Histórico da Caixa Beneficente dos Oficiais e Praças da PM/BM da Paraíba

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     O Histórico da Caixa Beneficente de Oficiais e Praças da PM/BM da Paraíba  é o registro de um conjunto de fatos inter-relacionados que constituem um capítulo particular da história da PM da Paraíba. Essa instituição foi parte integrante da Polícia Militar durante mais de  quarenta anos,, portanto, suas origens  estão vinculadas a essa corporação.  Nesse trabalho buscamos registrar esses acontecimentos como reconhecimento da importância dessa instituição como representante da dos policiais e bombeiros militares da Paraíba.
 
1.      Introdução
a) A situação nacional na década de 1930
 
         A fundação da Caixa Beneficente de Oficiais e Praças da Polícia Militar se deu em meio a intensas transformações sociais, políticas e econômicas ocorridas no país, no Estado, e em particular no âmbito da Polícia Militar.
       Depois da revolução de 1930, Getúlio Dornelas Vargas assumiu a chefia de um governo provisório que, suspendendo a Constituição em vigor, depôs o Presidente da República, os Governadores, que na época eram denominados de Presidentes dos Estados, os Prefeitos Municipais, e dissolveu o Poder Legislativo em todos os níveis (Câmara Municipal, Assembleia, Câmara e Senado Federal). Getúlio nomeou Interventores para governar os Estados e os Interventores nomearam os dirigentes municipais. Vivíamos, portanto, um estado de exceção, com Getúlio governando sem uma Constituição.
       Essa situação permaneceu até 1933, quando ocorreu a eleição para uma Assembleia Nacional Constituinte. No dia 16 de julho de 1934 foi promulgada uma nova Constituição, a terceira do Brasil, e a segunda da República. No mesmo ano foram realizadas, em todo Brasil, eleições para as Assembleias Estaduais Constituintes.  A Assembleia Legislativa da Paraíba foi instalada no dia 22 de janeiro de 1935 e no dia seguinte elegeu o Dr. Argemiro de Figueiredo, então Secretário do Interior, como novo Governador e deu início a elaboração da Constituição Estadual, que  foi promulgada no dia 12 de maio daquele ano.  Dessa forma, a sociedade brasileira voltava à normalidade democrática, gerando um clima de expectativa de mudanças em todos os setores sociais.
     b) As transformações na Polícia Militar
 
        O Governador Argemiro de Figueiredo, consciente dos anseios dos paraibanos, buscou montar um governo que atendesse as necessidades mais urgentes. A segurança pública tinha sido objeto de preocupação da Assembleia Nacional Constituinte, que lhe reservou espaço, pela primeira vez, na Constituição, tornando as Forças Públicas Estaduais em forças auxiliares e reservas do Exercito. Esse dispositivo constitucional foi regulamentado pela Lei Complementar nº 192, de janeiro de 1936, origem do que depois foi contemplando no Decreto-lei 667 de 2 de junho de 1969.   Dessa forma, havia necessidade de profundas transformações na Força Pública para adaptá-la à nova realidade jurídica e melhor capacitá-la para a nova ordem social.
       Com esse propósito o Governador escolheu para Comandar a Força Pública o Coronel Delmiro Pereira de Andrade, oficial de grande prestígio no Exercito, intelectual, estudioso, autor de manuais técnicos na área de logística e que já havia prestado serviços à Força Pública do Estado, em 1917, no Posto de 1º Tenente, exercendo as funções de Oficial Instrutor. Fazendo jus às expectativas, o Comando do Coronel Delmiro, de 25 de maio de 1935 a 16 de agosto de 1938, foi um dos mais promissores da Corporação, que passou por profundas e intensas transformações. Foi renovada toda legislação, que ficou consolidada em uma única lei, a de nº 823, de 6 de julho de 1937, que regulamentava todas as atividades da Corporação. Em janeiro de 1936, o Governador concedeu um substancial aumento de vencimentos, há muito aguardado por todos os policiais. Com a nova tabela de aumento um Soldado passava a ganhar, 140$000 (cento e quarenta mil réis) o que representava um aumento de 30%, percentual este que também se estendeu às demais praças.  Um Coronel passou a receber 1:500$000 (um conto e quinhentos mil réis) o que significava 50% de aumento. Os demais Oficiais foram beneficiados com o mesmo percentual.  Esse percentual foi considerado bom porque a inflação oficial de 1935 foi de 5,2% e a do ano seguinte, de 12,8%.  
 
Dessa forma, os novos vencimentos causaram euforia no seio da tropa. Um novo e vistoso uniforme - copiado da Força Pública do Rio de Janeiro - foi adotado, fortalecendo a autoestima dos policiais.   Todo o mobiliário dos Quartéis foi renovado. Os Quartéis foram pintados.  Foi adquirido o terreno onde depois foi construído o Quartel de Campina Grande. Para capacitar a tropa no desempenho do novo papel policial, foram iniciados os cursos de Sargentos e de Oficiais, inclusive os de aperfeiçoamentos. Para efetivar esses treinamentos, foi criado um Centro de Instrução.  Uma parte do Parque Solon de Lucena foi adaptada para servir como campo de treinamento físico dos policiais.  A Banda de Música recebeu um novo instrumental e passou a realizar retretas pela cidade. Para dar maior mobilidade ao policiamento da capital, foi criado um Esquadrão de Cavalaria. O Corpo de Bombeiros foi reestruturado. Os serviços de Comunicações foram ampliados com a aquisição de novos aparelhos de rádio e a implantação de treinamentos específicos. O governo autorizou a aquisição de modernas Metralhadoras – Shermessi - que foram importadas da Alemanha. Enfim, toda corporação foi transformada.
                  
