Ciclo completo de policia no sertão da Paraíba em 1975

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      O Ciclo completo de policia no sertão da Paraíba era praticado até o decorrer da década de 1970. Essa situação pode ser verificada através de relatos constantes em diverso tipo de documentos. Aqui vamos expor o conteúdo de uma nota publicada no Boletim do Comando Geral que bem ilustra essa realidade.
Um fato ocorrido em 1975 na cidade de Ibiara, no sertão paraibano, ilustra bem a realidade da época em que a Polícia Militar realizava, de fato, o que atualmente denominamos de ciclo completo de polícia.  A ocorrência, que a seguir sintetizamos, foi registrada no Boletim do Comando Geral do dia 5 de setembro de 1975, que publicou um ofício do Delegado de Polícia daquela cidade.
        Como era comum naquela época, Oficiais e Sargentos da Polícia Militar, do serviço ativo ou da reserva,  exerciam as funções de Delegado de Polícia em todas as cidades de interior do Estado. O Segundo Sargento Pedro Joaquim era o Delegado de Polícia em Ibiara, e nessa condição comandava os policiais militares ali destacados.  No dia 11 de agosto de 1975, chegou ao conhecimento dessa Autoridade Policial que o indivíduo Noé de Souza Ramalho estava efetuando disparos em via pública na localidade de Cachoeirinha, Distrito de Ibiara. Noé e seus filhos eram conhecidos na região como valente e desordeiros.
      Diante desse comunicado o Sargento Pedro Joaquim, juntamente com o Destacamento local formado pelo Soldado Antônio Batista Xavier Pereira e dos Guardas Municipais Francisco Antônio da Silva e Francisco de Assis Pereira, se deslocaram ao local da ocorrência. Lá chegando a patrulha foi recebida a bala por Noé Ramalho, pelo que os policiais reagiram. Nesse tiroteio acabou a munição de Noé tendo este se evadido entrando em um matagal, sendo perseguido e preso pela Patrulha Policial. Quando era conduzido Noé começou a gritar  por seus familiares. Pouco depois dois filhos de Noé, de nomes Argemiro Ramalho e Otávio Ramalho chegaram ao local e começaram a disparar contra os policiais, tendo atingido um joelho do Soldado Antônio Batista e a coxa do Guarda Francisco de Assis.
      Mesmo feridos, os policiais entraram e luta com Noé e seus dois filhos, e conseguiram prendê-los e conduzi-los para a Delegacia onde o Sargento Pedro Joaquim lavrou o flagrante, depois de encaminhar os feridos para um Hospital de Campina Grande.  
      Como podemos perceber a carência de meios para o cumprimento da missão policial era patente, mas o trabalho era realizado a contento para os padrões da época.  O fato exemplifica como era perigoso esse trabalho, e como se exigia coragem e destreza física dos policiais.  É curiosa também a participação da Guarda Municipal integrando o Destacamento policial.
Nota do Boletim
 

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