Major Jacob Guilherme Frantz: O Policial Militar e o Político

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       Jacob Guilherme Frantz foi um dos homens mais poderosos da Polícia Militar da Paraíba no decorrer das décadas de 1930/40, inicialmente como Oficial e depois como político. Aqui vamos fazer uma síntese da vida dessa figura que muito honrou essa corporação.

           Em 1929 João Pessoa Cavalcante de Albuquerque, Presidente da Paraíba (Denominação que tinha o Governador do Estado na época), depois de diversos problemas políticos, rompeu politicamente com Washington Luis, o Presidente da República, fato que deu notoriedade ao Presidente João Pessoa e ficou conhecido nacionalmente como “o nego”.
       Naquele momento apenas Minas Gerais e Rio Grande do Sul ficaram solidários com a Paraíba. Nesses Estados sugiram muitos admiradores do Presidente João Pessoa.
      Em 1930, em um dos muitos desdobramentos das questões relacionadas ao “nego”, um Deputado Estadual com base eleitoral na cidade de Princesa Isabel, no sertão da Paraíba, reunindo um grande número de aliados políticos e muitos cangaceiros, iniciou um movimento armado destinado a subverter a ordem pública no Estado.
       O objetivo do movimento era criar uma situação que justificasse uma intervenção do Governo Federal na Paraíba, na forma prevista na Constituição, e assim afastar João Pessoa do Governo, o que também era do interesse da Washington Luis, que ofereceu apoio em material bélico aos lideres do movimento.
      Como o efetivo da Força Pública (Denominação da Polícia Militar na época) era muito pequeno para combater esse movimento, o Presidente João Pessoa criou um Batalhão Provisório, para o que abriu inscrição de voluntários. Admiradores de João Pessoa de diversos Estados vieram para a Paraíba se alistar na Força Pública para lutar em Princesa.
     Jacob Guilherme Frantz, nascido em 17 de setembro de 1905, em São João do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, filho de Luiz Felipe Frantz e Maria Henn Frantz, que acabara de chegar à Capital da Paraíba, vindo da sua terra natal, se apresentou diretamente ao Presidente João Pessoa como voluntário para ingressar no Batalhão Provisório, no dia 20 de abril de 1930.
      Na mesma data Jacob Frantz ingressou da Força Pública como Soldado, sendo incluído de imediato na tropa que foi enviada para combater o movimento armado de Princesa liderado pelo Deputado José Pereira.
      Durante essas lutas muitos oficiais e praças foram promovidos por atos de bravura, que era uma forma de reconhecimento ao mérito individual das ações e um incentivo para toda tropa.  Para agilizar os processos, essas promoções eram feitas na condição de Oficial Comissionado, enquanto se aguardavam as respectivas efetivações.   Jacob Frantz integrou uma tropa, formada por aproximadamente 100 homens, Comandada pelo Capitão João da Costa e Silva e ficou conhecida como Coluna Costa.
       Essa tropa combateu os grupos de José Pereira no trecho de Patos até Tavares e durante essas lutas foram registradas muitas mortes de ambos os lados. Pela forma como participou nesses combates Jacob Frantz foi Comissionado 2° Tenente no dia 13 de junho de 1930, por ato de bravura. Terminadas as lutas, e depois da revolução de 1930, com a Paraíba já sob o Governo do Interventor Antenor Navarro, Jacob foi efetivado no Posto de 2º Tenente no dia 25 de abril de 1931.
    Ainda em 1931, no dia 27 de agosto, foi promovido, por merecimento, ao posto de 1° Tenente. Ainda nesse posto Jacó deu seus primeiros passos na política ao ser nomeado  Prefeito Interventor em Monteiro, no período de 1930 a 1932, no início da ditadura Vargas.
           Em 31 de outubro de 1935 Jacob foi Comissionado Capitão e efetivado nesse Posto em 31 de agosto de 1936.  Em 1941 ele fez o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e em 7 de maio de 1940 foi promovido ao Posto de Major por merecimento Comandante da Guarda Cívica;  Delegado de Polícia em diversa cidade e Ajudante de Ordem do Governador Argemiro de Figueiredo.
          No período de ditadura de Getúlio Vargas, de 1930 a 1945, (exceto entre 1934 a 1937, o curto período de retorno à democracia), os Governadores dos Estados eram nomeados pelo Presidente da República como Interventores e estes nomeavam os Prefeitos, também como Interventores. Nesse período muitos Oficiais da Polícia Militar foram nomeados Interventores. Nessas condições Jacob Frantz foi Interventor de São José de Piranhas e de Antenor Navarro, em (1939).  Nessas funções Jacob preparou a base para sua careira política que teve inicio poucos anos depois.
       Em 3 de julho de 1945, ainda no Posto de Major, Jacob Frantz  foi reformado, quando teve início suas atividades políticas.
      Com a redemocratização do país, em 1946, alguns Oficiais da Polícia Militar começaram a disputar cargos eletivos. Naquele ano, o Major Jacob Guilherme Frantz, já na condição de Reformado, integrando a União Democrática Nacional (UDN), partido que ele ajudou a criar na Paraíba,  foi eleito para a Assembleia Constituinte do Estado.  Habilidoso e bem relacionado, Jacob logo angariou muito prestígio político, o que lhe garantiu o mandato de Deputado Estadual por três legislaturas (1946 a 1959). Em 1956 Jacob se licenciou para assumir a Secretaria da Agricultura, onde permaneceu até o fim do Governo. Em 1959 foi eleito Deputado Federal. Em 1960, Jacob perdeu a eleição quando foi candidato a Senador na chapa composta pelo Marechal Teixeira Lott, para Presidente, João Goulart, para Vice e Janduy Carneiro para Governador. Em 1963 foi candidato a Deputado Federal, ficando na primeira suplência, assumindo o cargo por diversas vezes durante o mandato. 
Deputado Jacob Guilherme Frantz

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