    c) As questões sociais na Corporação
 
        Um dos problemas mais graves da Corporação naquela época, como hoje, era a falta de assistência jurídica aos policias que, em razão do seu ofício, se envolviam em processos criminais.  Para atenuar esse problema o Coronel Delmiro Pereira criou, no dia13 de julho de 1935, portando logo no início do seu Comando, um fundo denominado de Caixa Judiciária da Força Pública da Paraíba, e que se destinava a indenizar despesas com advogados contratados para fazer a defesa de policiais nessas situações.  Para compor esse fundo era descontada, compulsoriamente, do pagamento dos policiais, mensalmente, uma quantia variável, conforme o posto ou graduação.  Outra medida também de elevado alcance social adotada pelo Coronel Delmiro, foi o incentivo ao fortalecimento da já existente Associação Beneficente de Sub Tenentes e Sargentos.  Essas medidas, entretanto, não resolviam outros problemas ainda mais graves, que eram os derivados das precárias condições sociais vividas pelos policiais e seus familiares.
          Naquela época, como decorrência da política de apoio ao trabalhador, desenvolvida por Getúlio Vargas, estava em fase de implantação em todo país, os Institutos de Aposentadoria e Pensão, que depois geraram o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Portanto, não havia ainda uma estrutura de assistência social para atender a já sofrida camada mais carente da população.  Em consequência, surgiam, em todo Brasil, organizações filantrópicas denominadas de sociedades beneficentes, destinadas a fazer a prestação de serviços assistenciais. Entretanto, em que pese o ingente esforço dos integrantes dessas entidades, totalmente carentes de recursos, os resultados obtidos eram irrisórios.
d) Os alicerces da Caixa
 
          Disposto a encarar essa questão no âmbito da Polícia Militar, com objetividade, o Coronel Delmiro Pereira, em nota publicada no Boletim do Comando Geral do dia 14 de fevereiro de 1936, utilizando-se de fortes argumentos emotivos e demonstrando profunda preocupação com a situação social de todos integrantes da corporação, estabeleceu, de forma preliminar, normas para criação de uma Caixa Beneficente da Polícia Militar. Observe-se que o nome da Corporação já tinha mudado, no ano anterior, para Polícia Militar e assim permaneceu até 1940, quando passou para Força Policial, ficando dessa forma até 1947, quando voltou a denominar-se Polícia Militar.  Dias depois da adoção dessa medida, teve início a elaboração e aprovação do Estatuto da nova entidade.
       Dessa forma, em meio a todas essas transformações ocorridas na Corporação, premida pela carência de assistência social dos integrantes da Corporação e guiado pelo elevado espírito empreendedor do Coronel Delmiro, surgiu a Caixa Beneficente da Polícia Militar, que depois foi transformada em Caixa Beneficente de Oficiais e Praças da Polícia Militar.
2.      A Fundação
 
a)       A certidão de nascimento
 
            Na sua origem a Caixa Beneficente era atrelada diretamente ao Comando da Polícia Militar, uma vez que sua criação foi resultante de uma decisão administrativa do Coronel Delmiro Pereira de Andrade, Comandante Geral da Corporação e passava a administrar recursos advindos de outro órgão também subordinado à Polícia Militar, que era a Caixa Judiciária.  O que podemos denominar de certidão de nascimento da Caixa Beneficente é a nota publicada no Boletim do Comando Geral do dia 14 de fevereiro de 1936, que tinha a seguinte redação, assinada pelo Coronel Delmiro Pereira de Andrade:
Caixa Beneficente da Polícia Militar – Desde que assumi o Comando desta tropa, tenho procurado com os meios e recursos possíveis, melhorar a situação moral e material.
      Nada teria feito, porém, se não estendesse o amparo às famílias dos mais humildes servidores, em números muitas vezes maior, por isto já foi nomeada uma comissão para estudar e elaborar um projeto de regulamento de uma caixa Beneficente que tenha por fim amparar as famílias dos componentes desta Corporação.
       Não tem sido poucos os casos de viúvas e filhos desses servidores que se vêm, da noite para o dia, ao desalento, ao desamparo e sem nenhum recurso pecuniário, sem meios de nenhuma espécie para enfrentar a perda do chefe, esposo ou pai, sem abrigo e sem pão.
     Por estas fortes razões foi que comecei enfrentar de perto e com vontade de ser útil aos meus comandados a essa aflitiva situação e procurei, então, instituir a Caixa Judiciária para, como primeiro marco de partida, dar assistência aos que dela necessitassem.
         O resultado satisfatório não se fez esperar e assim é que a Caixa tem dado assistência aos que dela tiveram necessidade e está em boas condições financeiras.
          Com a futura organização judiciária militar em que a Polícia Militar passará a ter jurisdição militarizada, será prevista a despesa de 50% destinados a constituir um fundo de reserva que passará a pertencer à Caixa Beneficente da Polícia Militar, assim destinada:
         a) Socorro com um conto de reis (1:000$000) a viúva ou herdeiro legítimo do policial falecido, oficial ou praça, no momento em que a administração tiver conhecimento do óbito.
        b) Auxiliar com 400$000 (Quatrocentos mil réis) a família do oficial, 300$00 (trezentos mil réis) a família do Sargento e 200$000 (duzentos mil réis) a família do Soldado, para enterro. Toda vez que se verificar um óbito na Polícia Militar, haverá um acréscimo de 1$000 (Um mil réis) na contribuição atual para a Caixa Judiciária.
 
      c) Todo o saldo da Caixa Beneficente constituirá o fundo de reserva da mesma caixa.  
     As presentes disposições vigorarão até que seja regulamentada a Caixa e entrarão desde já em execução.
       Os Srs. Comandantes de Batalhões e de Companhias façam cumprir as presentes instruções de maneira que não haja interrupção nos descontos da Caixa Judiciária e os óbitos acima aludido para não prejudicar aos herdeiros.
 
