A origem da Companhia Especial de Apoio ao Turista (CEATur)

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       A origem da Companhia Especial de Apoio ao Turista (CEATur) está relacionada com as primeiras formas de policiamento com o uso de bicicletas na PM da Paraíba, e com os primeiros treinamentos de policiais para prestação de informações turísticas.
       No decorrer da década de 1950 os centros comerciais das cidades de João Pessoa e Campina Grandes tiveram um grande desenvolvimento e com ele começou também o crescimento da criminalidade, o que gerou preocupação dos empresários e das autoridades responsáveis pela segurança pública.
       Naquela época o policiamento ostensivo nesses locais era efetuado por duplas de policiais que circulavam a pé nas proximidades dos pontos de maior afluência de pessoas.  Em outras cidades desse mesmo porte, em outros Estados, a Polícia Militar já fazia uso de Bicicletas nessas atividades.   Em dezembro de 1956 empresários de João Pessoa e de Campina Grande fizeram doação de Bicicletas à Polícia Militar para serem empregadas no policiamento do centro dessas cidades. Dessa forma, começou, em João Pessoa e Campina Grande, o policiamento executado por duplas de policiais, fazendo uso de bicicletas, e o serviço ficou conhecido por Cosme e Damião.
Os policiais usavam o uniforme de passeio que era conhecido como a túnica de sete botões e capacete branco o que dava um tom de nobreza.   Em João Pessoa o serviço era executado por doze duplas de policiais em sistema de revezamento e realizado durante o dia no centro da cidade e a noite se estendia aos bairros mais próximos. O lançamento do serviço foi realizado com uma grande solenidade que contou com a presença de empresários e dirigentes dos órgãos de segurança pública.
      Esse serviço, com essas características, durou até o final da década de 1960, com o inicio do policiamento empregando automóveis dotados de equipamentos de rádios transceptores, o que ficou conhecido por Rádio Patrulha.
      Na década de 1980, quando o Governo começou a se preocupar com o desenvolvimento do Turismo no Estado, uma das medidas adotadas, ainda que de forma tímida, foi a realização de diversos cursos de Informações Turísticas para policias. Naquela época já se percebia a importância do policial fardado no apoio ao turista. Alguns desses treinamentos, ministrados por técnicos dessa área, foram realizados no Auditório do Centro Turístico, em João Pessoa e outros no interior dos Quartéis. Em cada treinamento a turma era formada por Oficiais e Praças.  Com a formação desses policiais, o Comando cogitou implantar um serviço especial para atuar nessa área, mas de concreto nada foi realizado nesse sentido.
        No início de 1999 o Coronel Ramilton Sobral Cordeiro de Morais, Comandante Geral da Polícia Militar, esteve em uma exposição de material de segurança pública realizada em São Paulo, como parte de um encontro do Conselho Nacional dos Comandantes Gerais das Policias Militares, e naquela ocasião fez contato com os responsáveis pelo estante que exibia material referente ao policiamento com o uso de bicicletas. Através do Capitão Starik, da PM de Minas Gerais, e que estava presente à exposição, o Coronel Cordeiro recebeu todas as informações sobre essa modalidade de policiamento que estava sendo executado em diversos Estados do país. As principais recomendações do Capitão Starik eram em relação à qualificação e o treinamento dos executores do policiamento, as especificações das bicicletas a serem empregadas, assim como o uniforme a ser adotado, sobre o qual estava havendo um esforço para se estabelecer uma padronização nacional.
        De volta à Paraíba o Coronel Cordeiro, consciente de que esse tipo de policiamento poderia ser aplicado em João Pessoa, em particular na orla marítima, considerando a topografia do local, começou a adotar providencias nesse sentido. Inicialmente ele procurou bicicletas com as especificações recomendadas, mas não as encontrou, sendo necessária a compra de peças para a montagem de tais veículos o que foi feito na Loja Túlio Bicicletas. As principais adaptações feitas foram referentes aos raios e aos cubos que foram reforçados.
Em seguida, o Capitão Starik, da PMMG, foi convidado para ministrar um treinamento para uma turma de 30 policiais militares, todos em fase de conclusão de curso no Centro de Ensino da Polícia Militar, cujo critério de escolha foi o voluntariado, a demonstração de ter habilidade na condução de bicicleta e ter noção de uma língua estrangeira.  Com aulas teóricas e práticas, sobretudo com técnicas de abordagem com o uso de bicicletas, o curso teve a duração de 80 horas. O Tenente Humberto Germano Leite, na época integrante do Centro de Ensino também frequentou o Curso.
     Concluída essa fase do treinamento, o Coronel João Batista de Lima, na época Comandante do Centro de Ensino, considerando que os executores desse serviço iriam fazer contatos com estrangeiros, pois atuariam em uma área muito frequentada por turistas, contratou, pelo CE, um professor de Inglês e outro de Espanhol para ministrar um curso intensivo de conversação dirigido para informações a turistas. Esses cursos tiveram duração de 60 horas cada.
   Depois desses treinamentos, e confeccionado os Uniformes, todo efetivo, sob o Comando do Tenente Germano, no final de 1999, foi transferido para a 4ª Companhia, instalada em Cabedelo e que era a Subunidade responsável pelo policiamento da área da praia. Foi alugada uma casa na Avenida Antônio Lira, em Tambaú, próxima ao local de maior frequência na praia, a ali foi instalada a sede desse novo serviço que foi informalmente denominado de Pelotão de Policiamento Ciclístico, mas que ficou conhecido como Ciclopatrulha, e que tinha como responsabilidade o policiamento da orla de João Pessoa, notadamente das praias de Manaíra, Tambaú e Cabo Branco.
