem, melhores serão os resultados, mas é preciso cautela para evitar vulgarização, fazendo elogios graciosos. É preciso também se ficar atento para a possibilidade do surgir sentimentos de ciúmes por parte de alguém que não foi elogiado, assim como dos que bajulam em busca de elogios. Para Comando mais formal, como os de Companhia ou Batalhão o mais usual é o registro de elogio em Boletim e a concessão de dispensas de serviço.

No decorrer das décadas de 1980 e 1990, ao exercer funções de comando de Companhias e de Batalhões, tivemos oportunidade de fazer uso de alguns desses métodos, o que também  era aplicado por muitos outros Oficiais. Um dos métodos que adotamos foi a escolha dos policiais do ano. Fizemos isso em 1977 na CPTRAN, 1982 na Rádio Patrulha, 1983 em Cajazeiras, 1986 no CFAP, em 1987 no âmbito do 1º Batalhão, 1996 em Campina Grande,  no ano 2000 no Centro de Ensino e em 2001 no Quartel do Comando Geral.

Em todos esses momentos as escolhas dos melhores do ano foram feitas pelos próprios policiais. Estabelecíamos os critérios e, através de uma votação informal, os policiais escolhiam. Nunca tivemos supressa desagradável com essas escolhas. Os escolhidos eram realmente merecedores. Fazíamos a entrega de um diploma e de uma medalha e cada agraciado com o título de melhor do ano, em uma solenidade com a presença da tropa e de autoridades convidadas.

 Os homenageados também eram dispensados de serviços por 5 dias, quase sempre na semana de natal, quando a homenagem, era feita. Muitos desses policiais ainda guardam com orgulho esse diploma e essa medalha.  Na maioria das vezes conseguíamos espaços na impressa para divulgação desses eventos.

Em 1987, quando éramos Subcomandante do 1º Batalhão,  o Coronel Marden Alves da Costa, Comandante Geral da Corporação, participou da solenidade de homenagem aos melhores do ano daquela Unidade.

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