  Coronel Delmiro Pereira de Andrade
         Criador da Caixa
 
bA constituição do fundo.
 
        Como podemos verificar nas disposições preliminares que instituiu a Caixa Beneficente, o seu patrimônio inicial foi formado pelo repasse de 50% da receita mensal da Caixa Judiciária, que havia sido criada pelo Comandante Geral através da nota publicada no Boletim de 13 de julho de 1935. A Caixa Judiciária era um fundo que tinha por objetivo patrocinar a defesa de policias em processos criminais. A receita desse fundo era constituída pelo desconto dos seguintes valores, nos vencimentos dos policiai: Oficiais, 2$000 (dois mil réis); Sargentos, 1$500 (mil e quinhentos réis); e as demais praças 1$000 (hum mil réis).
      Para se ter uma ideia do que esses valores representavam, podemos comparar com o vencimento de um Soldado na época que era 140$000, (cento e quarenta mil réis), ou seja, o desconto representava menos de 1% dos vencimentos. Outros dados, da época, 1937, para permitir uma melhor comparação do valor do desconto: um quilo de açúcar custava 1$000 (um mil réis) e um litro de gasolina custava 1$400 (um mil e quatrocentos réis).  Naquele ano o efetivo total da Polícia Militar era de 1.041 homens, o que permite se estimar que a arrecadação mensal desse Fundo era de aproximadamente 1:000$2000 (Um milhão e duzentos mil réis, ou um conto e duzentos mil réis). Havia uma norma do Comando estabelecendo que só se poderia pagar honorários aos advogados até o valor de 300$000 (trezentos mil réis).
      Dessa forma a receita mensal da Caixa Judiciária era suficiente para se pagar até quatro advogados por mês. Como eram poucos os casos que exigiam contratação de advogados, o saldo desse fundo foi crescendo, de forma que no balancete publicado no Boletim do dia 19 de dezembro de 1936, era de 13:758$100 (ou seja, quase 14 contos de réis) mesmo já tendo passado parte de sua receita para a Caixa Beneficente. Esse valor, que era suficiente para pagar 14 pecúlios ou contratar advogados para 40 casos, foi passado para a Caixa Beneficente em janeiro de 1937. Outro dado para comparação: Um automóvel de passeio, do ano, custava 16 contos de réis.
       Nas instruções que instituíram a Caixa Beneficente, o Coronel Delmiro alegou que haveria uma redução das despesas da Caixa Judiciária com o advento da justiça militarizada, o que justificaria o repasse dos recursos para o novo fundo. A Constituição de 1934 ao tornar as Forças Públicas em forças auxiliares e reservas do Exercito, e a lei Federal nº 192 de janeiro de 1935, fizeram com que os crimes praticados pelos integrantes dessas Corporações passassem a serem julgados pela Justiça Militar, que estava em fase de implantação na Paraíba.
       Havendo a concentração dos processos na auditoria da Justiça Militar, onde haveria defensores públicos, as despesas com advogados certamente seriam menores.      
     Dessa forma a receita da Caixa Beneficente era aproximadamente 600$000 (Seiscentos mil réis), equivalente a 50% da renda mensal da Caixa Judiciária e mais 1$000 (um mil réis) de cada integrante da Corporação cada vez que ocorresse o óbito de um sócio da Caixa, o que implicaria numa arrecadação de aproximadamente 1:000$050 (Um conto e cinquenta mil réis). Como as despesas que a Caixa teria com o pagamento de pecúlio (que o documento em referência denomina de socorro) e com a ajuda para enterro eram de no máximo 1:000$400 (um conto e quatrocentos mil réis), a Caixa teria uma reserva mensal de no mínimo 150$000 (cento e cinquenta mil réis).  Assim, com o passar do tempo, poderia ser formado o capital necessário para se prestar os demais benefícios que depois o Estatuto veio a estabelecer.
 
c)   Primeiros pecúlios
 
       Na parte final das instruções que instituíram o funda da Caixa, ficou estabelecido que essas normas entrariam em vigor imediatamente até que fosse regulamentada, o que só veio a ocorrer no final do ano com a aprovação do Estatuto. Entretanto, antes do Estatuto ser elaborado, surgiu o primeiro caso de óbito, e, por conseguinte, a necessidade de pagamento de pecúlio e das despesas com o enterro de um Soldado. Foi o Soldado Antônio Alexandre de Silva, pertencente ao 1 º Batalhão, falecido no dia 16 de maio de 1936, cujos pagamentos foram efetuados a sua esposa, no dia 13 de julho do mesmo ano,  conforme nota publicado no Boletim do Comando Geral, naquela data.
 