      Em 2002, no começo do ano, o Tenente Germano ministrou um treinamento sobre esse tipo de policiamento para sete policiais femininas, entre as quais se achava a Tenente Helena Rakel Ferreira de Alencar, que passaram a integra a Ciclopatrulha. Durante alguns meses a Tenente Rakel, que era muito entusiasmada com esse serviço, foi Subcomandante do Pelotão e em maio de 2002, assumiu o Comando, permanecendo nessas funções até julho de 2004.  Depois de um curto período de afastamento, Rakel voltou a ocupar essas funções até o final de 2007.
      Como essa atividade, pela sua natureza e local de atuação, tinha uma íntima ligação com ações ligadas ao atendimento a turistas, em 17 de dezembro de 2007, através do BOL PM nº 231, esse serviço foi transformado em Pelotão de Policiamento Turístico (PPTur), sob o comando do então 1º Tenente Onierbeth Elias de Oliveira, tendo como responsabilidade a suplementação do policiamento em áreas de interesse turístico da região metropolitana de João Pessoa. No início de 2008, o Pelotão foi desmobilizado. No final daquele ano, com o advento da Lei Complementar nº 87, de 03 de dezembro de 2008, em seu artigo 36, IX, houve a previsão da criação de uma Companhia de Polícia de Apoio ao Turista (CPAT). Mas, apesar da previsão legal, não houve a efetivação dessa Subunidade.
       A Lei Complementar 87 de 2008, que deu nova organização básica da Polícia Militar, também criou o policiamento efetuado com o uso de bicicletas, o que ensejou a criação desses serviços nos Batalhões sediados em cidades de maior porte no interior do Estado como Campina Grande, Guarabira, Patos e Cajazeiras, que aos poucos foram sendo implantados.
Efetivamente, apenas a partir de janeiro de 2011 foi que a Polícia Militar da Paraíba passou a contar com uma Subunidade especializada em apoio ao turista, adotando a designação de Companhia Especializada em Apoio ao Turista (CEATur), tendo como primeiro Comandante o Capitão Onierbeth Elias de Oliveira.
            Através da Resolução nº 0003/2011 – GCG, publicada no BOL PM nº 0029, de 11 de fevereiro de 2011, a Companhia de Polícia de Apoio ao Turista (CEATur) passou a ser subordinada administrativamente ao 1º Batalhão de Polícia Militar e operacionalmente ao Comando do Policiamento da Região Metropolitana, tendo como responsabilidade a suplementação do policiamento em locais de interesse turístico, sendo composta por três Pelotões, quais sejam: 1º PEL – Policiamento Ciclístico (Ciclopatrulha), 2º PEL – Policiamento Motorizado e a pé e 3º PEL – Pelotão de Comando e Serviço.
            Por força da Resolução nº 007/2012 – GCG, publicada no BOL PM nº 0147, de 01 de agosto de 2012, a CEATur passou a ter statusde Companhia Independente, com vinculação direta ao Comandante Geral.
            Por fim, a Resolução nº 010/2013/CG-GCG, publicada no BOL PM nº 0218, de 18 de novembro de 2013, confere à CEATur abrangência estadual, e ainda atribui a responsabilidade territorial pelo policiamento do 2º Distrito Integrado de Segurança Pública – 2º DISP/1ª AISP (Tambaú, Cabo Branco, Altiplano Cabo Branco e Miramar).
  Registros do período da Tenente Helena Rakel no Comando da Ciclopatrulha
O Distintivo da CEATur contém elementos de significado relativos às suas atividades, conforme a seguir se explica.
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ESCUDO PORTUGUÊS, de cor preta, com bordas verdes, simbolizando o título de 2ª capital mais verde do mundo, ostentado por João Pessoa. Possui ainda no “chefe” as inscrições PMPB, em cor preta, com cor de fundo branca, simbolizando as iniciais da POLÍCIA MILITAR DA PARAÍBA, estando as letras PM e PB separadas por duas garruchas cruzadas, representando o símbolo das Polícias Militares, e CEATur, em cor branca, com cor de fundo azul, simbolizando as iniciais da COMPANHIA ESPECIALIZADA EM APOIO AO TURISTA;
·         COR DE FUNDO PREDOMINANTEMENTE AZUL, simbolizando a cor internacionalmente reconhecida como sendo do turismo, bem como o límpido céu do nosso Estado;
·         SOL, em cor amarela e laranja, em tom degradê, simbolizando o pôr-do-sol do Estado da Paraíba, atrativo internacionalmente reconhecido e o clima tropical da região;
·         FAROL DO CABO BRANCO, na cor preta e branca, simbolizando o ponto mais oriental e o Estado onde o sol nasce primeiro nas Américas, área de responsabilidade de policiamento da CEATur;
·         MAPA DO ESTADO, em cor preta e vermelha, em tom degradê, simbolizando as cores da bandeira do Estado; e,
·         COQUEIROS, em cor verde e marrom, simbolizando a vegetação tipicamente encontrada nas praias, um dos maiores  atrativos turísticos do Estado.
 (Dados fornecidos pelo Capitão Onieberth)
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