      No dia 17 de março de 1937, o Comandante Geral determinou, através do Boletim, que se fizesse, nos vencimentos de todos os policiais, o desconte de 2$000 (dois mil réis) para que a Caixa pudesse efetuar o pagamento do pecúlio aos familiares do Tenente Raymundo Sizenano Coelho, que ao falecer já se encontrava reformado.
        Em Boletim do dia 1º de fevereiro de 1938, o Comandante autorizou desconto, em favor da Caixa, de cota extraordinária de 2$000, para pagar o pecúlio do Soldado Antônio Joaquim do Nascimento, morto por um bandido em Cacimba de Areia. Idêntico fato se deu no dia 23 do mesmo mês, com o Soldado Tertuliano de Sousa, assassinado na cidade de Ingá.  Outro assassinato de policial se repetiu no dia 25, ainda de fevereiro do mesmo ano, tendo como vítima o 3º Sargento Symphronio Pereira, assassinado em Piancó. Como se percebe, três policiais perderam a vida em apenas um mês, sendo seus familiares assistidos pela Caixa.
       No dia 20 de maio de 1938, foram pagos os pecúlios correspondentes aos falecimentos dos Soldados Antônio Joaquim do Nascimento e Belísio Balbino de Moura.
     Todos esses benefícios, – pecúlios e auxilio luto - foram pagos de acordo com os seguintes valores estabelecidos no Estatuto: Pecúlio de Oficial 5:000$000 (cinco contos de réis) e auxílio de luto 300$000; Pecúlio relativo a Sargentos 3:000$000 (três contos de réis) e auxílio de luto 200$000 (duzentos mil réis); Pecúlio  relativo a Cabos e Soldados  2.000$000 e auxílio de luto 100$000 (cem mil réis).
 
d)  O Estatuto
 
1)      Elaboração e aprovação
            Para elaborar uma proposta do Estatuto da Caixa Beneficente foi nomeada uma comissão composta pelo Tenente Coronel Elísio Sobreira, Major Guilherme Falcone, Capitão José Gadelha de Melo e 2º Tenente Manuel Moreira Câmara. Era o que existia de melhor qualificado nos quadros da Corporação para execução de um trabalho dessa natureza. No dia 12 de dezembro de 1936, no Quartel do Comando Geral, nessa época funcionado no Quartel da Praça Pedro Américo, os Oficiais se reuniram para iniciar as discussões da proposta do Estatuto.  Dada a importância e complexidade dos temas em apreciação naquele momento, deliberou-se que a discussão teria continuidade no dia 31 de dezembro daquele ano e que os oficiais que não pudessem comparecer poderiam delegar poderes a outros companheiros para por eles votar. Definiu-se ainda que, uma vez aprovado o Estatuto seria publicado em Boletim do Comando Geral, no órgão de impressa oficial e impresso para ser distribuído a todos os sócios, além de se registrar, na forma legal, no cartório competente. 
            No dia 31 de dezembro de 1936, conforme o estabelecido, os oficiais voltaram a se reunir, e após as discussões e apresentações de emendas, o Estatuto foi aprovado por unanimidade. Essa é a data considerada como o dia de fundação da Caixa.
 
Comissão que elaborou o projeto do primeiro Estatuto
Elysio Sobreira, Manuel Câmara e Guilherme Falcone
        Como o Estatuto estabelecia que os seus dirigentes seriam os oficiais que ocupassem determinadas funções na Corporação, não houve eleições. O Comandante Geral era o Presidente da Diretoria Executiva, que era denominada de Gerência, e do Conselho Deliberativo. Nessa mesma data o Presidente nomeou para o Cargo de Tesoureiro o Tenente João Rique Primo e para exercer as funções de Secretário, o Tenente Cláudio Lemos, que era dentista da Polícia Militar.  No dia 13 de abril de 1937, o Tenente Cláudio foi substituído pelo Aspirante Sebastião Calixto de Araújo.
 
Sebastião Calixto – Secretário da Caixa em 1937
      2)   Conteúdo básico
       O Estatuto aprovado era bem elaborado, atendia a todas as necessidades da Caixa e expressava os sentimentos que lhe deram origem. Era conciso, contendo apenas 46 artigos, com poucos parágrafos, incisos e alíneas. Estava dividido em 9 Capítulos, e mais um Título com a denominação de Disposições Transitórias no qual os artigos eram renumerados.
      No Capítulo I era definido que todos os integrantes da Corporação eram obrigatoriamente sócios.  Estabelecia ainda esse dispositivo as finalidades da Caixa que eram basicamente: Concessão de pecúlio e indenizações de despesas de enterros de sócios, empréstimos, assistência judiciária, financiamentos de casas, auxilio de assistências médica e manutenção de escola para os filhos dos sócios. Como se verifica, eram muitos amplos os objetivos que pretendia alcançar.
        A forma de administração da Caixa foi definida no Capítulo II, dividindo-a em dois órgãos: Conselho Deliberativo, que também tinha o papel fiscalizador, e Diretoria, com papel executor das decisões do Conselho Deliberativo. Esses dois órgãos eram presididos pelo Comandante Geral. No primeiro participavam ainda o Sub Comandante Geral, o Fiscal Administrativo, o Tesoureiro Contador, o Secretário do Comandante Geral, o Comandante do Batalhão da Capital e mais um Oficial de cada posto que estivesse servindo na capital. Para compor a Diretoria Executiva o Presidente podia nomear dois Oficiais, um como tesoureiro e outro com Secretário. Dessa forma, a Caixa era parte da administração da Polícia Militar. Nos Capítulos III e IV eram estabelecidos o funcionamento e as competências desses órgãos.
      Entre as fontes de receita da Caixa, era previsto, no Capítulo V, além das mensalidades dos sócios, joia, donativos e subvenções. Ou seja, para se ingressar como sócio era necessário se efetuar um pagamento prévio, a joia, que poderia ser feito em parcelas, conforme o contido no artigo 18. Uma tabela anexa ao Estatuto fixava os seguintes valores para a joia: Oficial 60$000 (sessenta mil réis), Sargentos 36$000 (trinta e seis mil réis) e Cabos e Soldados 24$000 (vinte e quatro mil réis).  Nessa época era comum instituições de caráter beneficente, reconhecidas de utilidade pública, receber donativos e subvenções de órgãos do Governo Federal.
     O Estatuto, através de uma tabela anexa, fixou os seguintes valores das mensalidades: Oficial 5$000 (cinco mil réis) – Sargento 3$000 (três mil réis) e Cabos e Soldados 2$000 (dois mil réis).
         O valor do pecúlio foi majorado, conforme tabela definida pelo Estatuto, para os seguintes valores: Oficial 5:000$000, Sargento 3:000$000 e Cabos e Soldados 2:000$000. Para garantir o pagamento de tais valores, foi aumentada a taxa extra que era descontada dos associados quando ocorria o óbito de um sócio, passando para 2$000 (dois mil réis). Os valores do auxílio luto ficaram estabelecidos da seguinte forma: Oficial 300$000, Sargentos 200$000, e Cabos e Soldados 100$000.
       Com o aumento da taxa extra, nos casos de óbitos, a Caixa passava a arrecadar aproximadamente 2:000$000 (dois contos de réis) – O efetivo da Corporação era de aproximadamente mil homens e descontando-se 2$000 de cada - e pagar, no mínimo, 2:100$000 (dois contos e cem mil réis), com pecúlio, e auxílio de luto para família de um Soldado, o que dava um equilíbrio. Porém se a morte fosse de um Sargento, a Caixa tinha de desembolsar, no mínimo 1:300$000 (um conto e trezentos mil réis). Se o óbito fosse de um Oficial essa despesa aumentava mais 2:200$000. 
     Com o aumento das mensalidades a arrecadação da Caixa, com essa modalidade de receita, era de aproximadamente 2:500$000, (dois contos e quinhentos mil réis) mensalmente. Dessa forma, com aplicação racional dos meios, dava para se honrar os compromissos. O cuidado em fazer sempre às projeções das despesas e a consequente necessidade de prevê as receitas, revelam o senso de responsabilidade dos pioneiros da Caixa. Esses cuidados fizeram com que o patrimônio da Caixa começasse a crescer e torná-la apta a cumprir seu papel. Isso pode ser notado nos balancetes publicados mensalmente nos Boletins do Comando Geral. Em janeiro de 1937 a Caixa recebeu 14 contos de réis da Caixa Judiciária, para iniciar suas atividades, e no balanço geral de 1938, depois de cumprir todos os seus compromissos, apresentou um patrimônio de 50 contos de réis. Dois anos depois, no balanço geral de 1940, o patrimônio chegava a 160 contos de réis.  O rigor no trato com o patrimônio coletivo estava produzindo bons resultados.
         Era facultativo aos policiais que se reformassem continuar como sócios, na forma do artigo 15, no capítulo VI. Quando um sócio pedia exclusão da Polícia, as mensalidades que ele tivesse efetuado eram devolvidas, segundo determinava o artigo 25. Com base nesse dispositivo, foram restituídas ao ex-sócio Genésio Paiva de Figueiredo, todas as mensalidades por ele pagas, conforme nota no Boletim de 12 de dezembro de 1938.
      O Capítulo VII tratava dos benefícios a que os sócios, ou seus herdeiros, teriam direito. Entre eles destacamos: Pecúlio, depois de doze meses de sócio; auxílio luto; auxílio com despesas de hospital; auxílio invalidez e defesa jurídica em processo criminal, em casos de legítima defesa ou decorrente do exercício das funções policiais, com pagamento de até 500$000 (quinhentos mil réis) de honorários. Com esse dispositivo, a Caixa passava a desenvolver o papel da Caixa Judiciária. Por esse motivo, o artigo 1º das disposições transitórias do Estatuto determinou que o saldo financeiro da Caixa Judiciária (aproximadamente 14 contos de réis) passaria para a Caixa Beneficente. Os sócios da Caixa Judiciária, que ficaram isentos do pagamento de joias na Caixa Beneficente, foram considerados sócios fundadores dessa.
          Embora fosse prevista a manutenção de escola para filhos dos sócios, no Capítulo I do Estatuto, não foi definida a forma como esse benefício seria concedido no Capítulo VII, que tratava desses direitos. Mesmo assim, no dia 20 de maio de 1938, o Interventor do Estado, Dr. Argemiro de Figueiredo, nomeou a Professora Luiza Gonzaga de Noronha para uma escola que seria mantida pela Caixa Beneficente, e que funcionaria na Rua São Miguel, onde já existia uma escola pública. Nessa mesma data foram abertas as matrículas para essa escola, conforme nota do Boletim do Comando Geral da data referida.
       A forma e os valores dos empréstimos que a Caixa concederia aos sócios ficaram estabelecidos no Capítulo VIII. Uma forma era o empréstimo rápido, com desconto no pagamento do mês, no valor de dois terços dos vencimentos e que não alcançava os Cabos e Soldados. Outra modalidade de empréstimo era o feito para pagamento em doze meses, extensivo a todos sócios em valores estabelecidos em uma tabela.
    Outra preocupação dos idealizadores da Caixa era a criação de mecanismos que facilitassem o financiamento de casas próprias, o que ficou consignado no artigo 37, no Capítulo IX do Estatuto, prevendo que quando o Conselho Deliberativo julgasse conveniente seria regulamentada uma Caixa de Construção com esse fim.
       Ainda no Capítulo VIII, conforme o artigo 39, ficou determinado que a Caixa era exclusiva na Corporação como entidade destinada à prestação de benefícios sociais. Assim, ficava extinta a Sociedade Beneficente de Subtenentes e Sargentos, que era uma entidade privada e que o Coronel Delmiro tentou incentivar, sem muito êxito.
       Na forma do artigo 40, o Estatuto só poderia ser modificado depois de quatro anos de sua aprovação, porém o Conselho Deliberativo tinha autorização para resolver os casos omissos.
 
3)   Publicação e registro
 
            Em nome de todos os sócios presentes, assinaram o Estatuto, depois de aprovado, os seguintes Oficiais: Coronel Delmiro Pereira de Andrade, Tenente Coronel Elysio Sobreira, Major Antônio Salgado, Major Elias Fernandes, Capitão Edrise Villar, Capitão José Gadelha de Mello, 1º Tenente José Castor do Rego, e 2º Tenente Firminiano Cavalcanti de Figueiredo. Aprovado no dia 31 de dezembro de 1936, o Estatuto foi publicado no Boletim do Comando Geral, de forma parcelada, a partir do dia 9 de janeiro de 1937. Em seguida foi aprovado, pelo Interventor Argemiro de Figueiredo através do Decreto Nº 775 de 4 de março de 1937, e publicado, na íntegra, no Jornal A União do dia 5 do mesmo mês. Após essas providências, foi registrado no Cartório Heraldo Monteiro, no livro nº 9 do Registro Especial de Títulos e Documentos, às folhas 193 a 199, sob o nº de ordem do Protocolo 5.126, conforme publicou o Boletim do Comando Geral do dia 3 de Junho de 1937.  No dia 30 de dezembro de 1941, através do Decreto 205, assinado pelo Interventor Rui Carneiro, a Caixa foi considera instituição de utilidade pública.
 
       4)     As Modificações nos Estatutos
 
a)      O Estatuto de 1941
   
   Quatro anos depois de aprovado, o Estatuto começou a ser modificado, conforme previa seu artigo 40. No dia 14 de janeiro de 1941, através de um decreto, assinado pelo Interventor Rui Carneiro, publicado no Diário Oficial (A União) na mesma data, foi modificado o artigo 25, que fazia alusão a restituição de mensalidades aos sócios que tivessem pedido exclusão da Polícia Militar, acrescentando-se que nesses casos a devolução seria de apenas 90%  do total das mensalidades pagas. No mesmo ano, no dia 30 de dezembro, outro decreto, o de Nº 208,  também assinado por Rui Carneiro, modificou de novo esse percentual, passando-o para 50%.
     Como se vê, foram modificações  de pouca relevância para ser objeto de um decreto.
      Porém, antes desse prazo, no dia 11 de fevereiro de 1938, em uma Assembleia Geral, que contou com a participação de 46 Oficiais, foram introduzidas algumas modificações no Estatuto, de pouca monta. Nessa oportunidade ficou estabelecido que os Oficiais que ocupassem as funções de Secretário e Tesoureiro receberiam da Caixa, cada um, a titulo de gratificação, a quantia de 50$000 (cinquenta mil réis).  Ainda nessa reunião foram modificados os valores para concessão de empréstimos e fixado em 4:000$000 (quatro contos de réis) o valor do pecúlio dos Subtenentes.
 
b)      O Estatuto de 1944
 
Em 1944, já com o Coronel Ivo Borges no comando da Corporação, o Estatuto da Caixa foi novamente modificado, sendo publicado no Diário Oficial (A União) do dia 25 de março daquele ano, depois de homologado pelo Interventor do Estado, Dr. Rui Carneiro, através do Decreto nº 436, da mesma data. As principais modificações surgidas foram as seguintes: o Sub Comandante deixou de integrar o Conselho Administrativo e passou a ser o Diretor Executivo; todos os integrantes de Corporação passavam a ser obrigatoriamente sócios da Caixa; a denominação passava a ser Caixa Beneficente de Oficiais e Praças da Força Pública, pois esse era o nome da Polícia Militar nessa época; o desconto das mensalidades (já em cruzeiro, moeda adotado no Brasil desde 1942) foi fixado em R$ 8,00, R$ 6,00 e R$ 4,00 respectivamente para os Oficiais, Sargentos e Cabos e Soldados. Como se verifica, ainda não havia eleição para escolha da Diretoria.
c)       O Estatuto de 1949
 
        Cinco anos depois, em 1949, durante o Governo de Oswaldo Trigueiro de Albuquerque, quando a Polícia Militar estava sob o Comando do Tenente Coronel Elias Fernandes, o Estatuto foi novamente modificado, e depois de homologado através do Decreto nº 158, de 6 de junho daquele ano, foi publicado no Diário Oficial (A União) do dia 15 do mesmo mês. A mais importante modificação ocorrida foi a previsão de eleição para Diretor e Vice Diretor Executivo, que deveriam ser Oficiais superiores. O mandato era de um ano e a eleição era feita pelo Conselho Administrativo, que continuava com a mesma composição anterior. Nota-se que mesmo havendo eleição, a Caixa continuava como parte orgânica da Polícia Militar, pois o Presidente do Conselho Administrativo era o Comandante Geral e era esse Conselho que elegia o Diretor e o Vice Diretor. Outro avanço que o Estatuto consignou foi a criação de uma Carteira de Construção, destinada a promover a comprar de terrenos e casas para serem vendidos aos sócios, o que até o final da década de 60 ocorria com certa frequências, tanto na Capital como em Campina Grande. A partir dessa época, conforme previa o novo Estatuto, a Caixa passou a efetuar também a prestação de serviços de assistência odontológica.
 
    5) A independência da Caixa
 
      Dessa forma a Caixa permaneceu funcionando no interior do Quartel do Comando Geral e ligada diretamente ao Comando da Polícia Militar até sua transformação em entidade de direito privado, o que se deu em duas fases.   Primeiramente ocorreu uma semi-independência, quando, em 1976 aconteceram as modificações estatutárias que definiram que a eleição do Diretor e do Vice Diretor Executivos deveria ser realizada através da Assembleia Geral, que era constituída por todos os sócios Oficias.  Mas, o Presidente do Conselho Deliberativo da Caixa era, por disposição estatutária, o Comandante Geral da PM. Ou seja, a Caixa permanecia orgânica da Polícia Militar. 
      Dessa forma, o Coronel Airton Nunes da Silva, foi eleito para Presidir a Diretoria Executiva e assim permanecendo até 31 de janeiro de 1981, quando essa função passou a ser exercida pelo Subcomandante Geral. Durante aquele ano até o mês de março do ano seguinte ocuparam essas funções os Coronéis Manuel Noronha Câmara, Antônio de Farias, Severino Pontes de Amorim, e Benedito Lima Junior.  Em março de 1972, através de uma provocação do Major Geraldo Cabral de Vasconcelos e do Capitão Manuel Paulino da Luz, evocando dispositivos estatutários, foi marcada uma eleição na qual o Coronel Airton Nunes da Silva voltou a Presidência da Diretoria Executiva.
         Ainda em 1971 a Caixa, sob a direção do Coronel Airton Nunes, passou a ocupar sua sede própria, na Avenida Padre Azevedo 457, prédio ao lado do Quartel onde funcionava o Comando Geral da Corporação, e atualmente é sede do 1º Batalhão de Polícia Militar.
     A Gestão do Coronel Airton Nunes da Silva durou  até 30 de dezembro de 1979. Mas o Presidente do Conselho Deliberativo continuava sendo o Comandante Geral.
                              Primeira Sede da Caixa na Avenida Padre Azevedo 457, prédio ao lado do Quartel
 
     A segunda fase da independência da Caixa se deu em 30 de dezembro 1979, quando o Comandante Geral era o Coronel Severino Talião de Almeida, Oficial do Exército, que resolveu não assumir a Direção do Conselho Deliberativo, o que levou a Caixa a elaborar um novo Estatuto e fazer eleições para escolha de todos seus dirigentes, o que lhe conferia total independência. O Coronel Airton Nunes foi eleito para o mandato que durou até 31 de dezembro de 1980, quando foi tomou posse o Coronel Marcílio Pio Chaves, eleito no ano anterior, e que foi reeleito para mandatos sucessivos até 5 de janeiro de 1991.       Em 1988 o Coronel Marcílio Chaves conseguiu através do Prefeito da Capital o Dr. Carneiro Arnoud, a doação de  terrenos no Cemitério Boa Sentença, onde posteriormente foi construido o Mausoléu dos Policiais Militares. No mesmo ano também foi doado à Caixa o terreno onde depois foi construída a área de Lazer, no bairro de Manaíra.      Em 1990 o Coronel Ednaldo Tavares Rufino foi eleito e tomou posse no dia 25 de janeiro de 1991, mas faleceu no dia 5 de fevereiro do mesmo ano, sendo substituído pelo vice-presidente Coronel Américo José Estrela Uchôa. Terminado esse mandato o Coronel Américo Uchôa foi eleito para duas gestões permanecendo nessas funções até 1º de janeiro de 1997, quando foi substituído pelo Coronel Maquir Alves Cordeiro, que, depois de sucessivas reeleições Presidiu a Caixa até 30 de janeiro de 2016.   
 
Foto do Coronel Airton Nunes Primeiro Presidente da Caixa eleito - 1976
 
Eleição da Caixa no Auditório da PM/3 – Onde atualmente é o arquivo Geral da PM - Década de 1970 – Capitão Rivaldo Silva, Coronel Albertino, Capitão Carlos Paulo e o Capitão Gonçalo (votando).
 
    6) A sede da Avenida Trincheiras
 
Inspeção na obra de construção da Caixa  - 1983
Tenente Anízio, Capitão Fagundes, Major Maquir e Coronel Marcílio.
 
 Construção da sede em andamento
 Inspeção Coronel Marcílio
 
    No dia 31 de outubro de 1986, ano em que a Caixa completou 50 anos de sua criação, foi inaugurada a nova e majestosa sede da Caixa, na Rua das Trincheiras, cujas obras foram iniciadas no primeiro semestre de 1983. O terreno custou Cr$ 3.600,00 e foi pago em 6 prestações cujos recursos foram, quase totalmente, provenientes dos rendimentos do capital da Caixa, aplicado em fundos de renda fixa em uma época de elevada inflação No empreendimento foi investido um total de Cr$ 6.731.792,00. Para baratear os custos, a maior parte do material foi adquirida em Recife. Nessa época eram diretores da Caixa: Presidente Executivo, Coronel Marcílio Pio Chaves; Vice Presidente, Coronel da Reserva Clodoaldo Alves de Lira; Secretários, Capitães Morival Mendes e José de Souza Fagundes; Tesoureiros, Capitão Maquir Alves Cordeiro e Tenente Reformado José Ananias de Lucena. Eram integrantes do Conselho Administrativo os seguintes Oficias: Coronel Clodoaldo Passos Fialho (in memoriam), Tenente Coronel Paulo Marcelino, Capitães Geovani Domingos Alves e Maurício de Sousa Lima, Tenentes Aguinaldo Barbosa de Melo, Aloísio Bezerra Cavalcanti e José Gonçalves de Sá. Os engenheiros responsáveis foram José Wilson Seixas e Rosângela Queiroz Teixeira, sendo mestre de obra o Sr. Adelson Antônio dos Santos.
    A antiga sede, da Avenida Padre Azevedo, continua propriedade da Caixa e nela funcionam diversos serviços que são prestados aos associados.
    Como forma de se prestar uma justa homenagem, o novo prédio recebeu o nome do criador da entidade, o General Delmiro Pereira de Andrade.
 
 
31 de outubro de 1986 – Inauguração da sede da Caixa - Coronel Marcílio, Dona Vânia Chaves e o Senhor Santiago.
 
Diretoria da Caixa no dia da Inauguração
Carneiro, Fagundes, Marcílio, Maquir, Jacobino, Ananias e Pedro Anízio.
 
7) A Inauguração da área de lazer.
     No período da administração do Coronel Marcílio Chaves (1980/1990), foi adquirido, através de doação do Prefeito de Capital, Dr. Carneiro Arnaud, um terreno, nas proximidades do Clube dos Oficiais, na Praia do Bessa, onde posteriormente foi construída uma ampla e moderna área de lazer, inaugurada em dezembro de 2014, pelo Diretor Presidente Coronel da Reserva Maquir Alves Cordeiro.
    O terreno onde está construída a Sede Social da Caixa Beneficente tem um total 3.100 metros quadrados, com lados irregulares, formando uma espécie de trapézio. A área construída mede 1.800 metros quadrados, contando a piscina, a quadra e o pavilhão central com dois pavimentos.
     Como parte da obra, a calçada que dá para a rua Maria Auxiliadora B. Sobreira, com CEP 58.036.595, foi urbanizada, ficando, em razão da localização, quase exclusivamente para uso da Caixa. O espaço é utilizado como estacionamento, com capacidade para 60 veículos. No muro, revestido com mosaico trabalhado, foi construído um painel com a logomarca da Caixa, que ocupa 10 metros quadrados. No muro lateral, que fica de frente para o Aeroclube, foi também construído um painel com as mesmas dimensões. Ainda na fachada de entrada foi construída uma guarita, em posição elevada do solo, com balcão de granito, dotada de janelas de vidro temperado na parte anterior, o que permite uma ampla visão do exterior e um efetivo controle do acesso de pessoas ao interior do prédio.
     Na entrada das instalações foram construídas duas salas. Uma para o serviço médico, onde são feitos exames das pessoas que desejam utilizar a piscina e a outra para instalação dos serviços da diretoria social. Essas salas têm a estrutura montada em grades de ferro e recheadas de isopor, o que permite uma espécie de isolamento térmico, mantendo internamente uma temperatura agradável. Essa é uma técnica alemã e é o mesmo prédio que foi construído, em outro local, para ser instalado um Posto Policial, e que foi transportado inteiro através de guindaste, para o local onde se encontra agora.
    O espaço conta com uma quadra poli-esportiva, um parque aquático, serviços de bar e restaurante, e um luxuoso salão de festas no segundo piso do prédio.
    Dezenas de policiais, de todos os níveis hierárquicos, e seus familiares comparecem a essa sede nos fins de semanas para usufruírem das piscinas, da quadra e dos serviços de bar e restaurante, que contam com preços subsidiados. Anualmente a Caixa promove festa de debutante de filhas dos sócios e casamentos comunitários de policiais, além de homenagens aos dias dos pais, das mães e das crianças.
Vista do parque aquático da sede social da Caixa inaugurada em dezembro de 2014
 
8) As atividades da Caixa
 
       Conforme estabelece o Estatuto, Caixa, desde a sua criação, desenvolve atividades de caráter assistencial, como convênio com clinicas médicas, serviços odontológicos, assistência jurídica e financeira, concessão de pecúlio, mausoléu, e lazer social.   
       Com o fortalecimento dos movimentos sociais depois da redemocratização do país, a Caixa passou a desenvolver um papel de sindicato em defesa dos interesses dos seus associados, principalmente a partir de 1997, destacando-se, entre outras ações, os movimentos reivindicatórios de melhoria salariais. Na efetivação dessas ações, a Caixa busca sempre o apoio das demais entidades representativas dos Policiais Militares e Bombeiros Militares, além de manter constante articulação com os órgãos representativos de outras classes de servidores.
 
      Como  forma de prestação de uma justa homenagem aos dirigentes que contribuíram para o desenvolvimento dessa instituição, foi criada Galeria dos Presidentes da Caixa Beneficente de Oficiais e Praças da PM da Paraíba
Manifestações - 2014
 
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Coronel Delmiro Pereira: O criador da Caixa Beneficente de Oficiais e Praças da PM/BM da Paraíba
 
 
 
 
 
 

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